Sonho de Ícaro
José R. Canedo
Pombos Correios que passais por mim,
Num voo largo e cheio
de elegância,
Levai-me ao velho lar de minha infância,
Nas asas de alabastro e de cetim.
Levai-me à minha terra – esse jardim
Onde as brisas palpitam de fragrância.
Quero ali, mensageiros da distância,
Fechar os olhos quando for ao fim.
Pousar convosco em cima duma telha
E contemplar a minha casa velha,
Eis o sonho que vós me acalentais.
Mas ai! Ó pombos, para que sonhar?
Se vós sempre voltais ao pátrio lar,
Eu não posso dizer se volto mais.
* * *
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