31 de agosto de 2017
Leo Daniele
Se o leitor pensa que “vidinha” é apenas o diminutivo de
“vida”, está enganado. Como “vidinha” é com frequência o apego à rotina, cabe
um esclarecimento. Pode ser até virtude aceitar uma rotina, desde que o façamos
sem perder os grandes horizontes que devem nos nortear. Caso contrário, a
rotina poderá nos tornar medíocres e, aí sim, poderemos cair naquilo que
chamamos de “vidinha”.
Não podemos permitir que a rotina se transforme
em indiferença. Este é o ponto. Nem desejar ser “daqueles a quem
só interessa a coisinha deles, a virtudezinha deles e a pessoinha deles”,
levando a sua vidinha e recitando o seu credo: “Creio num só Deus, o
dinheiro onipotente, criador da fartura e da tranquilidade etc.”.
Assim se exprimia Plinio Corrêa de Oliveira em uma oração
que compôs para combater essa má tendência.
Mas a vidinha não é o auge, ela é o cinza da vida.
O cinza não é incolor, nem merece fazer parte da vistosa
galeria das cores vivas como o vermelho, o azul, o dourado etc. É neutro, sem
sabor. Sempre se deve ter uma atitude interna, ainda que silenciosa, diante das
coisas más, pois sempre se pode ser inconformado com as conformidades erradas
dos outros.
Nosso Senhor Jesus Cristo não se contenta com as almas
que são generosas somente no teor miudinho da vida cotidiana. Como afirma
Dr. Plinio, “num dia ou outro, uma tragédia vem para os que Deus prefere.
Tragédia interior ou tragédia exterior, uma coisa e outra em geral, e na
maioria dos casos, várias tragédias se sucedem até à morte”.
Oh, a apatia! A falta de ação e reação! Mas como, reação?
Nas condições em que vivemos, muitas vezes é uma coisa difícil. No entanto,
sempre devemos tomar uma atitude interna, silenciosa, de inconformidade com os
erros que notamos para não nos submetermos à onda. A inconformidade está
sempre ao alcance de todos, pois conformismo é sinônimo de egoísmo e
passividade.
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