O pão e o preço
Ando pelas ruas.
Passam caminhões enfeitados de gente
de gente sem enfeites
que segue pro trabalho.
Pessoas que gritam, riem e se espremem
sentadas no lastro do caminhão.
Penso nos dragões rabugentos
que os esperam, no campo
com o tridente na mão.
Penso no salário do dia
e lembro do pão e do seu preço.
Acenam para mim
- Vamos! que jeito?
e eu os vejo assim
Como remadores das galés d’outrora.
E sei que tornarei a vê-los
quando, após a colheita,
em minha mesa despejarem suas dores.
(e fico olhando para eles
com o coração na mão
e a lágrima retida no canto dos olhos)
(O ESTRO QUE ILUMINA O SER)
Paulo Bezerra
PAULO BEZERRA – Juiz do Trabalho da 19ª Região – AL
Presidente da JCJ de União dos Palmares – AL
Poema escrito em União dos Palmares
Dedicatória:
A meu filho Moacir, pedaço maior de minha sensibilidade.
A todos aqueles que têm, como eu, no peito, um pouco de
sentir.
* * *
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