4 de Maio de 2018
Obstinação contra a Cristandade na revolução sexual,
anárquica e libertária de Maio de 68
Paulo Corrêa de Brito Filho
Muitos
julgaram que as primeiras badernas estudantis de maio de 1968, na Sorbonne,
eram simples manifestações de jovens extravagantes com ideias amalucadas. Mas
tais ideias se expandiram e provocaram grandes mudanças nos costumes
tradicionais da França, e a partir daí contagiaram como lepra o mundo inteiro,
resultando numa verdadeira revolução sexual e cultural, de acordo com o que
berravam os sorbonianos: “Inventai novas perversões sexuais”.
As agitações tomaram as ruas, ergueram-se barricadas,
violentos confrontos com as forças da ordem se espalharam para outras regiões.
Depois tudo pareceu retornar à normalidade, mas de fato as coisas nunca
voltaram a ser como antes. As sementes lançadas em maio de 68 geraram frutos
perniciosos para todos os povos.
Incorporada à História como “Revolução da Sorbonne”, ela foi
na realidade o marco do que poderíamos chamar de “IV Revolução”, desenvolvendo
o processo cujas três primeiras fases foram a Revolução Protestante, a
Revolução Francesa e a Revolução Comunista. O que se almejou em maio de 68 foi
lançar uma radical revolução sexual, anárquica e libertária, e proclamar a
morte dos costumes tradicionais. Foi também o nascimento de uma “nova era
histórica” — uma “civilização do instinto” oposta à civilização cristã, tendo
por meta a utopia igualitária.
Passados 50 anos da “Revolução da Sorbonne”, o mundo geme no
caos. Enquanto isso, o impulso da onda libertária vai destruindo as
instituições e encaminhando as nações rumo ao tribalismo, que seria a “V
Revolução”.
A matéria principal da edição da revista Catolicismo deste
mês, redigida pelo nosso colaborador Benoît Bemelmans, presidente da TFP
francesa de 1996 a 2009, aponta para o que realmente pretendiam os
revolucionários da Sorbonne, explicita a transformação que eles provocaram na
sociedade, na mentalidade dos povos e também nos ambientes católicos, e
ressalta a necessidade de uma reação para não nos afundarmos na libertinagem
desbragada do mundo contemporâneo.
Na parede da Sorbonne, pichado o lema contestatário: “Défense
d’interdire!” (É proibido proibir!)
Em face das ideias radicais de maio de 68, sintetizadas
no slogan “É proibido proibir” [foto acima], nossa resposta só
pode ser: “É necessário proibir”. Basta considerar que, dos 10 Mandamentos
da Lei Deus, sete são preceitos proibitivos. Em qualquer sociedade onde tudo é
permitido, nada fica de pé. Ela se torna insustentável, e acaba por desaparecer
na anarquia geral.
* * *
Aconselho vivamente a aquisição da revista Catolicismo deste
mês (edição nº 809), que desenvolve em sua matéria de capa o tema:
SORBONNE – MAIO de 68
Rebelião radical contra os valores da Cristandade
— 50 anos depois, o que ficou?
* * *
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