20 de outubro de 2018
Cinco lições tiradas das urnas
♦ Marcos
Machado
Continuamos hoje os comentários sobre a grande mudança
operada no Brasil a partir das reações conservadoras de 2013.
Os resultados do Primeiro turno nos trouxeram a confirmação
da maior realidade do Brasil nas últimas décadas: chegou a vez dos que não
tinham voz.
O tempo em que tudo “terminava em pizza”
Como se sabe, o movimento conservador norte-americano deu
seus primeiros passos no fim dos anos 60. De lá para cá, a defesa dos valores
morais, a reação antiaborto, as derrotas do Partido Democrata, e, recentemente,
a Suprema Corte mais conservadora desde 1934 mostram a pujança, continuidade e
vitalidade desse movimento.
No Brasil, os primeiros movimentos de opinião pública contra
o PT e a esquerda a partir de 2013 levantaram a interrogação: será que tudo
isso não “terminará em pizza?”
As manifestações populares conservadoras subiram de tom e
culminaram no impeachment de Dilma Roussef.
O movimento conservador propugnando pela volta dos valores
morais se afirmou com uma continuidade surpreendente, a ponto de a esquerda e
do falso Centrão serem os grandes derrotados das urnas. Delenda “efeito pizza”.
Conservadores: somos a maior força do País
A mídia de esquerda e as pesquisas de opinião não tendo como
esconder a sua face (lembram-se os leitores das enquetes do DATAFOLHA e o
alardeado “empate técnico” entre Bolsonaro e Haddad?) procuram novamente
desviar a atenção do público da grande lição destas eleições: o ressurgimento
conservador e antipestista!
Como na mensagem de Júlio Cesar ao Senado romano, em que ele
descreve sua vitória sobre Fárnaces II do Ponto, na Batalha de Zela, a direita
conservadora pode dizer: Vim, vi e venci.
Mais adequado seria repetir a frase do Rei João III da
Polônia (século XVII), após a Batalha de Viena: “Venimus, Vidimus, Deus
Vincit” – Viemos, vimos, Deus venceu.
Força nova dotada de potência
A reação brasileira abrange todas as gerações,embora sua
ponta de lança esteja entre pessoas de 18 a 40 anos.
Cai, portanto, outro mito: o conservadorismo e os valores
morais não mais pertencem à geração dos avós. São jovens, jovens pais que se
levantam contra a impostura da ideologia de gênero (“não mexam com meus
filhos”), defendem o Homeschooling e os valores morais.
No artigo intitulado “Nem fascistas nem teleguiados: os
bolsonaristas da periferia de Porto Alegre”, publicado na edição de 17 de
agosto do jornal “El País”, Naira Hofmeister desfaz os jargões da esquerda
sobre a tendência de nosso eleitorado mais jovem: “Pouco têm em comum com
o perfil que institutos de pesquisa desenham dos possíveis eleitores do
presidenciável do PSL: eles não são os mais escolarizados (chegaram ao ensino
médio), nem ricos e tampouco estão no Norte e Centro-Oeste do país”.
Alteridade e independência diante das pesquisas
Favorecidos pelas redes sociais, os conservadores têm os
seus canais de comunicação, meios seguros para estar a par da realidade
nacional.
Foi-se o tempo do controle de ferro operado pela mídia de
esquerda, das tendenciosas pesquisas de opinião (ainda recentemente falando de
empate técnico entre Bolsonaro e Haddad, ou ainda que o PSL perderia em segundo
turno até para Marina, que teve 1% de votos!).
Não somos teleguiados: vemos, pensamos, agimos com cabeça
própria. Delenda mídia de esquerda!
Não há “imobilismo histórico”
Não somos apenas antipetistas e antiesquerda. Quem quisesse
definir o movimento conservador brasileiro apenas pelo lado negativo erraria
grosseiramente.
Temos um programa positivo: a reconstrução do Brasil pelos
valores morais.
Santo Agostinho ensina em sua obra A Cidade de
Deus que a observância dos Mandamentos é o fundamento de uma Nação.
Comenta o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira: “Por força
da lei histórica segundo a qual o imobilismo não existe nas coisas terrenas […]
quando num organismo se opera uma fratura ou dilaceração, a zona de soldadura
ou recomposição apresenta dispositivos de proteção especiais.
“Observa-se isto com os ossos fraturados, cuja soldadura se
constitui à maneira de reforço na própria zona de fratura, ou com os tecidos
cicatrizados.
“Esta é uma imagem material de fato análogo que se passa na
ordem espiritual”.1
Aplicando ao Brasil de 2018, saibamos reforçar os valores
morais, conformar nossas leis com a ordem natural posta por Deus na natureza
humana. Tradição, família, propriedade, pilares do Brasil de amanhã.
O Cristo Redentor e Nossa Senhora Aparecida nos ajudem nesta
obra de reconquista.
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