A ascendência de Moisés
A Ciência Jurídica dar primazia a apuração da verdade real,
definindo a confissão como a rainha das provas. Todos os fatos polêmicos,
portanto, sejam de que natureza for, passam a ser verdades irrefutáveis, quando
confessados por quem e como os praticou, não pairando sobre eles dúvidas
nenhuma, no mundo dinâmico e controvertido do direito.
A ascendência de Moisés tem duas fontes: uma canônica e
outra histórica, mas só tem uma versão. Tanto uma quanto a outra afirma que ele
foi adotado pela filha do Faraó, depois que o encontraram dentro de um cesto,
nas margens do rio Nilo.
Por que o bebê foi colocado naquele lugar? A pedido de quem
o puseram no caminho da filha do faraó? Por que esta se interessou tanto por
aquele menino? Afinal de contas, aquele bebe era ou não filho dela?
A presente versão pode ser considerada verossímil, apesar das
interrogações sem respostas, até que apareça uma outra que a contradiga, mas
com o condão irrefutável da rainha das prova. Lendo o livro O FARAÓ MERNEFTÁ,
de autoria de J.W.ROCHESTER, psicografado por VERA KTYZHANOVSKAIA, deparei-me
com uma informação contraditória.
Nele, a filha do faraó chamada Termutis confessa que Moisés
era filho dela, com o plebeu chamado Itamar, cujo preconceito de casta tornara
impossível aquela união. A irmã de Itamar que também ganhara um filho, foi quem
amamentou Moisés, até o dia em que ele foi colocado naquele cesto, a pedido da
filha do faraó, para voltar a tê-lo nos seus braços amorosos de mãe, embora
como se um filho adotivo fosse.
A todas aquelas perguntas a versão do livro dá respostas
convincentes. A confissão, o enredo e o desfecho coerente daquela trama,
torna-a verdadeira e irrefutável, superando em todas as expectativas o grau de
veracidade que possa ser atribuída à versão anterior.
Sob a ótica jurídica, já existe na Alta Corte jurisprudência
absorvendo o réu declarado inocente pela própria vítima fatal, com fundamento
na paranormalidade do ser, como aquela confissão de Termutis, repercutindo
positivamente no mundo dinâmico, controvertido, mas justo e pacificador da
Ciência do Direito.
Jorge Luís Santos
Advogado e cronista. Itabuna – Bahia.
E-Mail: dvjls13@hotmail.com
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