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domingo, 23 de abril de 2017

ENTREVISTA COM O PRESIDENTE DA ACADEMIA GRAPIÚNA DE LETRAS - AGRAL

O entrevistado dessa edição do DIREITOS, é o presidente da Academia Grapiúna de Letras (Agral), Ramiro Soares de Aquino.


“Nova diretoria promete reestruturar entidade” 

A nova diretoria da Academia Grapiúna de Letras (AGRAL), empossada em 14 de março passado, promete reestruturar a academia cultural, segundo informa, em entrevista concedida ao Jornal DIREITOS, o presidente eleito, Ramiro Soares de Aquino, um dos fundadores da entidade e o segundo no cargo. O novo presidente é democrático, costuma dizer que “fica rouco de ouvir” e não toma decisões que não sejam por consenso. 

Experimentado jornalista, com vivência de cinquenta e quatro anos no ramo, completados neste mês de abril, Aquino fez algumas exigências para aceitar o cargo: 
1- Respeitar todas as decisões do seu antecessor, Ivann Krebs Montenegro, que dirigiu a entidade nos cinco primeiros anos; 2- Submeter à diretoria, sob consulta aos interessados, a destituição de todos os membros que não frequentam as reuniões, alguns somente comparecendo às suas posses; 
3- Admitir novos sócios exigindo um rígido controle de frequência e propondo a estes a possibilidade de assumir cargos diretivos, inclusive a presidência; 
4- Criar a categoria de Sócios Honorários Fundadores e
5- Manter relacionamento de alto nível com as entidades similares. Eis a íntegra da entrevista:

DIREITOS - O que o levou a aceitar essa incumbência, que para muitos é tão espinhosa?
Ramiro Aquino - O comprometimento do grupo. Perguntei a cada um se aceitava o cargo na diretoria, se topava trabalhar e demonstrei minhas exigências dizendo que o não atendimento a elas me dava o direito de renunciar. Todos foram unânimes em me apoiar, tudo isso de forma democrática. Isso me deu a segurança necessária para aceitar a presidência.

DIREITOS - Quando você fala de reestruturação isso significa que, mesmo fazendo parte da diretoria, não estava satisfeito com os rumos que a AGRAL estava tomando?
Ramiro Aquino - Pelo contrário. Aprendi muito com os companheiros que compõem a AGRAL, especialmente com Ivann Montenegro, um líder inconteste, ficando inclusive com a recém-criada Presidência de Honra. O que eu não me conformava era com a tese da imortalidade, que nos tornava vitalícios na entidade. Ora, ninguém foi forçado a aceitar o seu ingresso. Sempre quisemos a contribuição que todos poderiam oferecer. Se tomou posse e não frequenta ou pede para sair ou será afastado. Estou propondo a saída de oito confrades e o que é curioso, quatro desses foram indicação minha. Isso não quer dizer que todos eles poderão ser afastados. Se resolverem se enquadrar, serão mantidos. Se reincidirem nas faltas cumpriremos os estatutos.

DIREITOS - Quais as suas propostas?
Ramiro Aquino – Além das exigências fundamentais, a frequência às reuniões, a programação em cima de um calendário de eventos consistente, a participação ou o apoio da entidade a todas as atividades artístico-culturais da cidade, admissão de novos sócios (já temos 5 em vista) e nos tornarmos, não só a primeira, mas a mais ativa Academia de Letras da região.

DIREITOS - E a sede não se inclui em seus planos?
Ramiro Aquino - Não considero a sede social, no momento, como uma prioridade. O Ivann Montenegro já colocou a casa dele à nossa disposição, o Lions Grapiúna também, estamos em entendimentos com a FICC para reocupar a Sala Zélia Lessa, se quisermos construir a Confreira Eglê Santos Machado nos doou um terreno. A falta de teto ainda não é um problema para a AGRAL.

DIREITOS - E como sobrevive uma Academia?
Ramiro Aquino - Toda instituição dessa natureza tem que sobreviver com a contribuição dos seus confrades e confreiras. É um valor mínimo de apenas R$ 30,00, que multiplicados por 39 (quadro atual depois do falecimento da Confreira Jasmínea Benicio Midlej) representam uma receita mensal de R$ 1.170,00. Sem considerar uma pequena inadimplência de 15%, temos considerável saldo mensal em caixa. Avalie bem: na nossa posse fizemos uma festa com despesas mínimas, onde só pagamos a filmagem, apenas um dos quatro fotógrafos, só os ingredientes do buffet (o Saborearte doou o serviço) e o vigilante. O local foi cedido pela Loja 28 de Julho, a MM Studios forneceu o som e o Coral Cantores de Orfeu nos brindou com a música.



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