A Academia Brasileira de Letras realiza, no dia 09 de
novembro, quinta-feira, às 17h30min, no Salão Nobre do Petit Trianon,
mesa-redonda intitulada “Centenários”, em homenagem ao centenário de
falecimento do Acadêmico Lafayette Rodrigues Pereira (1834-1917), e de
nascimento dos Acadêmicos Herberto Sales (1917-1999) e Josué Montello
(1017-2006).
Participarão da mesa os Acadêmicos Antônio
Torres, Arnaldo Niskier e Alberto Venancio Filho, sob
coordenação do Presidente da ABL, Acadêmico e professor Domício Proença Filho.
Alberto Venancio Filho falará sobre Lafayette Rodrigues
Pereira, cabendo a Antônio Torres a palestra sobre Herberto Sales. Arnaldo
Niskier homenageará Josué Montello. O evento será transmitido ao vivo pelo
portal da ABL.
Saiba mais
LAFAYETTE RODRIGUES PEREIRA
Segundo ocupante da cadeira 23, foi eleito em 1º de maio de
1909, na sucessão de Machado de Assis, Lafayette Rodrigues Pereira, jurista e
político, nasceu em Queluz, hoje Conselheiro Lafayette, MG, em 28 de março de
1834, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 29 de janeiro de 1917.
Em 1853 matriculou-se na Faculdade de Direito, em São Paulo.
Ao término dos estudos, em 1857, partiu para Ouro Preto, onde se dedicou à
advocacia. No ano seguinte, mudou-se para a capital do Império e foi trabalhar
no escritório de Teixeira de Freitas.
Simultaneamente, dedicou-se ao jornalismo. Fundou, com Pedro
Luís e Flávio Farnese, A Atualidade, jornal em que escreveu artigos, de
1858 a 1860. Nos anos seguintes, foi redator também no Le Brésil, no Diário
do Povo e, de 1870 a 1874, em A República. Colaborou em A
Opinião Liberal e no Diário do Povo.
Lafayette publicou Direitos de Família (1869)
e Direito das Cousas (1877), além de volumes de pareceres. Em 1898,
escreveu no Jornal do Commercio, com o pseudônimo de Labieno, Vindiciae,
posteriormente editado em livro.
HERBERTO SALES
Quarto ocupante da Cadeira 3, eleito em 6 de abril de 1971,
na sucessão de Aníbal Freire da Fonseca e recebido pelo Acadêmico Marques
Rebelo em 21 de setembro de 1971, Herberto Sales, jornalista, contista,
romancista e memorialista, nasceu em Andaraí, BA, em 21 de setembro de 1917.
Faleceu no dia 13 de agosto de 1999, no Rio de Janeiro.
Abandonou o curso ginasial na 5ª série do Colégio Antônio
Vieira, dos jesuítas. O professor Agenor Almeida descobriu, numa prova, a
vocação literária de Herberto Sales, chamando para isso a atenção do padre
Cabral que, por sua vez, foi o descobridor, alguns anos antes, no mesmo
colégio, da vocação literária de Jorge Amado.
Abandonados os estudos, Herberto Sales voltou para
Andaraí, onde viveu até 1948. Com a publicação, em 1944, de Cascalho, seu
romance de estreia, projetou de impacto seu nome nos meios literários do país.
No Rio de Janeiro, para onde então se transferiu e residiu até 1974, foi
jornalista nos Diários Associados, na área da revista O Cruzeiro, da
qual foi assistente de redação.
Em 1974, mudou-se para Brasília, onde foi, por dez anos,
diretor do Instituto Nacional do Livro, e, por um ano, assessor da Presidência
da República, sob José Sarney. A partir de 1986, por quatro anos, residiu em
Paris, servindo como adido cultural na Embaixada brasileira. Regressando ao
Brasil, fixou residência em São Pedro da Aldeia, onde levou vida isolada.
JOSUÉ MONTELLO
Quarto ocupante da cadeira 29, eleito em 4 de novembro de
1954, na sucessão de Cláudio de Sousa, sendo recebido por Viriato
Correia, Josué Montello Presidiu a Academia Brasileira de Letras em
1994 e 1995. Nasceu em São Luís do Maranhão, em 21 de agosto de 1917, e faleceu
no Rio de Janeiro em 15 de março de 2006.
Em 1932, passou a integrar a Sociedade Literária Cenáculo
Graça Aranha, na qual se congregaram os escritores do Maranhão de filiação
modernista. Até 1936, colaborou nos principais jornais maranhenses. Mudou-se, a
seguir, para Belém do Pará, onde é eleito, aos 18 anos, membro efetivo do
Instituto Histórico e Geográfico do Pará.
No fim de 1936, transferiu-se para o Rio de Janeiro,
passando a fazer parte do grupo que fundou o semanário de literatura Dom
Casmurro. No mesmo período, colaborou em outras publicações, como Careta, O
Malho e Ilustração Brasileira, além de jornais diários.
Publicou o primeiro romance, Janelas fechadas, em 1941.
Seis anos mais tarde foi nomeado Diretor-Geral da Biblioteca Nacional,
exercendo também a direção do Serviço Nacional do Teatro.
Em 1953, a convite do Itamaraty, inaugurou e regeu por dois
anos a cátedra de Estudos Brasileiros da Universidade Nacional Mayor de San
Marcos, em Lima, no Peru.
A partir de 1954, tornou-se colaborador permanente do Jornal do Brasil, no
qual manteve uma coluna semanal até 1990.Novamente convidado pelo Itamaraty,
regeu, em 1957, a cátedra de Estudos Brasileiros na Universidade de Lisboa, e,
em 1958, na Universidade de Madri. Entre 1969 e 1970, ocupou o cargo de
conselheiro cultural da Embaixada do Brasil em Paris, e, de 1985 a 1989, foi
embaixador do Brasil junto à Unesco.
Publicou mais de uma centena de livros, entre eles, Os
tambores de São Luís, seu romance de maior destaque.
26/10/2017
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