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sábado, 19 de maio de 2018

DOM CESLAU STANULA - Maria, a Mãe da Igreja.

08/05/2018

O Papa Beato Paulo VI na promulgação da Constituição Lumem Gentium, terminou sua alocução proclamando Maria a Mãe da Igreja, título que não aparece no documento conciliar. Logo este  titulo se tornou a invocação de Maria e foi acrescido às “Ladainhas lauretanas"

Em fevereiro 1974 o mesmo  Papa Beato Paulo VI publicou a Exortação Apostólica Marialis Cultus. sobre o culto de Maria, como parte da renovação litúrgica introduzido pelo Concílio Vaticano II. Nesta, explica o lugar de Maria no ciclo litúrgico da Igreja e o sentido das festas  marianas. A Exortação segue a orientação do  Concílio: "promovam generosamente o culto, sobretudo o litúrgico, para com a Bem-Aventurada Virgem Maria; dêem grande valor às práticas e aos exercícios de piedade recomendados pelo magistério" (LG 67). 

Neste ensinamento, Paulo VI articula a questão da cultura e da inculturação do culto a Maria, como a Mulher que soube viver no seu tempo e inserir-se no mistério de Cristo, porque foi a mulher que acreditou naquilo que o Senhor tinha dito. 

Com a proteção de Maria e a minha humilde oração e  a benção, uma boa e repousante noite. 
Dom Ceslau.

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09/05/2018

É interessante, como  o Papa Beato Paulo VI, na sua exortação apostólica sobre o Culto de Maria acentua a importância da devoção popular, que na verdade não entra na liturgia oficial da Igreja. 

A devoção popular é a expressão da fé, do carinho, da presença de Deus e de nossa Senhora na  vida cotidiana do povo.  Aí está o valor da devoção popular, tão apoiado, propagado e aconselhado pelo Papa Beato Paulo VI e principalmente  pelo papa São João Paulo II. Na Exortação Apostólica sobre o Culto Marino o Paulo VI fala das Ladainhas, do terço, da reza da hora do Anjo, das Três Ave Marias.... 

A devoção popular tão cara ao nosso povo tanto na roça como nas grandes cidades tem o reconhecimento eclesial. Vejo tantas pessoas nas suas caminhadas matinais com o terço na mão, no ônibus indo ao trabalho com o terço na mão...no avião, com o terço na mão... Expressão da fé e da presença de Deus e de Maria na vida  cotidiana deles. 

Oxalá estas expressões não desapareçam com o tempo... 

Com a benção e a oração. Uma excelente e repousante noite para você.
Dom Ceslau.

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10/5/2018

A ladainha é a expressão da Piedade popular.

A palavra ladainha vem do grego que  significa, súplica, intercessão.

Para realmente colocar o coração na oração verbal e indispensável compreensão das palavras, ou frases expressas na oração que elevamos a Deus, no nosso caso específico, das ladainha. Neste mês de maio o povo canta a Ladainha de N. Senhora, chamada também a Ladainha Lauretana ou Loretana, composta no fim da Idade Média. Leva este nome da cidade de Loreto (Itália), onde se encontra, segundo a tradição popular, a Casa de Maria. A ladainha lá rezada frequentemente pelos fiéis,  recebeu o reconhecimento e a aprovação do papa Sixto V en 1587. 

Algunas invocações atualmente  usadas foram acrescentados à ladainha original por uma série de Papas ao longo da história. 

Que Nossa Senhora interceda por nós. 

Com a benção e oração, desejo uma noite tranquila de paz.
Dom Ceslau.

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11/5/2018

A Ladainha da Santíssima Virgem Maria tem interessante composição. Podemos claramente destacar suas "tonalidades". As primeiras invocações destacam a santidade de Maria em três invocações: a santidade de Maria como pessoa, seu papel como Mãe de Jesus Cristo e sua vocação como virgem. 

Depois em doze invocações meditamos  a maternidade de Maria, seguindo os seis ( 6) títulos de Maria  Virgem, mas  a virgindade  tratando não só como o  seu mérito, mas  a eficácia da sua virgindade. 

Segue depois a simbologia. São treze invocações simbólicas, em sua maioria tirados do Antigo Testamento  referentes  ou atribuídos a N.Sra, evidenciando suas virtudes e seu papel como co-redentora da humanidade. 

Os quatros títulos seguintes exaltam o papel de Maria como intercessora por nós na nossa vida cotidiana. E termina a Ladainha  com treze invocações da Maria como a Rainha, terminando com a invocação: Rainha da Paz.
Eu pessoalmente sempre acrescento ainda: Rainha do Brasil. 
Que linda é teologicamente profunda oração a Maria, quando a rezamos  conscientemente. Rezando assim ela não se torna enfadonha, mas enriquecedora. 

Com o a benção e oração pela intercessão da Mãe. Boa noite.
Dom Ceslau.

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14/05/2018

O Ofício de Nossa Senhora

Entre tantas formas de devoção a Maria muito conhecida e praticada é o Ofício de Nossa Senhora. Em fevereiro este ano fui convidado pregar o retiro espiritual para o clero de Camaçari. Uma noite foi dedicada a Maria. Os padres escolheram entre outras formas homenagear a Maria o Oficio.
Reunimo-nos nos jardins do Convento de Dom Amando em SSA, rodeando a a Gruta de Nossa Senhora para lá cantar. 

Eu fiquei encantado com a piedade e a devoção com que os padres cantaram, na maioria de cor, o Oficio de Nossa Senhora. Sinal, que esta devoção herdaram das suas casas.

Como surgiu esta forma de devoção? O Ofício foi escrito na Itália no século XV pelo franciscano Bernardino de Bustis, e aprovado pelo Papa Inocêncio XI em 1678. No Brasil foi muito propagado, sobretudo no Nordeste, por Frei Damião.

Uma antiga tradição (lenda) conta que Nossa Senhora se ajoelha no céu quando alguém na terra reza este Ofício. Muitos santos rezavam este ofício todos os dias. (continua).

Com a benção e oração na sua intenção. 
Dom Ceslau
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15/05/2018
A estrutura destes hinos


Qual é a estrutura destes hinos. O Ofício de Nossa Sra. segue a forma do Ofício das Horas (ou Breviário), que desde diaconato o clero está obrigado a rezar. A intenção do Breviário sacerdotal é prolongar a Santa Missa ao longo do dia, consagrando todos as suas horas. 

O Oficio de N. Sra. composto para ser cantado ou recitado de uma só vez ou seguindo a Liturgia das Horas, também tem este mesmo objetivo. Foi escrito originalmente em latim no século XV pelo monge franciscano Bernardino de Bustis, como já dissemos ontem, tendo sido aprovado pelo Papa Inocêncio XI em 1678, e enriquecido pelo Papa Pio IX em 1876 com indulgências especiais. 

O oficio, como antigo Breviário, consta de sete partes, rezado originariamente assim: Matinas e Laudes de madrugada, Prima as seis de manhã , Terça as nove  de manhã, Sexta, meio dia,  Noa as três da tarde, Vésperas, as seis da tarde e a Completas, as nove da noite. (continua).

Com a benção e oração, uma boa noite e Maria que vele pelo seu sono. 
Dom Ceslau.

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16/05/2018
Divisão de horas

Mas como entender esta divisão de horas, para nós tão estranha? Para entender, temos que saber como era dividido o tempo de um dia (24h) na antiguidade. 

Os judeus e outros povos antigos contavam o dia de um pôr-do-sol até outro. Para fins civis, o dia e a noite constavam, respectivamente, de 12 partes iguais: 4 períodos de 3 horas cada para a noite, que vão do pôr-do-sol ao nascer, e quatro períodos de 3 horas cada para o dia, que vão do nascer ao pôr-do-sol. A Igreja cristão assumiu esta divisão do tempo e para santificar o dia todo e estabeleceu dois ofícios: o Ofício da Noite e o Ofício do Dia. O dá noite chamado de Ofício das Vigílias. Seguia-se lhe a prece da aurora ou da manhã, chamada por isso Matinas. Mais tarde, deram às Vigílias o nome de Matinas, e às Matinas o de Laudes. O Ofício do Dia constava de Prima, Terça, Sexta, Noa, Vésperas e Completas

Complicado, não é? Mas assim se compreende porque estes nomes das partes de oficio como laudes, prima, terça etc.(continua).

Uma repousante noite com a benção de Jesus e proteção de Maria. Boa Noite. 
Dom Ceslau.
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17/05/2018
A mensagem louvadora a Maria

Depois de apresentar a estrutura do Oficio de Nossa Senhora, adentremo-nos na sua mensagem louvadora a Maria. 

O autor do Oficio, conhecedor e estudioso da Bíblia, predominantemente do Antigo Testamento, escolheu para cada hora do dia um trecho, ou um episódio bíblico, fazendo comparações ou alusões a Maria. Assim o Oficio de Nossa Senhora se tornou o oficio mais bíblico do que simples poesia produzida em louvor a Maria. Sabendo que o Oficio está feito como uma colcha de retalhos, de textos bíblicos do antigo e Novo Testamento, rezando ou cantando o Oficio, somos convidados a leitura da Bíblia Sagrada, principalmente do texto citado no oficio e a meditá-lo (leitura orante da Bíblia). A meditação está unida a louvor de Maria e sob a proteção de Maria.

Então, resumindo, o Ofício de Nossa Senhora, tão conhecido pelo nosso povo, é composto dos textos bíblicos com a referência a Maria. (continua).

Com a minha benção e oração, desejo um boa noite sob a proteção de Maria. 
Dom Ceslau

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18/05/2018
Ofício de Nossa Senhora - Com meditação bíblica

O Pe. Cristovão Dworak, redentorista fez um livrinho com o título "Oficio de Nossa Senhora – Com meditação bíblica". Além de apresentar do texto do Oficio fez o comentário das citações bíblicas mencionadas no oficio. Desta sua obra retirei alguns  comentários, como simples "tira gosto".

 “TRONO DO GRÃO SALOMÃO” (1 Rs.10,18-20) Tão belo e luxuoso era o trono do grande rei Salomão, que a Bíblia exclama: `Nada de semelhante se fez em reino algum! Era de marfim, todo revestido de ouro puro. Deus preparou para Jesus em Nossa Senhora um trono infinitamente mais belo e nobre, enriquecendo-a com toda espécie de graça.

 “VELO DE GEDEÃO” - Gedeão, que foi Juiz em Israel, obteve de Deus um duplo sinal de vitória sobre os inimigos madianitas que oprimiam o povo. Jz 6,36-40. O orvalho que desce antes sobre o velo e o humedece, e depois sobre toda a terra, representa a plenitude de graça que Maria recebeu, para depois comunicá-la à humanidade inteira.

 “SARÇA DA VISÃO” - Deus chamou Moisés para libertar seu povo, aparecendo-lhe numa sarça, que ardia sem se consumir (Êx 3, 1-6). Nossa Senhora está simbolizada na sarça, porque deu à luz ao Salvador, que liberta o mundo de todo tipo de escravidão, sem prejuízo da sua virgindade. E assim por diante. 

Que o Oficio se torne realmente a oração que nos faça compreender melhor a Mensagem de Deus na Bíblia pela intercessão de Maria.

Com a benção e oração, confiando na proteção de Maria. Boa noite. 
Dom Ceslau.

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Dom Ceslau Stanula – Bispo Emérito da Diocese de Itabuna-BA, escritor, Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL

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