A arte da delegação
Pela qualidade da equipe que vem escalando, pode-se afirmar,
sem risco de contestação, que o Presidente Jair Bolsonaro é um discípulo
exemplar do megaempresário norte-americano, nascido na Escócia, Andrew Carnegie
(1835-1919), considerado o expoente das boas técnicas de delegação que o
levaram de rapaz pobre a um dos homens mais ricos do mundo, liderando em campos
vitais como a exploração de petróleo e produção de aço.
O epitáfio por ele escrito, para encimar o seu túmulo, reza:
“Aqui jaz um homem que soube se cercar de pessoas melhores do que ele
próprio”. Ao dividir o exercício do poder com gente do calibre de Sérgio
Moro e Paulo Guedes, Bolsonaro segue, também, a avaliação de Carnegie, segundo
quem “Não será líder quem quiser fazer tudo solitariamente, ou ganhar todos os
créditos pelas conquistas alcançadas”.
No processo em curso da formação do Ministério, a cada dia
enriquecido com nomes acima de qualquer suspeita, o Presidente eleito vai
batendo novos recordes, que se somam aos já conquistados. Com efeito, não se
conhece precedente, na história da humanidade de quem tenha chegado ao poder,
por via democrática, de modo tão solitário, sem qualquer dos componentes
reputados indispensáveis à realização desse difícil e ambicionado mister, como
dinheiro, apoio político, apoio da mídia, tempo de televisão.
A candidatura Bolsonaro, a exemplo do processo de formação
dos grandes rios - que se iniciam por
pequenos regatos que se vão acrescendo de novos afluentes -, começou com
encontros com pequenos grupos que, convertidos em apóstolos da causa,
incorporaram multidões crescentes, que desembocaram com força indomável no
largo oceano da adolescente, mas sólida, democracia brasileira. Albert Einstein
cunhou uma reflexão que explica o fenômeno Bolsonaro: “Há uma força motriz mais
poderosa do que o vapor, a eletricidade e a energia atômica; é a força da
vontade”.
Não se conhece, igualmente, na história brasileira, na linha
dos ensinamentos de Andrew Carnegie, precedente de quem haja, tão
voluntariamente, fracionado o próprio poder, atraindo para sua equipe, sem medo
de sombras, nomes que usufruem do mais alto prestígio dentro e fora do País.
Até então, quem mais havia realizado, no particular, foi o Presidente Rodrigues
Alves que só aceitava, para compor o seu ministério, quem, segundo seu juízo,
dispusesse de atributos para exercer a Presidência da República.
No plano estadual, o saudoso governador de São Paulo, Franco
Montoro, valeu-se desse saudável princípio, só convidando para compor o seu
secretariado quem tivesse atributos para governar o seu grande Estado. Sinal,
indisfarçável, de confiança e vocação para a grandeza. O resto é preconceito ou
despeito dos que querem o aumento das agruras do povo brasileiro, desde que
isso os conduza de volta ao poder de que foram defenestrados por excessos de
descompostura na gestão do interesse público.
Os brasileiros, em geral, sobretudo os que integram o
partido do quanto pior melhor, também, deveriam seguir o sábio e definitivo
conselho de Andrew Carnegie: “À proporção que amadureço, presto menos atenção
no que as pessoas dizem, e passo a atentar no que fazem”.
É mais do que hora de reconhecermos o excelente começo do
novo Presidente, deixando de enfatizar o que de impróprio ele haja dito e focar
no que ele está fazendo. Desejar-lhe boa sorte é o mesmo que desejar boa sorte
ao Brasil. Torcer contra o novo governo é torcer, sobretudo, contra as
populações mais carentes do nosso desditoso País!
Sobre a discutida decisão do juiz Sérgio Moro ao aceitar ser
Ministro da Justiça, ficamos com a conclusão expressa em vídeo que circula mundo
afora: - Sérgio Moro não deixou a Justiça para ingressar na política (com
minúscula); ele ingressou na Política (com maiúscula) para fazer JUSTIÇA.
15/11/2018, no jornal A Tribuna da Bahia.
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