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sexta-feira, 26 de agosto de 2022

ITABUNA CENTENÁRIA UM POEMA: Amor (Hilda Hilst)

 


AMOR

Hilda Hilst

 

Que este amor não me cegue nem me siga.
E de mim mesma nunca se aperceba.
Que me exclua de estar sendo perseguida
E do tormento
De só por ele me saber estar sendo.
Que o olhar não se perca nas tulipas
Pois formas tão perfeitas de beleza
Vêm do fulgor das trevas.
E o meu Senhor habita o rutilante escuro
De um suposto de heras em alto muro.
Que este amor só me faça descontente
E farta de fadigas.
E de fragilidades tantas
Eu me faça pequena.
E diminuta e tenra
Como só soem ser aranhas e formigas.
Que este amor só me veja de partida.

 

Hilda de Almeida Prado Hilst, mais conhecida como Hilda Hilst, foi uma poeta, ficcionista, cronista e dramaturga brasileira. É considerada pela crítica especializada como uma das maiores escritoras em língua portuguesa do século XX. 

Nascimento21 de abril de 1930, Jaú, São Paulo

Falecimento4 de fevereiro de 2004, Campinas, São Paulo

(wikipédia)

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