10 de outubro de 2017
Paulo Roberto Campos
Hoje tomei conhecimento de uma apreciável “Nota
Pastoral sobre o risco da ideologia de gênero”, de Dom Antonio Carlos Rossi
Keller, bispo de Frederico Westphalen (RS). [*]
Diante de tão grave problema, que atenta violentamente
contra as crianças brasileiras — com a obrigação imposta pelo MEC de se "ensinar”a Ideologia de Gênero em todas as escolas (públicas e
privadas) —, constamos um silêncio por parte da CNBB (Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil) não condenando categoricamente tal normativa do Ministério da
Educação. Este estabelece, já para o próximo ano letivo, o ensinamento absurdo,
anticientífico e oposto à ordem natural estabelecida por Deus, que criou o
homem e a mulher (Cfr. Gênesis 1, 26-27). Assim, ficamos contentes em ouvir a
voz de um bispo da Santa Igreja se levantar em defesa dos ensinamentos perenes
do Magistério infalível.
Ao mesmo tempo, Dom Keller defende os valores da instituição
da família e condena os doutrinadores de tal nefasta ideologia. Estes sinistros
doutrinadores já estão (des)ensinado às nossas crianças que não existe apenas
os gêneros masculino e feminino, mas que existem quase 40 tipos de gêneros… E
cada criança pode escolher que gênero deseja para si!
Seguem excertos, que extraí da “Nota Pastoral”, que me
pareceram mais relevantes.
NOTA PASTORAL SOBRE O RISCO DA IDEOLOGIA DE GÊNERO NA BASE
NACIONAL CURRICULAR COMUM, DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO.
Caríssimos sacerdotes, diáconos, consagrados e consagradas,
fiéis leigos e pessoas de boa vontade da nossa Diocese de Frederico Westphalen
(RS), dirijo-lhes esta Nota Pastoral a fim de alertá-los sobre um assunto de
capital importância para o futuro de toda a Humanidade: a implantação da
antinatural “ideologia de gênero” na Base Nacional Curricular Comum (BNCC), do
Ministério da Educação, a ser, a partir de 2018, aplicada — obrigatoriamente —
em todas as escolas de nível Fundamental e Médio[1]deste nosso amado, mas tão
sofrido Brasil.
Ora, ainda que contrarie a mentalidade do “politicamente
correto”, e, por isso sofra ácidas críticas, a Igreja, tem — como bem asseverou
o Papa Bento XVI, em 19 de janeiro de 2013, especialmente por meio dos Bispos,
enquanto “vigilantes” (episkopoi) da fé e da moral — a missão de precaver o
Povo de Deus dos perigos iminentes. Falava, então, o Pontífice: “os Pastores da
Igreja – a qual é ‘coluna e sustentáculo da verdade’ (1Tm 3,15) — têm o dever
de alertar contra estas derivas tanto os fiéis católicos como qualquer pessoa
de boa vontade e de razão reta”.
É, pois, com este propósito de servir ao bom Povo de Deus a
mim confiado, por meio da Mãe Igreja, que escrevo esta Nota Pastoral com votos
de que possa ela chegar — com saudações de bênção e paz — ao maior número de
pessoas neste momento crucial da História.
QUE É IDEOLOGIA DE GÊNERO?
A ideologia de gênero, difundida a partir das décadas de
1960/70 do século XX, quer ensinar que a masculinidade (ser homem) e a
feminilidade (ser mulher) não são determinadas pelo sexo biológico dado pela
natureza, mas, sim, pela cultura ou pelo gênero. Este, fruto de mera
construção social e linguística, ensina — em oposição à Biologia — três ou mais[2]
variantes ao ser humano: ele poderia ser masculino, feminino ou neutro (nem um
nem outro).
Ora, para fazer a sociedade aceitar, passivamente, tal
ideologia que, se aplicada, destruiria por completo a humanidade[3], há um
longo trabalho em curso. Visa levar à “desconstrução” cultural gradativa,
mas firme, da sociedade, começando pela família e pela educação escolar. Primeiro,
de um modo ambíguo para quem ouve, depois, de forma clara capaz de induzir cada
ser humano a aceitar tamanha afronta à Lei natural física e moral presentes,
qual marca do Fabricante, na natureza de cada homem e de cada mulher. Homem e
mulher que não se contrapõem, mas, ao contrário, complementam-se de modo
harmonioso.
Como não perceber, portanto, que a tentativa de inserção da
ideologia de gênero na BNCC atende a interesses ideológicos colonizadores bem
determinados, e não ao genuíno bom-senso do povo brasileiro que rejeitou,
vigorosamente, tão nefasta ideologia em todos os âmbitos educacionais
(nacional, estadual e municipal) nos quais ela, sorrateiramente e à força,
tentou adentrar?
PURA IDEOLOGIA ANTICIENTÍFICA
Reporto-me apenas a uma recente e ilustrativa notícia
exibida no site Aleteia[4] na qual se lê que:
“Em 2011, um documentário transmitido em rede nacional na
Noruega abalou a credibilidade dos defensores da ideologia de gênero nos países
da Escandinávia”.
“O Conselho Nórdico de Ministros, que inclui autoridades da
Noruega, da Suécia, da Dinamarca, da Finlândia e da Islândia, determinou a
suspensão dos financiamentos até então concedidos ao Instituto Nórdico de
Gênero, entidade promotora de ideias ligadas às chamadas ‘teorias de gênero’. A
medida veio após a exibição, em 2010, do filme Hjernevask (‘Lavagem
Cerebral’), que questionava os fundamentos científicos dessas teorias – que, de
fato, não passam de teorias sem comprovação empírica”.
“A produção do sociólogo e ator Harald Eia contrapõe as
afirmações dos defensores da teoria de gênero com outras de estudiosos das
Neurociências e da Psicologia Evolutiva. Enquanto os teóricos do gênero
afirmam que não há fundamento biológico nas diferenças de comportamento entre
homens e mulheres e que elas se devem meramente a construções sociais, os
outros cientistas mostram resultados de testes empíricos que constatam
diferenças inatas nas preferências e comportamentos de homens e mulheres.”
“Os estudiosos das Neurociências admitem que a cultura
exerce influência nos comportamentos, mas demonstram que os genes são
determinantes para algumas condutas. Já os teóricos do gênero afirmam que “não
veem verdade” nas pesquisas dos neurocientistas, embora toda a base dos seus
estudos de gênero seja apenas teórica e não empírica.”
“No vídeo, a ‘filósofa do gênero’ Catherine Egeland, uma das entrevistadas, chega a afirmar que ‘não se interessa nem um pouco’ por esse tipo de ciência e que ‘é espantoso que as pessoas se interessem em pesquisar essas diferenças’ (!). (Destaque nosso)”
A pergunta a ser feita é: quem, em sã consciência, deixaria
seus filhos — crianças e adolescentes — entregues a um currículo fundamentado
em uma ideologia antinatural e anticientífica, como é a famigerada ideologia de
gênero?
UMA EXORTAÇÃO À RESPEITOSA E FIRME REAÇÃO
Diante do que, brevemente, acabo de expor só me resta pedir,
com toda a convicção, a cada um(a) a quem esta Nota chegar, pelos tantos meios
de que hoje dispomos, que, dentro da lei e da ordem, expresse o seu vigoroso
“Não” à inserção da antinatural, anticientífica e impopular ideologia de gênero
na BNCC, do Ministério da Educação. Uma das formas úteis de fazê-lo é pelo link
colocado ao final desta Nota.
Nossa pecaminosa omissão certamente custará caro a crianças
e adolescentes envoltos, obrigatoriamente, nas escolas, à doutrinação da
ideologia de gênero a partir do ano letivo de 2018.
Neste espírito, abençoo a todos e a cada um com suas
famílias e comunidades com votos de que a Mãe Aparecida, cujo tricentenário
celebramos neste ano, e São José, defensor da Sagrada Família de Nazaré,
intercedam pelo nosso tão sofrido Brasil.
Frederico Westphalen, 12 de setembro de 2017.
Memória Litúrgica do Santíssimo Nome de Maria
+ Antonio Carlos Rossi Keller
Bispo de Frederico Westphalen
[*] http://www.diocesefw.com.br/noticia/291
[1] Cf. http://www.citizengo.org/pt-pt/node/87279, acesso em: 08/09/17
[2] Há quem chegue a nomear cinco ou seis gêneros: “heterossexual masculino, heterossexual feminino, homossexual, lésbica, bissexual e indiferenciado” (J. Burgraff. Gênero (Gender) in Pontifício Conselho para a Família,Lexicon: termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas. Brasília: CNBB, 2014, p. 454 – excelente fonte de consulta e trabalho).
[3] J. Scala. Ideologia de gênero: neototalitarismo e morte da família. São Paulo: Katechesis/Artpress, 2011 – obra referencial no tema.
[4]https://pt.aleteia.org/2017/09/08/documentario-noruegues-abala-credibilidade-da-ideologia-de-genero/, acesso em: 09/09/17.
[1] Cf. http://www.citizengo.org/pt-pt/node/87279, acesso em: 08/09/17
[2] Há quem chegue a nomear cinco ou seis gêneros: “heterossexual masculino, heterossexual feminino, homossexual, lésbica, bissexual e indiferenciado” (J. Burgraff. Gênero (Gender) in Pontifício Conselho para a Família,Lexicon: termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas. Brasília: CNBB, 2014, p. 454 – excelente fonte de consulta e trabalho).
[3] J. Scala. Ideologia de gênero: neototalitarismo e morte da família. São Paulo: Katechesis/Artpress, 2011 – obra referencial no tema.
[4]https://pt.aleteia.org/2017/09/08/documentario-noruegues-abala-credibilidade-da-ideologia-de-genero/, acesso em: 09/09/17.
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