Compras e Vendas
E um
comerciante disse: “Fala-nos das Compras e Vendas”.
E ele
respondeu:
“A vós, a
terra oferece seus frutos, e nada vos faltará se somente souberdes como encher
as mãos.
É trocando
as dádivas da terra que encontrareis a abundância e sereis satisfeitos.
E,
contudo, a menos que a troca se faça no amor e na justiça. Ela conduzirá, uns à
avidez e outros à fome.
Quando
vós, trabalhadores dos campos e dos vinhedos, encontrardes no mercado os
tecelões, os oleiros e os colhedores de especiarias,
Invocai o
espírito mestre da terra para que desça sobre vós e santifique as balanças e os
cálculos que comparam valor com valor.
E não
permitais que aqueles que têm as mãos vazias tomem parte nas vossas transações,
eles que vos venderiam suas palavras em troca de vosso labor.
A tais
homens deveríeis dizer:
‘Vinde
conosco aos nossos campos ou ide com nossos irmãos para o mar e jogai vossa
rede:
Pois tanto
quanto a nós, a terra e o mar vos serão generosos.’
Mas quando
vierem os cantores e os bailarinos e os flautistas, comprai de suas ofertas.
Pois eles
também colhem frutos e incensos e, embora feitos de sonhos, seus produtos são
vestimentas e alimentos para vossas almas.
E antes de
deixardes o mercado, vede que ninguém se retire de mãos vazias.
Pois o
espírito mestre da terra não descansará em paz sobre o vento enquanto as
necessidades do mais humilde entre vós não tiverem sido satisfeitas.”
(O PROFETA)
Gibran Khalil Gibran
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Gibran Khalil Gibran - Poeta libanês, viveu na França e nos EUA. Também foi um aclamado pintor. Seus textos apresentam a beleza da alma humana e da Natureza, num estilo belo, místico, conseguindo com simplicidade explicar os segredos da vida, da alegria, da justiça, do amor, da verdade.
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VIDA E OBRA DE GIBRAN (2)
1894 Emigra para os Estados Unidos, com a mãe, o irmão Pedro
e as duas irmãs Mariane e Sultane. Instalam-se em Boston. O pai permanece em
Bicharre.
1898 –1902 Volta ao Líbano para completar seus estudos
árabes. Matricula-se no Colégio da Sabedoria, em Beirute. Ao diretor, que
procurava acalmar sua ambição impaciente, dizendo-lhe que uma escada deve ser
galgada degrau por degrau, Gibran retruca: “mas as águias não usam escadas!”
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