Não creia
Há uma história indiana de um homem que era um ateu e
agnóstico, um raríssimo tipo de postura na Índia.
Ele era uma pessoa que desejava livrar-se de todas as formas
de ritos religiosos, deixando apenas a essência da direta experiência da
Verdade.
Ele atraiu discípulos que costumavam se reunir ao seu redor
toda a semana, quando ele falava a todos sobre seus princípios.
Após algum tempo eles começaram a se juntar antes do mestre
aparecer, porque eles gostavam de estar em grupo e cantar juntos.
Eventualmente foi construída uma casa para as reuniões, com
uma sala especial para o mestre agnóstico. Após sua morte, tornou-se uma
prática entre seus seguidores fazer uma reverência respeitosa para agora sala
vazia, antes de se entrar no salão.
Em uma mesa especial a imagem do mestre era mostrada em uma
moldura de ouro, e as pessoas deixavam flores e incenso lá, em respeito ao
mestre.
Em poucos anos uma religião tinha crescido em torno daquele
homem, que em vida não praticava nada disso, e que, ao contrário, sempre disse
aos seus seguidores que ficar preso a estas práticas levava frequentemente a
pessoa a se iludir no caminho da Verdade.
“Tenhais confiança não no mestre, mas no ensinamento.
Tenhais confiança não no ensinamento, mas no espírito das
palavras.
Tenhais confiança não na teoria, mas na experiência.
Não creiais em algo, simplesmente porque vós ouvistes.
Não creiais nas tradições simplesmente porque elas têm sido
mantidas de gerações para gerações.
Não creiais em algo simplesmente porque foi falado e
comentado por muitos.
Não creiais em algo por que está escrito em livros sagrados.
Não creiais no que imaginais, pensando que um Deus vos
inspirou.
Não creiais em algo meramente baseado na autoridade de seus
mestres e anciãos.
Mas após contemplação e reflexão, quando vós percebeis que
algo é conforme o que é razoável e leva ao que é bom e benéfico tanto para vós
quanto para os outros, então o aceiteis e façais disto a base de sua vida.”
Sidarta Gautama
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