As Encíclicas, por mais que não contenham definições
infalíveis, elas merecem respeito e a nossa adesão, aceitação religiosa. Por
isso a gente não pode rejeitar o ensinamento em determinada Encíclica. Assim
afirma o Papa Pio XII na enc. Humani generis (Genero Humano) em 1950, quando
disse: “Não se deve julgar que o que vem proposto nas encíclicas não exige
assentimento, sob o pretexto de que os Papas aí não exercem o supremo poder do
seu magistério”.
A Encíclica não define, e nem altera um dogma de fé, mas atualiza
a doutrina católica através de um ensinamento ou um tema da atualidade e é
vista como a posição da Igreja Católica sobre um determinado tema. (Veja: D.
Estevão Bettencourt :“Pergunte e Responderemos” (Nº 483) citado pelo Prof.
Filipe Aquino).
A Encíclica é o instrumento do ensino ordinário do Papa. Os
bispos usam os documentos parecidos, chamados Cartas Pastorais. Então a
encíclica está reservada para o papa e os bispos usam no seu ensino Cartas
Pastorais.
Com a benção e oração, desejo uma excelente e repousante
noite.
Dom Ceslau.
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10/04/2018
Estou em Aparecida na Conferência da CNBB que começa
amanhã. Deus abençoe a todos. A todos apresento a Nossa Senhora Aparecida.
Segue a reflexão.
Bula
Muitas vezes ouvimos falar sobre a Bula
Apostólica. O que é o Documento Papal chamado Bula?
Na Roma antiga, “bulla” significava um pequeno globo de
metal vazio, que os vencedores de um prémio traziam pendurado do pescoço.
A partir do século VI os Papas empregaram a bula (portadora
do nome do respectivo Papa) a fim de autenticar os seus documentos. Desde o
século XIII Bula designa não apenas o globo de metal, o carimbo ou sinete do
Papa, mas a própria carta à qual ele se prende.
Na Bula o Papa geralmente
exprime algo de muito solene, como um Dogma, criação de uma Diocese, nomeações
de bispos etc.
A Bula começa pelo nome do Papa, dito “servus servorum Dei”
(servo dos servos de Deus), segue-se uma saudação e o conteúdo do documento.
Utiliza-se o pergaminho. Antigamente a letra era de tipo gótico e apresentava
no texto diversas abreviações que dificultavam a leitura. Leão XIII, em 1878,
determinou que se utilizasse a escrita comum. As Bulas na sua apresentação
visual passavam por adaptações ao tempo.
A última “roupagem” deu o papa Pio X. As Bulas têm pendurado com cordões
coloridos, um globo de chumbo no qual está gravada a imagem de São Pedro e São
Paulo.
Eu já tenho duas desta Bulas: nomeação para o bispo diocesano de
Floresta e nomeação para o Bispo Diocesano de Itabuna.
Deus te abençoe e te dê uma noite serena e de muita paz.
Dom Ceslau
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11/4/2018
O primeiro dia da Conferência foi dedicado as questões de
organização , Visão da realidade sócio - religiosa hoje.
Continuando a nossa reflexão sobre o magistério, vejamos o
que é Exortação Apostólica.
O outro meio do Magistério do Papa no seu ensino
ordinário é a Exortação Apostólica. Esta tem o caráter menos solene, que
uma encíclica, mas, não menos importante. Este documento transmite um
ensinamento do papa a respeito de um assunto com o objetivo de esclarecer e
animar os fiéis na vivência do mesmo.
Geralmente a Exortação Apostólica o Papa a
publica após um sínodo. Os padres sinodais lhe apresentaram
propostas conclusivas do sínodo, e o Papa elabora o documento. Mas a
Exortação Apostólica não está ligada só aos Sínodos. O Papa a publica
livremente, como por exemplo a Exortação recente do Papa Francisco,
publicada nesta semana, sobre o chamado a santidade,
"Exultai-vos e Exultai". As Exortações que mais foram
comentadas e estudadas, a meu ver, foram a sobre a Evangelização
"Evangelii nunciandi" do papa Paulo VI, depois a "Familiaris
Consórcio" do Papa João Paulo II, sobre a família de hoje, do
Bento XVI Verbum Dei sobre a sagrada Escritura e do Papa Francisco, Evangeli
Gaudium, sobre a alegria de Evangelizar.
Uma boa e tranquila noite. Com a benção e oração aos pés de
N.S. Aparecida.
Dom Ceslau
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12/4/2018
Na Conferência em Aparecida hoje dia 12.04.18, trabalhamos
praticamente o dia inteiro sobre o tema central que é a formação sacerdotal e
os seminários.
Continuando as nossas reflexões sobre o Magistério ordinário
do Papa vejamos o que é o Motu Proprio
Motu Proprio (do latim - por iniciativa
própria-) é o documento expedido por iniciativa própria do Papa, pelo qual,
quer recomendar algo com particular empenho. Os primeiros documentos deste tipo
apareceram durante o pontificado de Inocêncio VIII (1484-1492).
O Motu Proprio, publicado sem nome de destinatário, tinha alcance mais amplo; pode abordar temas importantes ou introduzir novas disposições legislativas. Assim o Papa Paulo VI pelo Motu Proprio de “Ecclesiae Sanctae” modificou alguns traços do Direito Canônico; 1971 remanejou normas do procedimento que investiga a nulidade de um casamento.
O Motu Proprio, publicado sem nome de destinatário, tinha alcance mais amplo; pode abordar temas importantes ou introduzir novas disposições legislativas. Assim o Papa Paulo VI pelo Motu Proprio de “Ecclesiae Sanctae” modificou alguns traços do Direito Canônico; 1971 remanejou normas do procedimento que investiga a nulidade de um casamento.
O Papa Francisco, modifica, com o Motu Proprio: “Mitis Iudex
Dominus Iesus” (Senhor Jesus manso juiz) o procedimento da declaração de
nulidade do matrimonio; e o último documento Motu Proprio “Aprender de
despedir-se” de fevereiro 2018, regula a renúncia dos bispos dos seus cargos
por motivo de idade).
Este é o documento Motu Proprio que utiliza o Papa na sua
missão como Pastor Universal da Igreja Católica.
Deus nos abençoe. Com a oração e o abraço. Uma boa e
tranquila noite.
Dom Ceslau.
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13/4/2018
Hoje o terceiro dia da conferência percorreu no estudo do
documento sobre a formação sacerdotal nos seminários.
Voltando ao tema do nosso estudo, término sobre os
documentos papais.
Estes são os principais meios com as quais o Papa exerce o
magistério ordinário. Claro, incluindo as suas homilias, cartas e
mensagens. Tomei a liberdade de explicar o significado dos documentos mais
importantes, que nos ambientes eclesiásticos ouvimos com frequência. Esta
linguagem para muitos católicos está desconhecida, o que dificulta a compreensão,
o entendimento das razões da nossa fé.
Como - uma comparação
de agora - quando assistimos os debates jurídicos na TV, só alguns
entendem a linguagem dos juízes e advogados, e a maioria está esperando que
alguém “traduza” esta linguagem para a “nossa”.
Os bispos nas suas Dioceses, no seu magistério se servem dos
documentos da Igreja, seguindo o magistério da Igreja e a traduzem em suas
homilias e em ocasiões especiais nas Cartas Pastorais. Por exemplo, a última
que recebi foi da Diocese de Ilhéus (BA), de outubro de 2017, Dom Mauro
que escreveu sobre cuidado com a Liturgia. Aliás, muito boa e muito
oportuna. O Dom Armando Bucciol da Diocese de Livramento de Nossa Senhora (BA)
escreve livrinhos de orientações litúrgico-catequéticas. O último dele foi: Sinais
e Símbolos, gestos e palavras na Liturgia (Para compreender e viver a Liturgia)
As orientações e explicações muito claras e muito interessantes, que ajudam a
viver a nossa fé.
Este é o magistério ordinário dos Bispos nas suas Dioceses
em comunhão com o Magistério do Papa, da Igreja.
Com a benção e oração. Boa noite.
Dom Ceslau
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Dom Ceslau Stanula – Bispo Emérito da Diocese de
Itabuna-BA, escritor, Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL
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