Quando estava na UFBA - Universidade Federal da Bahia,
fazendo o Curso de Psicologia, tive a oportunidade de ler o livro Memórias,
Sonhos, Reflexões, de Carl Gustav Jung, e fiquei impressionado com a sua
autobiografia, desde o início até o fim da leitura.
Já em tenra idade Jung teve inclinação pela ciência natural,
mas depois voltou-se para as ciências humanas. Dirigiu seus estudos para a
medicina, optando, assim, por um ramo especial dela a psiquiatria, como meio de
pesquisar o comportamento humano.
As suas lembranças, seus conselhos e orientação para o bom
desempenho profissional, nesta área tão difícil do se lidar, apesar do
conhecimento que necessariamente todos os psicólogos terão que auferir, através
da formação acadêmica, foram para mim bastante esclarecedores e motivo de
profunda reflexão.
Quis Jung dizer ao mundo que uma simples formação médica não
é suficiente, porquanto o horizonte da alma humana vai muito além do gabinete
de consulta. O psicólogo não deve contentar-se por compreender o doente: é necessário
que também se compreenda a si mesmo. Por esta razão deve seguir a máxima.
"conhece-te a ti mesmo".
Homem de grande sensibilidade, teve uma vida voltada para o
conhecimento da psique humana, pois observou o inconsciente coletivo através de
motivos repetidos, mitologemas, como o mito do herói e o mito do renascimento,
como observamos no mito de Dionísio.
Em sonhos, fantasias, devaneios e até nos surtos psicóticos,
estes motivos estão presentes. Quando Freud estudou o caso de Schreber em 1911,
agradeceu a Jung por sua contribuição na observação dos mitos. O inconsciente
coletivo é comum a todos os homens; é o fundamento daquilo que a antiguidade
chamava de "simpatia de todas as coisas".
Um dos discípulos dissidentes de Freud mais famosos, o
psicanalista suíço C.G. Jung tem neste século a cada dia mais consolidado o,
seu prestígio. Ele discordava do Freud por não ver a libido apenas como
restrita à sexualidade, mas a um conceito de energia muito mais amplo.
Fundador da Escola de Psicologia Analítica, C.G. Jung foi
quem mais contribuiu para a expansão do sistema psicanalítico. Seus conceitos
básicos transcenderam claramente os modelos mecanicistas da psicologia clássica
e colocaram a sua ciência, segundo Fritjof Capra, "muito mais perto da
estrutura conceitual da física moderna do que qualquer outra escola de
psicologia".
No momento em que vivemos num mundo de transição, a leitura
do livro do Jung poderá ser útil e adequada para analisar, compreender,
pesquisar, no sentido antropológico e cultural a conduta dos povos e os
conflitos de gerações.
*Antônio Baracho, Poeta Psicólogo.
Pertence a Academia Grapiúna de Letras- AGRAL e ao Clube do
Poeta Sul da Bahia.
Tel. (73) 98801-1224 / 99102-7937
E-mail: antoniobaracho@hotmail.com
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Excelente texto!! Abraço
ResponderExcluirEsclarecedor meu amigo. Grato pelo envio.
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