10 de Fevereiro de 2019
Um estado de espírito elevado, oposto ao prosaísmo das
coisas
♦ Plinio Corrêa de
Oliveira
Denomino “europeização” a compreensão do que a Europa tem de
bonito e a adoção do estado de espírito do europeu. Não seria uma pura
valorização do que há na Europa, mas a aquisição de um modo de ser inspirado no
europeu.
Os europeus procuram organizar a vida de modo belo, com
valores positivos. Em suas casas, por exemplo: se há uma janela disponível,
eles colocam um vaso com gerânios; se há um jardinzinho, plantam flores com
desenhos lindos; tendo um belo panorama, aparecem artistas para ver, pintar,
fotografar; comentam o panorama e extasiam-se com ele; expõem quadros com as
pinturas. Tudo aquilo vai entrando na cultura do povo.
Os brasileiros, entretanto, ao contrário dessa impostação de
alma, geralmente não incorporam as coisas com aquele estado de espírito do
europeu, mesmo tendo nós panoramas realmente bonitos. Se adquirissem esse
estado espírito, ficariam com apetência desse tipo de prazer intelectual. Bem
diferente da apetência pela politicagem, pela sensualidade, pela torcida
desenfreada no esporte… São defeitos contra os quais se deve remar.
Há nisso um sentido religioso? Há, evidentemente, pois as
coisas magníficas da natureza nos foram dadas pela Providência para nos
elevarmos a Deus. São imagens da sublimidade d’Ele. É evidente que a posição de
fechamento, de não se ter a alma aberta em relação ao sublime, leva as pessoas
para o que é prosaico. Portanto, representa um fechamento para a imagem que
Deus colocou nas coisas criadas por Ele. Tal fechamento para os aspectos
sublimes das coisas representa, substancialmente, algo de antirreligioso.
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Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa
de Oliveira em 31 de outubro de 1966. Esta transcrição não passou pela revisão
do autor.
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