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quinta-feira, 28 de novembro de 2024
sábado, 23 de novembro de 2024
O Jovem Juan Marcos Veio me Visitar Hoje
Cyro de Mattos
Neto do cronista Antônio Lopes e da artista plástica
Conceição Portela. Estuda biblioteconomia na UESC. Vocação promissora de poeta.
Domina o francês. Presenteei-lhe na oportunidade com meu livro De tes instants
dans le poème. edição bilíngue, publicação das Editions du Cygne, Paris,
Coleção Poesia do Mundo.
Enviei através desse jovem leitor para Seu Walter, vô
materno do poeta promissor, um homem de 95 anos, o meu livro Vinte Poemas do
Rio, aprovado três anos no vestibular da UESC. O vô materno de Juan enviou-me a
singela lembrança de sua autoria: Histórias de Seu Walter.
A vida é boa e bela com encontros dessa natureza.
(Recebi via WhatsApp do poeta Cyro de Mattos)
Cyro de Mattos é poeta, ficcionista e Jornalista. Autor de 70 livros, premiado, editado no Brasil e exterior. É também advogado.
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quarta-feira, 20 de novembro de 2024
Dia do Negro
Cyro de Mattos é poeta,
ficcionista e Jornalista. Autor de 70 livros, premiado, editado no Brasil
e exterior. É também advogado.
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domingo, 10 de novembro de 2024
Nosso Herói Jipe e Maria Camisão
Por Cyro de
Mattos
Jipe
não era apenas mais um doido manso com suas esquisitices que habitou minha
infância cheia de sentimentos e graça. Era o mais querido por gente grande e
pequena. Hélio Pólvora, nascido em Itabuna, ficcionista dos melhores da moderna
literatura brasileira, dedicou-lhe o conto “No Peito o Motor”, que faz parte do
livro Estranhos e Assustados, publicado pela editora Francisco Alves, Rio,
1977. Teve várias edições, deu ao autor o Prêmio Nacional da Fundação Castro
Maia.
Depois do conto primoroso do conterrâneo Hélio, tive a ousadia de
escrever um texto de ficção breve sobre nosso herói do trânsito, que de repente
se achara que era de corpo e alma um jipe. O título do meu texto é “Um Jipe nas
Nuvens”. Faz parte do livro Nada Era Melhor, da Editus, 2017, é uma reunião de
contos curtos ou romancinho da infância, se quiserem. Jipe aparece no meu
romance Eterno Amanhecer, ainda inédito, com mais estaque.
Os meninos
de meu tempo consideravam os doidos mansos como uma gente indefesa, ingênua,
engraçada, sofrida, invenção do destino. Tanta consideração tínhamos por eles,
que meu livro Zurububuruna, Editora Batel, Rio, 2024, poesia satírica em
formato de cordel, sobre uma gente que habita com suas vilanias uma localidade
imaginária, é dedicado aos doidos mansos de minha terra, claro que na homenagem
não podia faltar nosso famoso Jipe.
Eis a dedicatória no meu livro Zurububuruna:
Aos doidos mansos de minha terra, que não fazem mal a uma mosca. Ingênuos, indefesos, perseguidos pelo fado. Incansáveis intérpretes da vida diária, riso do trânsito. Mula-Manca, Maria Camisão, Ciro Mergulhador, o tal Jipe falado. Zeles Carnavalesco, mais Chiranha, mais Paturi, meio azoado, entre outros, dedico com muito gosto esses versos de pé quebrado.
Maria Camisão
vestia uma camisa folgada, mangas compridas, de tão grande batia nos joelhos.
Ela era de estatura baixa, os cabelos sempre assanhados, a boca
desdentada. Alguns diziam que guardara
como lembrança meia dúzia de camisas do seu homem, um preto alto e forte. Vivia
do ganho da roupa que lavava para a família abastada. Nas horas de crise
aparecia na avenida do Cinquentenário. Revoltava-se, xingava a Deus e o mundo.
Comentava-se que ela havia ficado adoidada depois que o marido amanheceu enforcado
na cadeia, dizem que a mando do delegado Nero, que armara para ele uma cilada.
O delegado mandou que os dois soldados tomassem as caças moqueadas e prendessem
na feira o homem chamado Barba Preta.
Não demorou, não se sabe como, o delegado passou a ser o dono da rocinha
de cacau e cereais, que o negro Barba Preta havia plantado nas Salteadas.
Escrever sobre esses tipos curiosos de minha terra,
convenhamos, é atender com prazer no tempo o aceno das distâncias. O aceno dos
dias com sua graça e lamento. Eles preenchiam a minha infância como um episódio
relevante da vida, sem que nada me custasse
Cyro de Mattos é poeta, ficcionista e Jornalista. Autor de 70 livros, premiado, editado no Brasil e exterior. É também advogado.
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sexta-feira, 8 de novembro de 2024
OAB-BA vai homenagear
Cyro de Mattos no dia 6
A Ordem dos Advogados da Bahia vai homenagear Cyro de Mattos com a Comenda Barachísio Lisboa no dia 6 de dezembro, às 18 horas, em cerimônia a ser realizada no auditório da OAB, Seção de Itabuna, na rua Rufo Galvão, 170, centro, em uma celebração por seus mais de 50 anos de exercício profissional, de maneira competente e ilibada, na Comarca de Itabuna e em outras da região do Sul da Bahia. O advogado exerceu a profissão nas áreas cível, trabalhista e penal, além de ter sido juiz classista da classe patronal na Junta de Conciliação e Julgamento de Itabuna.
O nobre causídico Barachísio Lisboa foi um dos advogados mais proeminente da segunda metade do século XX no Estado da Bahia, atuando nas comarcas do interior e no Tribunal de Justiça da Bahia. Nascido em Ituberá deixou vasta clientela que acorreu aos seus serviços profissionais, dando ensejo à criação do renomado grupo dos Advogados Associados do Escritório Barachísio Lisboa, localizado em Salvador, que já alcança três gerações de prestigiados profissionais do Direito, incluindo filhos, netos e bisnetos.
Cyro de Mattos é formado pela Faculdade de Direito da
Universidade Federal da Bahia. É também jornalista e escritor, publicado no
Brasil e exterior. Autor de 70 livros de diversos gêneros, premiado no Brasil e
exterior. Membro da Academia de Letras da Bahia, Academia de Letras de Ilhéus e
Academia de Letras de Itabuna, do qual é um dos fundadores e Presidente de
Honra. Pertence ao Pen Clube do Brasil. Sobre a homenagem que lhe está sendo
prestada pela OAB-Bahia disse: “Recebi a notícia da homenagem pela OAB-BA
surpreso e assustado. Ainda advogo, muito pouco, só em causa própria quando o
pleito merece. O tempo vai nos levando, a gente continua trabalhando e
sonhando, acreditando no estado de direito e no milagre da literatura, dona da
linguagem que mais chega perto como forma de conhecimento para nos dizer o que
é a vida, a morte, o homem, esse desconhecido, que mata pelo prazer de matar,
às vezes nem enterra.”
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