BORDO DO Pedro II
27º DIA
Um churrasco no campo; oferecido pelos senhores Alvelar
Hermanos.
Fraternidade, camaradagem, lisonjeiras referências ao Brasil
e aos brasileiros.
Agradeço saudando a gentileza argentina.
Jardim Zoológico.
Jardim Botânico.
Admiráveis, bem cuidados, bem tratados.
Ricas coleções vegetais.
Uma vitória-régia amazônica.
Orquídeas do jardim botânico do Rio.
Begônias brasileiras.
Um tatu. Um tapir.
Saúdo-os, são patrícios.
A rica flora e fauna argentina apresenta aspectos surpreendentes.
Águias, cisnes, cegonhas, gaviões e o rei do espaço, o
condor, imponente, majestoso.
Foi um belo passeio, uma aula magnífica.
Um belo e útil dia.
....
28º DIA
Hoje é dia dedicado à Embaixada. Passo na sua biblioteca o
dia inteirinho, vendo arquivos, lendo, compulsando, analisando.
Toda a nossa história ali catalogada ao lado da do Uruguai e
Argentina.
Documentos interessantes e impressionantes.
Verdadeiro veio de informações preciosas.
Artigas, Rosa, Solano Lopez, ao lado dos nossos grandes
vultos.
Caxias, Osório, Tamandaré...
... e centenas de outros mais.
29º DIA
Passeio com o meu cicerone, e o secretário da Delegação por
toda Buenos Aires, esse imenso formigueiro humano, de ruas e avenidas
geométricas à europeia, e praças e jardins maravilhosos, estátuas e palácios.
É, de fato e de direito, a mais importante cidade sul
americana, mas está longe, muito longe da “maravilhosa”.
O Rio de Janeiro é
único.
Tem tudo: beleza, comércio, movimento, passeios
encantadores.
É o espelho do Brasil.
É a sua sala de recepção.
É a sua mais importante glória.
....
30º DIA
Vi tudo. Analisei. Comparei.
Em conclusão:
Nada se compara ao Brasil.
Nem em progresso,
nem em artes,
nem em palácios,
nem em ruas, praças e jardins,
nem em comércio,
nem em indústria,
nem em riquezas.
E quanto à beleza do seu solo,
das suas montanhas,
das suas cascatas,
dos seus rios,
dos seus mares,
dos seus lagos,
nada há que se compare.
E quanto à bondade da sua gente,
e a sua cativante hospitalidade,
nada há que lhe supere,
e que se possa comparar...
(AQUARELAS E RECORDAÇÕES Capítulo XXII)
Francisco Benício dos Santos
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