Discurso
de Meryl Streep é a cara da esquerda caviar
9 de janeiro de 2017
Só consegui ver agora o discurso da atriz Meryl Streep no
Golden Globes, quando ela detonou o presidente eleito Donald Trump com sua voz
embargada de “emoção” (é uma boa atriz, admito). A coisa viralizou, e inúmeros
patetas estão caindo na ladainha, ou seja, ficaram tocados com a performance da
atriz.
Não há nada mais fácil do que odiar Trump e, com isso,
conseguir alguns “likes” na escala politicamente correta. Não é preciso
estudar, ter argumentos, conhecer nada, muito menos praticar algum ato
louvável: basta odiar Trump que você já é uma boa pessoa, uma alma caridosa e
preocupada com as “minorias” e os pobres. O esquerdismo é um atalho para
preguiçosos também.
Pois bem: esse texto de Marcelo de Paulos resume muito bem o que
ocorreu nesse discurso e por que ele é tão perigoso (mas não tanto quanto a
esquerda caviar gostaria, tanto que Trump venceu apesar – ou talvez por causa –
de todo o apoio das celebridades):
Você já deve ter visto o discurso da Meryl Streep no Golden
Globes de ontem. Ela faz o que bons atores sabem fazer: mentir para provocar
uma emoção.
Ela estava recebendo um daqueles prêmios pela carreira, logo
tinha o privilégio de subir com um discurso preparado. E talvez a coisa toda
estivesse combinada.
No evento organizado pela imprensa estrangeira do
entretenimento, ela começa falando que os três segmentos mais vilanizados da
sociedade americana estão ali: Hollywood, estrangeiros e imprensa.
Um minuto para digerir. Ela disse que Hollywood — ela e seus
colegas que faturam muitos milhões para depois querer “redistribuir” os milhões
dos outros — é vilanizada. Ok, vamos em frente.
Estrangeiros? Passou uma lista enorme de atores nomeados na
noite para demonstrar que “sem os estrangeiros, só restaria o futebol americano
e as artes marciais mistas (MMA), que não são as artes!”
Perceberam o truque? Ela quer que o clamor por cumprir as
regras que limitam a imigração ILEGAL para os Estados Unidos seja recodificado
como “ódio por estrangeiros” ou um desejo de mantê-los fora da América.
Este é o clássico “straw man argument” (o argumento do
espantalho): você pega o argumento de quem pensa diferente de você, caricatura
em algo muito horroroso e depois fica vociferando contra a caricatura.
Por fim, a imprensa. Ela disse que a imprensa livre precisa
“ser vigilante do poder”. Pergunta, dona Meryl: onde esteve essa imprensa nos
últimos oito anos, a não ser vazando perguntas para a Hillary antes dos debates
ou escondendo todos os escândalos, fracassos e tragédias do governo Obama?
AGORA a imprensa precisa ser vigilante? Tá bom.
Agora, a parte que mais repercutiu foi a declaração
“emocionada” dela contra o deboche que Donald Trump teria feito de um repórter
deficiente. Isso é uma mentira perpetuada pelas insistentes repetições.
Um repórter deficiente do New York Times estava cumprindo
seu papel de troll com a campanha do Trump quando foi ridicularizado pelo
candidato em um comício. O link abaixo prova que ele ridiculariza a todos da
mesma forma — uma forma infantil e de mau gosto, na minha opinião.
Mas foi exatamente essa forma politicamente incorreta de
Donald Trump que fez com que ele quebrasse as amarras de silêncio que a
imprensa esquerdista americana sempre impôs aos candidatos republicanos.
Hollywood, imprensa e academia descobriram que não conseguem
domar o Trump — e isso os deixa furiosos. Os bons atores (Barack Obama entre
eles) conseguem ainda fingir que sua motivação é a bondade ingênua. Mesmo
quando não conseguem distinguir na sua atuação uma voz embargada de uma afonia.
Nada mais a acrescentar. Se você quer bancar o otário, então
basta continuar se encantando com as palavras vazias e a bela retórica dos
políticos “progressistas”, dos atores engajados e dos “intelectuais”
socialistas, os ícones da esquerda caviar que vivem numa bolha estética e
conhecem o povo somente como abstração e os pobres e minorias apenas como
mascotes para massagens em seus egos inflados.
PS: A expressão nas caras de Mel Gibson e de Vincent Vaughn
enquanto ouviam aquela baboseira está impagável.
Nem todos em Hollywood são
bobocas…
Rodrigo Constantino
SOBRE / RODRIGO CONSTANTINO
Economista pela PUC com MBA de Finanças pelo IBMEC,
trabalhou por vários anos no mercado financeiro. É autor de vários livros,
entre eles o best-seller “Esquerda Caviar” e a coletânea “Contra a maré
vermelha”. Contribuiu para veículos como Veja.com, jornal O Globo e Gazeta do
Povo. Preside o Conselho Deliberativo do Instituto Liberal.
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