Silêncio absoluto
No profundo silêncio,
tua voz,
em ársis tímida
busca o oceano
ao canto da lira
na eterna
madrugada de novembro.
No lençol do imundo silêncio
o já ir de tua voz
rasga-se
temporariamente,
perplexa,
escrevendo no ventre da noite
o porquê da injustiça e sorte
humana morte
manto de retina circunspecta.
Pranto de fogo aveludado.
(O SOPRO DO CACHOEIRA)
Gabriel Nascif
......
Depoimento de Jorge Araújo, crítico
de arte do Jornal do Brasil, poeta e
contista Grapiúna. De sua autoria – Eu
Nu e Algumas Curtas Estórias, além
de outros trabalhos.
Ingênua e
simplesmente fluida como as águas do rio que intente canta, essa poesia de
Gabriel Nascif nasce um pouco da perplexidade e inquietação das novas gerações,
perdendo-se e reencontrando-se no interior do poeta. De bom nível e clima estético,
emerge um poema – “Silêncio Absoluto” -, centrado na palavra, que antecipa o
provável caminho por que o poeta certamente fincará seu marco.
JORGE ARAÚJO
* * *
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