A Academia Brasileira de Letras abre seu ciclo de
conferências do mês de junho de 2018, intitulado A cultura em processo,
sob coordenação do Acadêmico e professor Domício Proença Filho, com palestra do
Acadêmico, jornalista e escritor Zuenir Ventura. O tema escolhido foi Cultura
e adversidade. O evento está programado para quinta-feira, dia 7 de junho,
às17h30min, no Teatro R. Magalhães Jr., Avenida Presidente Wilson 203, Castelo,
Rio de Janeiro. Entrada franca.
Serão fornecidos certificados de frequência.
A Acadêmica e escritora Ana Maria Machado,
Primeira-Secretária da ABL, é a Coordenadora-Geral dos ciclos de conferências
de 2018.
A cultura em processo terá mais três conferências no
mês de junho, sempre às quintas-feiras, no mesmo horário e local, com os
seguintes palestrantes e temas, respectivamente: dia 14, professor Muniz
Sodré, Inteligência artificial e cultura; 21, Acadêmico eleito Joaquim
Falcão, Aspectos da cultura brasileira contemporânea; e 28, Acadêmico
Domício Proença Filho, Língua, cultura e identidade nacional.
O CONFERENCISTA
Sétimo ocupante da Cadeira n.º 32, eleito no dia 30 de
outubro de 2014, na sucessão do Acadêmico Ariano Suassuna, Zuenir
Ventura é bacharel e licenciado em Letras Neolatinas, jornalista, ex-professor
da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Escola Superior de Desenho
Industrial, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Colunista do
jornal O Globo, ingressou no jornalismo como arquivista, em 1956. Nos anos
1960/61 conquistou bolsa de estudos para o Centro de Formação dos Jornalistas
de Paris. De 1963 a 1969, exerceu diversos cargos em vários veículos: foi
editor internacional do Correio da Manhã, diretor de Redação da
revista Fatos & Fotos, chefe de Reportagem da revista O Cruzeiro,
editor-chefe da sucursal-Rio da revista Visão-Rio.
No fim de 1969, realizou, para a Editora Abril, uma série de
12 reportagens sobre “Os anos 60 – a década que mudou tudo”, posteriormente
publicada em livro. Em 1971, voltou para a revista Visão, permanecendo
como chefe de Redação da sucursal-Rio até 1977, quando se transferiu para a
revista Veja, exercendo o mesmo cargo. Em 1981, transferiu-se para a
revista IstoÉ, como diretor da sucursal. Em 1985, foi convidado a
reformular a revista Domingo, do Jornal do Brasil, onde ocupou depois
outras funções de chefia.
Zuenir Ventura lançou, em 1988, o livro 1968 - o
ano que não terminou, cujas 48 edições já venderam mais de 400 mil exemplares.
O livro serviu também de inspiração para a minissérie “Os anos rebeldes”,
produzida pela TV Globo. O capítulo “Um herói solitário” inspirou o
filme O homem que disse não, que o cineasta Olivier Horn realizou para a
televisão francesa.
Publicou no Jornal do Brasil, em 1989, a série de
reportagens “O Acre de Chico Mendes”, que lhe valeu o Prêmio Esso de Jornalismo
e o Prêmio Vladimir Herzog. Em 1994, lançou Cidade partida, um
livro-reportagem sobre a violência no Rio de Janeiro, traduzido na Itália, com
o qual ganhou o Prêmio Jabuti de Reportagem. Em fins de 1998, publicou O
Rio de J. Carlos e Inveja – Mal Secreto, que foi lançado depois em Portugal e
na Itália. Já vendeu cerca de 150 mil exemplares. Em 2003, lançou Chico
Mendes – Crime e Castigo. Seus livros seguintes foram Crônicas de um
fim de século e 70/80 Cultura em trânsito – da repressão à abertura, com
Heloísa Buarque e Elio Gaspari. Seu livro mais recente é o romance Sagrada
Família.
Em 2008, Zuenir Ventura recebeu da ONU um troféu
especial por ter sido um dos cinco jornalistas que “mais contribuíram para a
defesa dos direitos humanos no país nos últimos 30 anos”. Em 2010, foi eleito
“O jornalista do ano” pela Associação dos Correspondentes Estrangeiros.
Ao comentar sua série de reportagens sobre Chico Mendes e a
Amazônia, The New York Review of Books classificou o autor como “um
dos maiores jornalistas do Brasil”. A revista inglesa The Economist definiu-o
como “um dos jornalistas que melhor observam o Brasil”.
28/05/2018
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