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quarta-feira, 22 de agosto de 2018

RELATO DE EXPERIÊNCIA, BIENAL DO LIVRO 2018, por Heloísa Prazeres


Desde sempre prestigiei a Bienal do livro, como visitante — este evento cinquentenário, que a cidade de São Paulo promove. Neste ano, de 03 a 12 de agosto, presenciei o encontro das principais editoras, livrarias e distribuidoras do país por um lado novo e diferenciado, ou seja, lá estive como autora, credenciada, levando na lapela um botão de prestígio. Passei de uma para outra margem.

Assisti à adesão de muitos, que me cercam, e apoiam a atividade em torno do livro e da poesia.

O Casa onde habitamos, SP: Scortecci, 2016, publicado em janeiro de 2017, e agora relançado na Bienal, aborda a incomunicabilidade, o luto moral e as relações possíveis no mundo contemporâneo. Seu conteúdo resulta de vivências sociais e intelectuais, e a metáfora ‘casa’ surge como imagem feminina, da qual me aproprio, ampliando-a para o elemento Terra. O livro destina-se a público cuja insatisfação com a realidade leve a buscas complementares. Creio que leitoras, principalmente, se beneficiarão, pois há um forte apelo a imagens femininas.

Outro livro, do qual participei, como coautora, também veio a público durante a Bienal; trata-se do sugestivo título O silêncio das palavras. SP, Scortecci, 2018, uma Antologia que reúne vozes de todas as regiões do país. Sei que me encontro naturalmente ligada à área de Letras e lido profissionalmente com a literatura. Aliás, sempre privilegiei a leitura e a escrita como meios complementares de aperfeiçoamento; a escrita me completa e traduz anseios de comunicação subjetiva e intelectual. Defendo que quem lê, gosta de si, e privilegia o tempo dedicado ao desejável objeto livro. Acredito, por isso mesmo, no trabalho contínuo de conquista de leitores, acolhendo a poesia com amorosidade e esperança.

O livro que me levou à Bienal é a minha segunda coletânea de poesia. A primeira, ensaios, data do início dos anos 2000; o segundo, poemas, Pequena história (PRAZERES, 2014), o mais recente Arcos de sentidos, literatura, tradução e memória cultural (2018), venho, pois, lidando com temas como solidão/comunhão/tempo e espaço, que resultam de experiências subjetivas e profissionais.

Faço este relato por sugestão da cara amiga, Eglê Machado, porque, ao ocupar, como disse, um novo lugar, no imenso pavilhão que abrigou expositores, levei comigo a multidão que me traduz; além de que, essa vivência iniciou-se a 03/8, dia dos anos do meu pai, a quem homenageio e reverencio sua memória. Vida e poesia.

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Heloísa Prazeres é natural de Itabuna, BA. Citada no Dicionário de autores baianos. Salvador: Secult, 2006, e no Dicionário de escritores contemporâneos da Bahia, Cepa, 2015. Medalha de Bronze do I Concurso Literário da AECALB, Rio de Janeiro, 2016. Publicou, em livro, Temas e teimas em narrativas baianas do Centro-Sul. Fcja; Unifacs; Secult, 2000; Pequena história, poemas selecionados. Salvador: Quarteto, 2014; Casa onde habitamos. Poesia. SP: Scortecci, 2016. Arcos de sentidos, literatura, tradução e memória cultural. Itabuna: Mondrongo, 2018. Participou das Antologias Outros riscos do Prêmio Damário DaCruz de Poesia. Salvador: FPC/ Secult, BA e Quarteto, 2013; Poetas da Bahia, III. Salvador: Expogeo, 2015, Antologia 5º Prêmio Literário de Poesia, Portal Amigos do Livro, São Paulo: Scortecci, 2015, O silêncio das palavras, São Paulo: Scortecci, 2018. 
Bacharel e Mestre em Letras pela UFBA. Cumpriu doutorado em Literatura na University of Cincinnati, Oh. EUA. Professora adjunta, aposentada do IL da UFBA. Foi titular na Universidade Salvador, Unifacs. Coordenou o Núcleo de Referência Cultural da Fundação Cultural do Estado da Bahia.

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