12 de setembro de 2018
O Brasil ainda sofria os efeitos de um Incêndio devastador
em sua História quando o líder das pesquisas eleitorais é esfaqueado durante um
comício, a um mês das eleições presidenciais
♦ Frederico
R. de Abranches Viotti
Alguns fatos impactam a Opinião Pública de um país.
Durante mais de uma década, uma seita vermelha governou o
Brasil impondo sua agenda ideológica contra a família e contra a
propriedade, instrumentalizando o Estado e servindo-se dele para
alimentar um partido e seus aliados.
A Esquerda provocou os Pacatos
Confrontando continuamente a índole ordeira de nosso país,
os sucessivos governos de esquerda provocaram a reação da maioria silenciosa.
Uma maioria que não costuma se manifestar publicamente, mas que procura
progredir na vida, educar seus filhos com os princípios que aprenderam de seus
pais e trabalhar na pacatez da vida cotidiana.
Já em 1982, comentando esse aspecto da alma do brasileiro, o
Prof. Plinio Corrêa de Oliveira advertia que se a esquerda, uma vez no Poder,
fosse açodada em impor sua agenda, fosse persecutória, o Brasil se distanciaria
dela em um primeiro momento. Depois, ficaria ressentido. Por fim, ficaria
furioso. E, agindo assim: “A esquerda terá perdido a partida da popularidade”.[1].
Essas palavras de advertência são hoje mais atuais do que nunca.
O Brasil reagiu
A esquerda perdeu a popularidade. Como uma única voz, os
brasileiros foram às ruas em verde e amarelo e se manifestaram pacificamente
contra um projeto de Poder que tinha na corrupção um de seus tentáculos.
“Nossa bandeira jamais será vermelha” e “Eu quero o meu
Brasil de volta” repetiram milhões de pessoas pelo país inteiro. Ostentando o
verde e o amarelo e cantando o Hino Nacional, tais pessoas demonstraram o que
desejavam para o País.
O incêndio do Palácio de São Cristóvão
No dia 2 de setembro último, um incêndio devastou a antiga
residência da Família Imperial brasileira, o Palácio de São Cristóvão, que
abriga o Museu Nacional.
Foi também em um dia 2 de setembro, há exatos 196 anos, que
a Princesa Leopoldina, enquanto Regente e nesse mesmo Palácio de São Cristóvão,
assinou a ata da reunião do Conselho de Estado na qual foi decidida a
independência do Brasil. Cinco dias depois, no dia 7 de Setembro, D. Pedro I
proclamou a Independência.
Uma coincidência de datas e de local. Um símbolo de um país
que se emancipava de Portugal, tornando-se independente, mas que agora, quase
dois séculos depois, era consumido pelas chamas.
Uma parte de nossa identidade, da identidade que se buscou
preservar nas manifestações em defesa do Brasil, que agora queimava aos olhos
de todos.
Eu quero o meu Brasil de volta, diziam os manifestantes. Mas
uma parte dele era queimada no dia 2 de setembro de 2018.
Ao contrário de outros incêndios que ocorreram em museus
brasileiros nos últimos anos, este causou uma profunda comoção.
O atentado contra Jair Bolsonaro
A um mês das eleições, o candidato que, para muitos
brasileiros, representa uma reação contra o PT, contra a corrupção, contra a
loucura do politicamente correto e da Ideologia de gênero, sofre um
atentado durante um comício.
Era o início da tarde do dia 6 de setembro quando, carregado
nos braços de seus correligionários, o candidato Jair Bolsonaro é esfaqueado
por um ativista de esquerda. As investigações ainda estão em andamento sobre
sua ligação com partidos políticos e mesmo sobre a sua sanidade mental. Mas o
fato era inequívoco. Tratava-se de uma tentativa de assassinato contra um
candidato à Presidência da República que ocupa a liderança nas pesquisas
eleitorais.
Algo estranho ao nosso país, conhecido pela pacatez de
seu povo, ao menos até a esquerda tomar o Poder.
Um atentado como esse só pode causar repulsa em todas as
pessoas de bem, que esperam a pronta e total recuperação de Bolsonaro.
Dois acontecimentos que se somam
O incêndio do Palácio São Cristóvão e a tentativa de
assassinato do candidato Jair Bolsonaro são dois fatos isolados, até onde se
saiba, mas que formam um quadro de instabilidade de grande alcance pelo impacto
que causaram.
O Brasil real se distancia dos políticos
O País está cansado da esquerda, dessa perseguição do Politicamente
Correto e da deturpação do conceito de Direitos Humanos que essa
mesma Esquerda patrocina.
Se os políticos, sejam eles de qualquer viés ideológico, não
perceberem esse desejo e continuarem a provocar a Opinião Pública, esta lhes
escapará das mãos.
Em 1987, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira analisou o
Projeto de Constituição do Brasil. Dizia ele sobre esse distanciamento cada vez
maior entre o que deseja o Brasil e o que resolvem os políticos:
“À medida, porém, que o Brasil de superfície caminhe
para a extrema-esquerda, irá se distanciando mais e mais do Brasil de
profundidade. E este último irá despertando, em cada região, do velho
letargo. E de futuro os que atuarem na vida pública de nosso País terão de
tomar isto em consideração. Se tal não ocorrer, convém insistir em que o
divórcio entre o País legal e o País real será inevitável. Criar-se-á
então uma daquelas situações históricas dramáticas, nas quais a massa da Nação
sai de dentro do Estado. Em outros termos, quando as leis fundamentais que
modelam as estruturas e regem a vida de um Estado e de uma sociedade deixam
de ter uma sincronia profunda e vital com os ideais, os anelos e os modos de
ser da nação, tudo caminha nesta para o imprevisto.”[2]
Serenidade e Firmeza pela Restauração do Brasil
Nesse momento, o Brasil precisa de serenidade. Uma
serenidade que só é verdadeira se for acompanhada da firmeza na defesa dos
valores autenticamente nacionais, sempre de forma legal e pacífica.
A esquerda brasileira, inspirada pelo conceito marxista
da luta de classes, dividiu nosso país. Devemos nós, defensores da
Civilização Cristã, buscar restaurar o Brasil que é fiel a si mesmo, à sua
identidade, ao seu passado.
A inveja destrói o que conquista. Não é possível um país
progredir quando seus políticos se deixam levar por uma ideologia que, pelo seu
igualitarismo, institucionaliza a inveja, defende a expropriação daquilo que
outros conquistaram com seu trabalho.
É preciso respeitar a propriedade, o trabalho acumulado
honestamente, a família. Sem isso, não há verdadeira paz social ou progresso
econômico. Sobretudo, sem o respeito à Lei Natural e à Lei de Deus, não há
nação que se mantenha.
Nossa Senhora nos ajudará nessa empreitada. Saibamos rezar e
lutar, sempre dentro da lei, para que o Brasil se livre da seita vermelha.
____________
[1] Cuidado
com os pacatos!, in Folha de S. Paulo, 14 de dezembro de 1982.
[2] Projeto
de Constituição Angustia o País. Editora Vera Cruz Ltda. S. Paulo, 1987, p. 201
(grifos nossos).
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