17 de janeiro de 2017
Em três dias a família Obama irá desocupar a Casa Branca,
para a tristeza dos que vivem apenas de retórica e felicidade dos que lidam com
fatos. Um dos piores presidentes que já passaram por ali, rivalizando com Jimmy
Carter, finalmente deixa o cargo, após 8 anos de muitas bombas do Nobel da Paz,
e resultados bastante medíocres, para dizer o mínimo. E onde os Obama vão morar
agora? Alguma casa antiga em Chicago, dos tempos em que o jovem Barack Hussein
era um “organizer”, ou seja, um agitador de massas?
Nada disso. Obama conheceu e gostou muito do luxo. O homem
pode! É, afinal, um multimilionário, como quase todos os ícones da esquerda
caviar, que ama a pobreza (não os pobres), pois é seu ganha-pão. E que
ganha-pão! Como a retórica sensacionalista rende! O que tem de gente rica só
por pregar a igualdade não está no gibi…
Conheça, então, a “humilde” residência dos Obama, uma mansão
que custou mais de $5 milhões, uma bagatela de uns R$ 17
milhões ao câmbio de hoje. Coisa para gente comum da classe média,
naturalmente. Eis o vídeo da casinha que o quase ex-presidente comprou:
O fã de Obama, que nunca se incomoda com a riqueza dos
esquerdistas, pode perguntar: então para ser de esquerda é preciso ser pobre?
Não, não. O problema não é o cara ser rico, ou melhor, podre de
rico, e sim a hipocrisia tremenda de quem banca o representante da
classe média contra os ricos, como se esses fossem os responsáveis
pela pobreza alheia. Falo do assunto num capítulo de Esquerda Caviar,
cujo começo é este:
“Eu defendo a justiça social, maior igualdade, e é por isso
que vou começar fazendo a minha parte, pagando voluntariamente mais impostos”.
Eis uma frase, prezado leitor, que jamais escutará de um esquerdista caviar.
O novo Papa, Francisco, inspirou-se em São Francisco Xavier.
Esse, sim, resolveu abandonar sua vida aristocrática abastada e virar um
missionário de Cristo. Não digo que seja o ideal, pois, ao contrário da
esquerda, reconheço a fundamental importância dos ricos à melhoria de vida dos
pobres. Mas ao menos o homem era coerente com aquilo que pregava.
E os esquerdistas da elite? Será que realmente desejam a
igualdade? A julgar pela forma com a qual se apegam aos seus bens materiais e
fazem de tudo para expandi-los, não. A prática e o discurso se mostram
incompatíveis.
O que está mais do que provado é que a esquerda não se
importa com a riqueza em si, mas apenas com a forma como ela foi obtida e a
retórica adotada pelo magnata. Se for um político, que jamais construiu um
emprego na vida, nunca empreendeu em nada que gerasse valor para a sociedade,
aí não tem problema. Mas se for um empreendedor, que ainda por cima se recusa a
adotar o discurso de elite culpada em prol da “justiça social”, por entender
que não fez nada de errado ao ficar rico empreendendo, aí é inimigo mortal
dessa turma.
A ganância só é condenável nos outros. Os discursos importam
mais do que as ações. Assim é a esquerda hipócrita. Se você é de classe média e
defende o capitalismo liberal, então é um insensível que não liga para os mais
pobres. Mas se você é um milionário abastado, que vive numa mansão de quase
vinte milhões de reais, nunca gerou um emprego na vida, mas adota um discurso
bonitinho, monopolizando as boas intenções para com os mais pobres, então tudo
está muito bem, você é uma alma abnegada, um exemplo de altruísmo.
O mundo da esquerda é todo invertido, onde só valem as
aparências. O que Obama efetivamente fez pelos mais pobres? Seus defensores não
serão capazes de apresentar bons argumentos ou fatos, pois eles não existem.
Mas “o cara” é o máximo, pois como fala bem sobre desigualdade, culpando os
ricos – como ele – pela miséria alheia!
Rodrigo Constantino
SOBRE / RODRIGO CONSTANTINO
Economista pela PUC com MBA de Finanças pelo IBMEC,
trabalhou por vários anos no mercado financeiro. É autor de vários livros,
entre eles o best-seller “Esquerda Caviar” e a coletânea “Contra a maré vermelha”.
Contribuiu para veículos como Veja.com, jornal O Globo e Gazeta do Povo.
Preside o Conselho Deliberativo do Instituto Liberal.
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