10 de Janeiro de 2019
Na manifestação na
Praça dos Três Poderes, no fundo à esquerda, a faixa “PT NUNCA MAIS”.
♦ Paulo Corrêa de Brito Filho
Diretor da revista
Catolicismo. Artigo redigido no mês anterior
ao seu
falecimento, ocorrido no dia 2 do corrente mês.
No ano findo, manifestou-se claramente o anseio da opinião
pública, em quase todo o mundo, por um retorno à ordem. É possível contarmos
com esse mesmo anseio no ano que se inicia? Tornar-se-á ele ainda mais intenso?
Ou haverá obstáculos para a sua plena aplicação?
No panorama nacional e internacional, opõe-se a essa grande
apetência dos povos pela ordem própria à Civilização Cristã o empenho de altos
dirigentes eclesiásticos e civis a favor de um estado de coisas no sentido
contrário, descolando-se, portanto, da opinião pública.
Ao longo de 2018, muito se discutiu sobre um eventual
rompimento interno na Santa Igreja, devido a uma política de relativização dos
chamados “valores não negociáveis”. Um exemplo disso foi a assinatura de um
pacto provisório do Vaticano com o governo comunista da China, o qual deixou
perplexos os católicos do mundo inteiro; especialmente os católicos chineses,
que continuam a sofrer na pele a perseguição perpetrada pelos agentes do
comunismo. O Cardeal Joseph Zen, arcebispo emérito de Hong-Kong, chegou a
afirmar que os católicos chineses estavam sendo vendidos pelo Vaticano ao
regime comunista.
Outro aspecto dessa relativização foi apresentado pelo
Cardeal Walter Brandmüller, ao comentar a introdução do homossexualismo “de
forma quase epidêmica no clero, inclusive na hierarquia”.
A oposição dos católicos a coisas desse gênero fortalece a
cada dia a rejeição aos malefícios provocados na Igreja pelos princípios
relativistas difundidos a partir do Concílio Vaticano II. A matéria principal
da revista Catolicismo de janeiro faz um retrospecto dos fatos
relacionados com essa relativização.
No tocante aos aspectos temporais, no Velho Continente
falou-se muito de “desunião europeia”, quase tanto quanto de Europa Unida. Essa
união passou a ser vista como um objetivo revolucionário para levar as nações a
um agrupamento do tipo “Estados Unidos da Europa”, uma espécie de “República
Universal”. Mas a cisão aberta a partir do “Brexit” causou uma rachadura no
projeto pan-europeu, e se reforça ainda mais com a divisão entre os países que
abrem suas fronteiras à imigração maometana e outros que as estão fechando,
devido ao receio da invasão islâmica.
Em nosso Continente, o ano terminou sob a gravíssima ameaça
do retorno da ambição expansionista de um governo russo, que faz lembrar os
perigos da antiga URSS. Basta lembrar que, no último mês, bombardeiros da
Rússia de Putin aterrissaram na vizinha e infeliz Venezuela, dominada e
empobrecida pelo comuno-bolivarianismo. Com a desfaçatez que lhe é peculiar, o
ditador Nicolás Maduro pretendeu justificar esse fato com a ideia de proteger
os venezuelanos contra maquinações dos EUA, que estariam tramando com governos
anticomunistas — especialmente com o brasileiro recém formado — um ataque ao
seu país…
Esses são apenas alguns dos temas tratados na matéria de
capa da referida edição de Catolicismo, cuja leitura recomendo aos diletos
leitores.
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Paulo Corrêa de Brito Filho - discípulo e colaborador do
Prof. Plinio Corrêa de Oliveira desde o início da década de 50; Sócio-fundador
da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade – TFP;
Diretor do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira – IPCO e da histórica Revista
Catolicismo.
Advogado formado pela histórica Faculdade de Direito do
Largo São Francisco, sucedeu ao Prof. Plinio Corrêa de Oliveira na cadeira de
História Moderna e Contemporânea da Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo; foi igualmente professor na Faculdade de Jornalismo Cásper Líbero.
Foi fidelíssimo escravo de amor a Nossa Senhora a quem se
consagrou desde jovem segundo o método de São Luis Maria Grignion de Montort.
Faleceu dia 02 de janeiro de 2019, em São Paulo, aos 88 anos.
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