O impeachment da presidente Dilma Rousseff será visto como o
ponto final de um período iniciado com a chegada ao poder de Luiz Inácio Lula
da Silva, em 2003, em que a consciência crítica da Nação ficou anestesiada. A
partir de agora, será preciso entender como foi possível que tantos tenham se
deixado enganar por um político que jamais se preocupou senão consigo mesmo,
com sua imagem e com seu projeto de poder; por um demagogo que explorou de
forma inescrupulosa a imensa pobreza nacional para se colocar moralmente acima
das instituições republicanas; por um líder cuja aversão à democracia implodiu
seu próprio partido, transformando-o em sinônimo de corrupção e de inépcia. De
alguém, enfim, cuja arrogância chegou a ponto de humilhar os brasileiros
honestos, elegendo o que ele mesmo chamava de “postes” – nulidades políticas e
administrativas que ele alçava aos mais altos cargos eletivos apenas para
demonstrar o tamanho, e a estupidez, de seu carisma.
Muito antes de Dilma ser apeada da Presidência já estava
claro o mal que o lulopetismo causou ao País. Com exceção dos que ou perderam a
capacidade de pensar ou tinham alguma boquinha estatal, os cidadãos reservaram
ao PT e a Lula o mais profundo desprezo e indignação.
Mas o fato é que a maioria dos brasileiros passou uma década
a acreditar nas lorotas que o ex-metalúrgico contou para os eleitores daqui.
Fomos acompanhados por incautos no exterior.
Raros foram os que se deram conta de seus planos para sequestrar
a democracia e desmoralizar o debate político, bem ao estilo do gangsterismo
sindical que ele tão bem representa. Lula construiu meticulosamente a fraude
segundo a qual seu partido tinha vindo à luz para moralizar os costumes
políticos e liderar uma revolução social contra a miséria no País.
Quando o ex-retirante nordestino chegou ao poder, criou-se
uma atmosfera de otimismo no País. Lá estava um autêntico representante da
classe trabalhadora, um político capaz de falar e entender a linguagem popular e,
portanto, de interpretar as verdadeiras aspirações da gente simples. Lula
alimentava a fábula de que era a encarnação do próprio povo, e sua vontade
seria a vontade das massas.
O mundo estendeu um tapete vermelho para Lula. Era o homem
que garantia ter encontrado a fórmula mágica para acabar com a fome no Brasil
e, por que não? No mundo: bastava, como
ele mesmo dizia, ter “vontade política”. Simples assim. Nem o fracasso de seu
programa Fome Zero nem as óbvias limitações do Bolsa Família arranharam o mito.
Em cada viagem ao exterior, o chefão petista foi recebido como grande líder do
mundo emergente, mesmo que seus grandiosos projetos fossem apenas expressão de
megalomania, mesmo que os sintomas da corrupção endêmica de seu governo já
estivessem suficientemente claros, mesmo diante da retórica debochada que
menosprezava qualquer manifestação de oposição.
Embalados pela onda de simpatia internacional, seus acólitos
chegaram a lançar seu nome para o Nobel da Paz e para a Secretaria-Geral da
ONU.
Nunca antes na história deste país um charlatão foi tão
longe. Quando tinha influência real e podia liderar a tão desejada mudança de
paradigma na política e na administração pública, preferiu os truques
populistas. Enquanto isso, seus comparsas tentavam reduzir o Congresso a um
mero puxadinho do gabinete presidencial, por meio da cooptação de
parlamentares, convidados a participar do assalto aos cofres de estatais. A
intenção era óbvia: deixar o caminho livre para a perpetuação do PT no poder.
O processo de destruição da democracia foi interrompido por
um erro de Lula: julgando-se um kingmaker, escolheu a desconhecida Dilma
Rousseff para suceder-lhe na Presidência e esquentar o lugar para sua volta
triunfal quatro anos depois.
Pois Dilma não apenas contrariou seu criador, ao insistir em
concorrer à reeleição, como o enterrou de vez, ao provar-se a maior
incompetente que já passou pelo Palácio do Planalto.
Assim, embora a história já tenha reservado a Dilma um lugar
de destaque por ser a responsável pela mais profunda crise econômica que este
país já enfrentou, será justo lembrar dela no futuro porque, com seu fracasso
retumbante, ajudou a desmascarar Lula e o PT.
Eis seu grande legado, pelo qual todo brasileiro de bem será
eternamente grato.
(Recebi via WhatsApp)
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