27 de setembro de 2018
♦ Marcos
Machado
Cresce na mídia, oriunda de um vaidoso oitentão esquerdista
a quem tanto deve o hoje decadente lulopetismo, a proposta de um falacioso
“centrão” como única solução para conter os “extremos”.
Como o seu proponente, a proposta não é nova. Ela aflora de
vez em quando entre nós como “salvadora da Pátria”, sempre que a esquerda está
em apuros — nunca o contrário.
Ademais, o “centrão” não é o verdadeiro centro, mas uma
média entre verdade e erro, direita e esquerda. Se se quisesse formar um
verdadeiro centro, dever-se-ia procurar a verdade, e não o contrário. Pois
estando a verdade no meio — in médio virtus — o meio só pode estar
onde está a verdade.
Esses mesmos “senhores do centrão” dormiam tranquilos
durante o descalabro dos governos petistas, com o favorecimento do MST, os
acordos para salvar a Venezuela, a Bolívia e alguns países africanos
“alinhados” com a política exterior esquerdista de Celso Amorim. A Venezuela de
Chávez foi inserida no Mercosul, criou-se a malfada e inútil Unasul.
Pelo contrário, bastou o Brasil autêntico levantar-se em
monumentais marchas nas principais cidades brasileiras contra o lulopetismo —
milhões, na força do termo — para que o falso centro acordasse e se pusesse a
clamar contra os perigos de uma direita que renascia.
Nestes últimos dias, a Carta de FHC (quem anda esquecido de
quanto sua figura está agacé e junto à opinião pública) pedindo “união
contra candidatos radicais”, não passa de um velho realejo do falso centrismo,
o qual pode sem sombra de dúvida ser qualificado de extremado e obsessivo.
Fala no mesmo sentido o artigo “Internacional extremista à
vista”, de Clovis Rossi. Não pense o leitor que ele se refere à Internacional
Comunista da China, Rússia, Coreia do Norte, Venezuela, Cuba etc. Não, o
suposto perigo está na direita.
Afinal, não foi o PSDB de FHC que preparou o caminho para o
PT e o ajudou a perpetuar-se no Poder?
Há um centrismo esquerdizante, radical e manhoso
Dilma, Lula, Castro e Maduro
“Há um centrismo esquerdizante, ao mesmo tempo radical e
manhoso, que é a melhor ‘claque’ da esquerda”, escreveu o Prof. Plinio Corrêa
de Oliveira.
E prossegue: “Se um governo, para executar seu programa
centrista, praticasse um fechamento tanto para a direita quanto para a
esquerda, ele apresentaria evidentemente a grande característica ditatorial, a
qual consiste em trancar a voz dos discordantes.”*
Equiparar hoje direita e esquerda é fazer o jogo do petismo
Em 13 anos de petismo, quanto o Brasil andou para a esquerda
nas leis, nos costumes, nas alianças bolivarianas, na agenda homossexual, na
invasão de propriedades rurais e urbanas?
Um “papel de tornassol” indicaria bem a tonalidade de
vermelho que tingiu o País na ditadura petista, sem mencionar o período FHC.
O candidato que vencer as eleições presidenciais de 2018
encontrará, portanto, um Brasil muito mais dilacerado em sua “alma nacional”,
com suas instituições mais destruídas do que há 20 anos.
A “união contra os candidatos radicais”, o medo de
uma “internacional extremista à vista” quer, portanto, a vitória de
alguém que consolide as desastrosas conquistas dos 13 anos da ditadura petista.
Esquecem-se esses inveterados dogmatistas — radicais do
anti-radicalismo — que foi graças às monumentais marchas populares que
percorreram as grandes cidades brasileiras a partir de 2015 que a ditadura
petista foi desbancada?
E o que pediam essas marchas? — “Quero o meu Brasil de
volta!”
Confessem que vocês têm medo da reação popular-conservadora
e não ousam dizê-lo. O bode expiatório são os radicais.
* * *
PS: Colocar no mesmo banco dos réus, como se de extremos se
tratasse, de um lado o extremismo petista — favorecedor ostensivo de ditaduras
comunistas, incentivador do crime, ladrão, inimigo da família e da propriedade,
desmoralizado, rejeitado e desbancado pelos brasileiros — e de outro, a força
viva que empolga as gerações mais novas na reação conservadora que tomou as
ruas do País a partir de 2015 e que opta por votar em Bolsonaro, é afrontar a
justiça, a honra e o brio nacionais.
Não há alternativa para o falso centrismo senão amordaçar o
Brasil autêntico.
* * *
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