A relação do católico com a ação política, da Igreja com o
Estado e a necessária subordinação da política à moral
Paulo Corrêa de Brito Filho
“Queremos a civilização católica, inteira e exclusivamente
católica, viva e pujante, imunizada contra todos os gérmens de paganismo e
orientada pela Igreja que a fez surgir e lhe deu toda a sua grandeza.” Este
anseio foi expresso por Plinio Corrêa de Oliveira em 10 de outubro de
1937 no Legionário, semanário que então dirigia, o
qual foi transformado por ele de simples folha paroquial no mais influente
órgão católico de imprensa no Brasil.
Foi sem dúvida na redação do Legionário que
começou a história da revista Catolicismo. Os propugnadores do
neomodernismo não concordavam com o “Grupo do Plinio” — como eram conhecidos os
colaboradores do Legionário — devido ao seu rijo combate às ideias modernistas
condenadas por São Pio X. Por esse motivo eles foram obrigados a deixar em 1947
a direção do jornal. Quatro anos depois, em 1951, esse grupo fundou e passou a
dedicar-se a um novo órgão de publicação. Nascia assim o mensário Catolicismo,
cujos princípios doutrinários são os mesmos que haviam norteado o Legionário.
O artigo principal da edição deste mês de nossa
revista [capa acima] reproduz um verdadeiro manifesto publicado
naquela edição de 1937, no qual o Prof. Plinio expõe os ideais do Legionário sobre
um Estado fundamentalmente católico. Tais ideais permanecem exatamente os
nossos. Substituindo no título Legionário por Catolicismo,
podemos hoje afirmar: Posição de Catolicismo em face da política
brasileira. Nesse artigo, o leitor deve deter sua atenção especialmente na
relação do católico com a ação política — ou seja, na relação da Igreja com o
Estado e na necessária subordinação da política à moral. É matéria de caráter
atemporal, plenamente aplicável à situação nacional às vésperas das
eleições.
Duas outras matérias da referida edição relacionam-se também
com as próximas eleições. A coluna de Mons. José Luiz Villac demonstra por que
um católico não pode votar em candidatos que defendem práticas contrárias às
Leis de Deus; e o artigo de José Carlos Sepúlveda da Fonseca aborda o choque
entre o Brasil de superfície e o Brasil profundo, a propósito dos 30 anos da
Constituinte.
Recomendo atenta leitura de tais matérias. Elas encontram-se
disponíveis no site da revista: www.catolicismo.com.br
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