Saruê
Saltando de galho em galho,
oculto no fumacê,
no espesso e cerrado orvalho
escondia-se o sariguê.
Ouço das folhas o farfalho,
o que me faz logo antever,
ante olhos que arregalo,
catinguento saruê.
Duas estrelas cadentes
são seus olhos a faiscar,
entre folhagens luzentes,
indulgência a implorar.
Como pedir clemência
a caçador impiedoso?
Eu respondo à incoerência
com disparo fragoroso...
Entre olhos faiscantes
miro e atiro certeiro:
turvam-se os faróis brilhantes...
– Morto, cai do cacaueiro!
Oscar Benício Dos Santos
Fazenda Guanabara
* * *
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