Quantos anos
passados!
É bom
recordar o passado. Não viver dele, pois isto não nos leva a nada.
Neste
momento resolvi dar uma marcha à ré no tempo.
Vejo aquele
menino com os cabelos encaracolados, muito dengoso, quase chorando a perguntar:
“o que é, passarinho?”
E quem era o
passarinho? Não era um passarinho, era um papagaio que insistia toda manhã em
chamar pelo Oscar: ”Oscar... Oscar...”
E o Kaká,
como era chamado pelos pais queridos, naquela manhã resolveu responder ao
papagaio: “o que é, passarinho?”
E agora,
Oscar?
Os anos passaram agora você é homem maduro. Agora você não vai mais dizer: “o que é, passarinho?”.
Não só você, mas todos nós devemos dizer: “o que é, meu Deus?”.O que queres de mim?
Uma criança tem sempre sensibilidade, mas com a vida, esta sensibilidade é enferrujada. Precisamos voltar a ser criança e descobrir Deus nos pássaros, no mar, nas estrelas, mas principalmente, dentro de nós.
A páscoa está aí, é uma oportunidade para desenferrujarmos, colocar óleo, fazer como os motoristas, uma revisão no motor e para isto, precisamos parar. Parar, entrar em nós mesmos e tentar descobrir Deus aí, Ele nos fala, só que nós não O ouvimos. Só ouvimos o som que vem de fora. Se estivermos atentos, passaremos a ouvi-lo e poderemos dizer como Samuel: “Senhor, fala que seu filho escuta...”. (I Samuel 3, 14)
(CARROSSEL)
Marília Benício dos Santos
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