Três aldeias: Igalha, Itapoã e Tupã, dentre as 22 aldeias
Tupinambá de Olivença, em Ilhéus, na Bahia, foram escolhidas para serem
fotografados os mais velhos e colher a história de vida de cada um deles. Ao
todo 13 histórias e 13 imagens que estarão expostas na Exposição Artística
Tupinambá: janela da alma, projeto do artista plástico Gildasio Rodriguez.
Um dos principais objetivos da exposição é eternizar os mais
velhos, através da fotografia e da pintura. A proposta é pensar os indígenas
sob o ponto de vista da memória e da ancestralidade, de uma janela que se abriu
no passado e que continua aberta no presente e mantém-se escancarada pela
dimensão contemporânea, permitindo um diálogo com muitas outras tradições
culturais. A principal homenageada da exposição é Nivalda Amaral de Jesus,
Amotara, da Aldeia Itapoã, em memória. Amotara foi a principal responsável e
incentivadora do levante Tupinambá, defensora e incentivadora do movimento pela
demarcação das terras indígenas.
Os envolvidos
A Exposição Artística Tupinambá: janela da alma, surgiu
depois que Gildásio Rodriguez — artista plástico com diversas exposições
realizadas dentro e fora do país — leu
uma matéria sobre a morte de anciãos indígenas na pandemia, culminando no
desaparecimento de línguas inteiras. “Os chefes morais, mestres espirituais e
possuidores do conhecimento e memória estavam desaparecendo. Eu precisava fazer
alguma coisa. Daí surgiu a exposição”, disse. A curadoria é do escritor e
pesquisador Pawlo Cidade: “Cada uma das aldeias escolhidas não são resquícios
históricos remotos, mas um espaço efetivo na organização social e modo de vida
dos Tupinambá que hoje habitam a região”.
A exposição tem fotografias de Tacila Mendes e produção executiva de Ely
Izidro.
As imagens captadas pelas lentes da artista Tacila Mendes,
tiveram uma leitura poética através do olhar do artista visual Gildasio
Rodriguez, redimensionando essas imagens para telas bidimensionais, com
elementos tridimensionais, dimensão 100 X 100 X 0,4 cm, técnica óleo sobre tela, estilo figurativo e
cores predominantes neutras. O preto e o
branco, gamas de tons cinzas e um detalhe carmesim, criando uma densidade
figurativa com seus olhares, tornando a imagem absoluta e personificada na
pureza da sua essência, ampliando os sentidos da memória e das tradições. Para
Tacila Mendes, “os/as mais velhos/as são força. Não há árvore que dê novos
frutos sem uma raiz forte. Por meio dos retratos e das pinturas apresentados em
"Tupinambá: janelas da alma", buscamos contribuir para visibilizar
uma luta que perpassa gerações: a luta por existir”.
Acessibilidade
A exposição terá ainda a exibição de um vídeo com
depoimentos de todos os 13 indígenas retratados pelas telas de Gildasio
Rodriguez. O vídeo terá janela de tradução em libras e legendas em português.
Haverá ainda dois intérpretes de libras durante a vernissage, coordenados por
Roberta Brandão do Inlibras.
Apoio financeiro
Este projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo
Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da
Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da
Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a
efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a
Lei Complementar no 195, de 8 de julho de 2022.
Serviço
O quê? Exposição
Artística Tupinambá: janela da alma
Quando? 28 a 31 de
maio de 2024
Horário? 9h às 17h
Onde? Academia de Letras de Ilhéus/ Rua Antônio Lavigne de
Lemos, 39 – Centro
Quanto? Gratuita
Dia da Vernissage: 27/5, 17h.
Crédito das fotos:
Gildasio Rodriguez, artista plástico/TACILA MENDES
Indígena Mambó, 84 anos, Aldeia Tupã/Pintura de Gildasio
Rodriguez
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