O entrevistado dessa edição do DIREITOS, é o presidente da
Academia Grapiúna de Letras (Agral), Ramiro Soares de Aquino.
“Nova diretoria promete reestruturar entidade”
A nova
diretoria da Academia Grapiúna de Letras (AGRAL), empossada em 14 de março
passado, promete reestruturar a academia cultural, segundo informa, em
entrevista concedida ao Jornal DIREITOS, o presidente eleito, Ramiro Soares de
Aquino, um dos fundadores da entidade e o segundo no cargo. O novo presidente é
democrático, costuma dizer que “fica rouco de ouvir” e não toma decisões que
não sejam por consenso.
Experimentado jornalista, com vivência de cinquenta e
quatro anos no ramo, completados neste mês de abril, Aquino fez algumas
exigências para aceitar o cargo:
1- Respeitar todas as decisões do seu
antecessor, Ivann Krebs Montenegro, que dirigiu a entidade nos cinco primeiros
anos; 2- Submeter à diretoria, sob consulta aos interessados, a destituição de
todos os membros que não frequentam as reuniões, alguns somente comparecendo às
suas posses;
3- Admitir novos sócios exigindo um rígido controle de frequência e
propondo a estes a possibilidade de assumir cargos diretivos, inclusive a
presidência;
4- Criar a categoria de Sócios Honorários Fundadores e
5- Manter
relacionamento de alto nível com as entidades similares. Eis a íntegra da
entrevista:
DIREITOS - O que o levou a aceitar essa incumbência, que
para muitos é tão espinhosa?
Ramiro Aquino - O comprometimento do grupo. Perguntei a cada
um se aceitava o cargo na diretoria, se topava trabalhar e demonstrei minhas
exigências dizendo que o não atendimento a elas me dava o direito de renunciar.
Todos foram unânimes em me apoiar, tudo isso de forma democrática. Isso me deu
a segurança necessária para aceitar a presidência.
DIREITOS - Quando você fala de reestruturação isso significa
que, mesmo fazendo parte da diretoria, não estava satisfeito com os rumos que a
AGRAL estava tomando?
Ramiro Aquino - Pelo contrário. Aprendi muito com os
companheiros que compõem a AGRAL, especialmente com Ivann Montenegro, um líder
inconteste, ficando inclusive com a recém-criada Presidência de Honra. O que eu
não me conformava era com a tese da imortalidade, que nos tornava vitalícios na
entidade. Ora, ninguém foi forçado a aceitar o seu ingresso. Sempre quisemos a
contribuição que todos poderiam oferecer. Se tomou posse e não frequenta ou
pede para sair ou será afastado. Estou propondo a saída de oito confrades e o
que é curioso, quatro desses foram indicação minha. Isso não quer dizer que
todos eles poderão ser afastados. Se resolverem se enquadrar, serão mantidos.
Se reincidirem nas faltas cumpriremos os estatutos.
DIREITOS - Quais as suas propostas?
Ramiro Aquino – Além das exigências fundamentais, a
frequência às reuniões, a programação em cima de um calendário de eventos
consistente, a participação ou o apoio da entidade a todas as atividades
artístico-culturais da cidade, admissão de novos sócios (já temos 5 em vista) e
nos tornarmos, não só a primeira, mas a mais ativa Academia de Letras da
região.
DIREITOS - E a sede não se inclui em seus planos?
Ramiro Aquino - Não considero a sede social, no momento,
como uma prioridade. O Ivann Montenegro já colocou a casa dele à nossa
disposição, o Lions Grapiúna também, estamos em entendimentos com a FICC para
reocupar a Sala Zélia Lessa, se quisermos construir a Confreira Eglê Santos
Machado nos doou um terreno. A falta de teto ainda não é um problema para a
AGRAL.
DIREITOS - E como sobrevive uma Academia?
Ramiro Aquino - Toda instituição dessa natureza tem que
sobreviver com a contribuição dos seus confrades e confreiras. É um valor
mínimo de apenas R$ 30,00, que multiplicados por 39 (quadro atual depois do
falecimento da Confreira Jasmínea Benicio Midlej) representam uma receita
mensal de R$ 1.170,00. Sem considerar uma pequena inadimplência de 15%, temos
considerável saldo mensal em caixa. Avalie bem: na nossa posse fizemos uma festa
com despesas mínimas, onde só pagamos a filmagem, apenas um dos quatro
fotógrafos, só os ingredientes do buffet (o Saborearte doou o serviço) e o
vigilante. O local foi cedido pela Loja 28 de Julho, a MM Studios forneceu o
som e o Coral Cantores de Orfeu nos brindou com a música.
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