Toda a
atividade para ser realizada precisa de uma ferramenta específica. O pintor,
depende do pincel; o médico, do raio laser, o homem do campo, da enxada... E
com estas mantém uma relação de amor. Quem escreve não é diferente. A caneta,
antigamente, depois a máquina de escrever e hoje o computador, são ferramentas
imprescindíveis, sem os quais o autor não consegue plasmar a sua criatividade.
Tenho
pessoalmente um verdadeiro amor por esses objetos “inanimados”. Cada um a seu
turno. Sou do tempo da caneta, da máquina de escrever e, felizmente, da
informatização destes meios: o computador.
Lembro-me
de que na comemoração de um dos dia do estudante, ganhei uma caneta no sorteio
realizado na sala de aula. Fique muito feliz. Quando coloquei tinta nela, vi a
minha felicidade azul escorrer por todos os lados. Mesmo assim guardei aquela
caneta furada. Depois ganhei outra da mesma marca e modelo. Elas são douradas,
parece de ouro, mas são de alumínio chinês. Chamam tanto a atenção, que são
objetos da cobiça alheia. Quando fui assaltado, o autor do fato visava a
caneta, mas só conseguiu levar o meu relógio de pulso. A máquina de escrever
veio logo depois. Tive-as de quase todas as marcas. Não tenho preferência por
nenhuma delas. Todas facilitam o trabalho do autor, na tarefa feliz da sua
produção literária. Quem está próximo, lá pelas tantas horas da madrugada,
reclama do seu tic-tac infernal. Mas o autor pode e deve, em respeito ao sono
alheio e á continuidade da formalização de sua obra, utilizar-se da colaboração
silenciosa da caneta, na noite iluminada pela fonte inesgotável do seu poder
criador.
O
computador, principalmente o net-book, revolucionou esta relação. Menor, mais
leve e portador de recursos antes inimagináveis, o net-book tornou-se uma
ferramenta imprescindível na área de pesquisa e comunicação, superando
infinitamente a contribuição simplória dada pela caneta e pela maquina de
escrever.
Aquele
assalto não me deixou fobias. Transito pelas ruas sem nenhuma síndrome, mas
também sem portar o computador. Ele não fica lá em casa, mas no meu escritório.
Para acessá-lo, preciso acionar oito chaves, abrindo primeiro as portas do
coração, sem o qual nem Dante Alighieri teria se inspirado, para poder nos legar
a Divina Comédia.
Jorge Luís Santos.
Advogado e cronista. Itabuna - Bahia
E-mail: advjls13@hotmail.com
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