7 de abril de 2019
Eugenio Trujillo Villegas*
O sudoeste da Colômbia continua inexplicavelmente
paralisado, situação que persiste há quase um mês. O exército, a polícia, o
governo e o presidente da república tornaram-se meros observadores de uma das
mais espantosas chantagens ocorridas no país, sem nada fazer para evitá-la. Com
efeito, menos de 300 mil indígenas do Departamento de Cauca colocaram as
instituições colombianas de joelhos e exigem furibundamente uma série de
disparates que nenhum Estado legítimo pode aceitar.
Entre os absurdos, pedem que nunca mais se fumigue plantações de coca com
glifosato; que helicópteros e aviões das Forças Armadas fiquem proibidos de
sobrevoar áreas indígenas; que o governo aumente mais três trilhões de
pesos/ano — cerca de um bilhão de dólares — os subsídios concedidos às
comunidades indígenas, para que possam continuar a viver sem trabalhar; que
49.000 hectares de terras produtivas, pertencentes a particulares, sejam
desapropriados e entregues aos concelhos indígenas; que seja proibidaa extração
de petróleo por fracking no país; que se restrinja a mineração em
larga escala; que a impunidade seja garantida aos indígenas que cometeram
crimes durante os protestos; e, finalmente, como demonstração do delírio de
suas pretensões, que o senhor Juan Guaidó não seja reconhecido como presidente
da Venezuela…
A análise mais elementar dos fatos mostra que os índios não
estão sozinhos, e nem foram eles os autores dessas exigências absurdas. Forças
sinistras com grande poder destrutivo encontram-se por trás deste protesto,
dirigindo, ordenando e estabelecendo o seu curso, com óbvios interesses
subversivos, a fim de liquidar com a unidade nacional e levar o país ao caos, à
anarquia, à tomada do poder pela esquerda marxista, ansiosa por trilhar os
passos do chavismo e do castrismo.
O país assistiu tudo isso às claras, pois seus fautores
sequer tiveram a precaução de se disfarçar. Nas mesas de negociação, junto aos
representantes do Estado, estavam os “honoráveis” deputados das FARC para
estimular e dirigir o protesto. Compareceu também aí para negociar o
incendiário senador Gustavo Petro, com a sua apavorante comitiva de ódio da
autoproclamada Colômbia Humana.
Como ele mesmo disse, no dia em que perdeu a eleição
presidencial, sua intenção é de queimar o país, derrubar o presidente legítimo
e tomar o poder pela força e implantar uma ditadura como a de Maduro, Castro e
Ortega, seus amigos íntimos e fiéis seguidores, e assim impor a revolução
bolivariana na Colômbia.
Nesta tentativa de destruir o país existem outros vermes
além dos já mencionados. Há as FARC (Fuerzas Armadas Revolucionarias de
Colombia), supostamente pacificadas, com as suas armas reluzentes, que segundo
Santos teriam sido entregues à ONU… E há também o ELN (Ejército
de Liberación Nacional), que não quer saber de negociações, mas sim das
mancadas do Estado, alcançadas aqui com extrema facilidade. E existem também os
numerosos cartéis de drogas que abundam nas Américas, porque é exatamente nessa
região de concelhos indígenas onde a coca é cultivada. Igualmente estão
presentes os proprietários das rotas de droga produzida em outras regiões que
depois é levada para o Oceano Pacífico, de onde é remetida ao seu destino
final: os EUA.
E como se isso não fosse um quadro assustador, agora
prometem que muitas outras comunidades indígenas em diferentes regiões, e
também as chamadas negritudes e outras minorias raciais manipuladas pela
subversão, querem aderir à greve a fim de estendê-la ao país inteiro.
É fato que para este objetivo a mobilização já começou em
vários departamentos. O que é chamado de “protesto pacífico” já começou a matar
policiais, soldados e opositores; dinamitar pontes e estradas; aterrorizar
cerca de 50 milhões de colombianos, que espantados assistem a aplicação do
“processo de paz”, imposto por meio do engano e manipulação do ex-presidente Santos,
ao conceder aos guerrilheiros espaços de impunidade para os protestos ilegais
como o atual.
Tal situação paralisa cinco departamentos colombianos nos
quais já há falta de comida, de suprimentos médicos urgentes, de combustíveis e
muitas outras necessidades básicas. Até quando? Ninguém sabe… Há muitas
questões óbvias em meio à emergência que estão sem resposta. Onde está o
presidente? E os ministros? E a polícia? E o exército?
Não vemos as autoridades legítimas atenderem o clamor dos
milhões de afetados, pois impedidos de ir a suas propriedades, levar seus
produtos agrícolas para alimentar a população colombiana, exercer o seu direito
ao trabalho, à mobilização, ao comércio, à indústria, educação, saúde e vida.
Tudo isso desapareceu do horizonte dos direitos dos cidadãos para que seja
imposta a ditadura das minorias subversivas.
Se existe algum exemplo atual de violação dos direitos
humanos é este que estamos testemunhando. No entanto, aqueles que pregam tanto
a defesa desses direitos, agora ficam em silêncio. Para essas pessoas
perversas, os direitos humanos nada mais são do que um instrumento de guerra em
favor da revolução marxista.
Enquanto as pessoas estão morrendo de fome nos paraísos
comunistas, eles só querem destruir a economia de livre mercado que produz
riqueza, e também torna possível a generosa ajuda que salva muitas vidas mesmo
nos países comunistas.
Mas não apenas os comunistas hipócritas se calam. Muitos
líderes religiosos e empresariais também estão calados e intimidados. Os
bispos, os líderes dos sindicatos, os políticos, pouco ou nada dizem sobre
isso. E devido a esse silêncio, as chamas se espalham e o perigo apenas
aumenta.
Colômbia! Acorde! Esta é a paz mentirosa que nos prometeram!
Votamos contra isto no referendo, elegemos Duque presidente para nos salvar
dessa tragédia e, apesar de tudo isso, contra a nossa vontade, arrastam-nos
para o cadafalso do socialismo. É para lá que eles estão nos levando!
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(*) O autor é diretor da Sociedad Colombiana de Tradición y
Acción. Matéria traduzida do original castelhano por Paulo Henrique Chaves.
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