O sol
invade a terra, espalhando com os seus raios, energia a todos, pretos e
brancos, ricos e pobres, velhos e moços. Distribui igualmente sua vitalidade e
à tardinha ele se vai, mas deixa de presente um espetáculo belíssimo. Um quadro
que jamais alguém conseguiu copiar. Em
cada momento, muda suas tonalidades.
Bendigamos ao Senhor pelo sol!
A quem
louvar pela lua?
Pena que
nas cidades grandes, muitas vezes não percebemos sua beleza.
A lua
cheia, a lua branca, sempre companheira dos namorados, inspirando-os.
“Ó lua branca de fulgor e de
encanto,
Se é verdade que ao amor tu dás abrigo,
Oh! Vem tirar da minha dor o pranto,
Oh! Vem matar esta paixão que anda comigo!”
Esta mesma lua, quase no fim do século XX, em
pleno Rio de Janeiro, continuou a ser motivo para as composições:
“Mente quem diz que a lua é velha.”
Bendizei
ao Senhor, pela lua!
A quem
louvar, pelo mar?
Este mar
que insiste em ultrapassar os seus limites. E, com suas ondas furiosas chega
até a praia, e aí, constatando com suas limitações, zangadas explodem em espumas.
Cuidado,
mar! Você, apesar de lembrar o infinito, você é finito. Obedece ao Criador.
Bendizei
ao Senhor, pelo mar!
A quem
agradecer pelos campos cobertos das mais variadas vegetações? Cada uma com sua
beleza própria.
A quem
agradecer todas as manhãs pelas gotinhas de orvalho nas folhas?
É tão
bonito a gente acordar e ver que durante a noite as plantas foram bem cuidadas.
Como estão viçosas!
A quem
agradecer pela ternura das crianças? Pelo seu sorriso? Há coisa mais linda do
que o sorriso de uma criança?
A quem
agradecer pela alegria do jovem, pela sua vivacidade?
A quem
agradecer pela coragem dos adultos? Pela sua maturidade? Pelo seu trabalho na
construção de um novo mundo?
A quem
agradecer pela experiência dos velhos? Pela sua segurança?
E a quem apelar,
a quem pedir nos momentos difíceis, quando a dor bate à nossa porta? Quando não
conseguimos ver o sol, nem a lua, nem as estrelas, porque dentro de nós tudo é
noite?
Quando não
achamos um ombro amigo, quando não encontramos uma porta onde bater, aonde ir,
Senhor?...
... Senão
a ti?
“Todos vós
que estais sedentos, vinde à nascente das águas. Vinde comer, vós que não
tendes alimentos! Vinde comprar trigo sem dinheiro, vinho e leite sem pagar.
Is, 55, 1”. E em Mateus 7, 7-8 encontramos também resposta para o nosso momento
de aflição: “pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e abrir-se-vos-á. Porque
aquele que pede recebe. Quem busca acha. A quem bate abrir-se-á.”
É tão bom
saber que Você existe e que pensa em mim.
Obrigada,
meu Deus!
(CARROSSEL)
Marília Benício dos Santos
“Lendo este livro, ou melhor, saboreando suas páginas, aos
poucos nos apercebemos de que o trivial é, para Marília, o lugar próprio de
encontro e de diálogo. Assim, ela nos prende e nos encanta desde o primeiro
momento, precisamente pelo fato de que canta a vida, em suas alegrias e em suas
tristezas, mas, sempre, na perspectiva feliz da esperança”. (Lygia Costa Moog)
- Trecho do Prefácio do livro CARROSSEL -
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