Decepção
MAIO 1, 2017
Você já teve alguma decepção na vida?
Dificilmente alguém passa pela existência sem sofrer uma
desilusão, ou ter alguma surpresa desagradável em algum momento da caminhada.
Podemos dizer que o sabor de uma decepção é amargo e traz
consigo um punhal invisível que dilacera as fibras mais sutis da alma.
Isso acontece porque nós só nos decepcionamos com as pessoas
em quem investimos nossos mais puros sentimentos de confiança e amor.
Pode ser um amigo, a quem entregamos o coração e que, de um
momento para outro, passa a ter um comportamento diferente, duvidando da nossa
sinceridade, do nosso afeto, da nossa dedicação, da nossa lealdade…
Também pode ser a alma que elegemos para compartilhar
conosco a vida, e que um dia chega e nos diz que o amor acabou, que já não
fazemos mais parte da sua história… que outra pessoa agora ocupa o nosso lugar.
Ou alguém que escolhemos como modelo digno de ser seguido e
que vemos escorregando nas valas da mentira ou da traição, desdita que nos
infelicita e nos arranca lágrimas quentes e doloridas, como chama que queima
sem consumir.
Enfim, só os nossos amores são capazes de nos ferir com a
espada da decepção, pois os estranhos não têm esse trágico poder, já que seus
atos não nos causam nenhuma impressão.
Assim, vale a pena algumas reflexões a esse respeito para
que não nos deixemos atingir pela cruel espada da desilusão.
Para tanto, podemos começar levando em conta que, assim como
nós, nossos amores também não são perfeitos.
E que, geralmente, não nos prometem santidade ou eterna
fidelidade. Nunca nos disseram que seriam eternamente a mesma pessoa e que
jamais nos causariam decepções.
Nós é que queremos que sejam como os idealizamos.
Assim nos iludimos. Mas só se desilude quem está iludido.
Importante que pensemos bem a esse respeito, imunizando a
nossa alma com o antídoto eficaz do entendimento.
Importante que usemos sempre o escudo do perdão para impedir
que os atos infelizes dos outros nos causem tanto sofrimento.
Importante, ainda, que façamos uso dos óculos da lucidez,
que nos permitem ver os fatos em sua real dimensão e importância, evitando
dores exageradas.
A ilusão é como uma névoa que nos embaraça a visão,
distorcendo as imagens e os fatos que estão à nossa frente.
E a decepção nada mais é do que perceber que se estava
iludido, enganado sobre algo ou alguém.
Assim, se você está amargando a dor de uma desilusão,
agradeça a Deus por ter retirado dos seus olhos os empecilhos que lhe toldavam
a visão.
Passe a gostar das pessoas como elas são e não como você
gostaria que elas fossem.
Considere que você também já deve ter ferido alguém com o
punhal da decepção, mesmo não tendo a intenção, e talvez sem se dar conta
disso.
Por todas essas razões, pense um pouco mais e espante essa
tristeza do olhar… Enxugue as lágrimas e siga em frente… sem ilusões.
* * *
Aprenda a valorizar nas pessoas suas marcas positivas.
Lembre-se de que cada um dá o que tem, o que pode oferecer.
Uns oferecem o ácido da traição, o engodo da hipocrisia, o
fel da ingratidão, pois é o que alimentam na alma.
Mas, seja você a cultivar em seu jardim interior as flores
da lealdade, do afeto, da compreensão, da honestidade, para ofertar a todos
aqueles que cruzarem o seu caminho.
Seja você alguém incapaz de ferir ou provocar sofrimentos
nos seres que caminham ao seu lado.
Redação do Momento
Espírita.
* * *
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