Defendendo e atacando
Carlos Alberto nasceu em Itabuna, mas foi
criado em Ubaitaba, onde reside até hoje como funcionário aposentado do Banco
do Brasil. Depois de jogar no Flamengo de Itabuna, Galícia e Vitória de Salvador,
encerrou a carreira de jogador ainda com muito futebol para dar em qualquer
grande clube brasileiro.
Era um
médio volante com bons recursos técnicos, que atacava e defendia com
facilidade. Já jogava naquele tempo o futebol moderno de hoje.
Ele contou
que tudo começou quando ainda era torcedor do futebol em Ubaitaba, mas foi em
Itabuna que viria a se interessar em seguir a carreira de jogador. Seu primeiro
time como jogador foi o Flamengo, que era dirigido por Osvaldo Benevides. Jogava
ao lado de Tombinha, Abiezer e Santinho, “numa equipe sintonizada e forte”.
“O futebol
amador daquele tempo era bonito. Eu me dedicava ao máximo no campo porque amava
Itabuna e o futebol que era jogado no Campo da Desportiva”, disse Carlos
Alberto. Lembrou que com esse empenho conseguiu ser campeão na seleção de Itabuna
e no Flamengo. Fez muitos gols, não desperdiçando a chance de fazê-los quando o
adversário dava bobeira. Era um excelente batedor de falta. Batia colocando a
bola lá na forquilha onde a coruja dorme. Fez muitos gols bonitos batendo falta
fora da grande área, de qualquer parte.
Para Carlos
Alberto, Osvaldo Benevides foi um dos dirigentes esportivos que muito fez pelo
futebol amador de Itabuna. Era também um torcedor apaixonado pelo Flamengo. Como
o foram os dirigentes Paulo Ribeiro, Juquinha Nunes e Iêdo Nogueira.
Sobre os
jogadores de sua época, que atuaram no Campo da Desportiva, frisou que Santinho
foi um grande craque, que como poucos soube fazer do futebol uma arte. Tombinha
era outro bom jogador. Ganhava o adversário na catimba. O melhor ponteiro esquerdo que Carlos Alberto
viu jogar, em toda sua carreira esportiva, foi sem dúvida Fernando Riela. Fazia
maravilhas com a bola, deixando o marcador humilhado com tanto drible que ele
lhe aplicava.
Fez questão
de ressaltar que melhor do que Fernando só mesmo o Fernando. Ele tinha um nível
técnico incomparável na posição. O centroavante Pinga fazia gols de um craque
artilheiro. Piaba e Ronaldo Dantas eram zagueiros de muita garra. Zé Reis e
Florizel tinham faro de gol. Brilharam na posição de centroavante, tanto no
futebol amador como no profissional.
Com relação
ao Velho Campo da Desportiva, disse que foi uma das coisas boas que já teve e
região cacaueira baiana. Um campo que tinha o piso mal cuidado, mas que foi
cenário de grandes partidas do futebol amador. Quando a seleção da cidade
jogava pelo Intermunicipal, com times profissionais de Salvador ou até mesmo
com os grandes clubes do Rio, o pequeno Campo da Desportiva virava um grande
estádio de futebol pela emoção e brilho que proporcionavam aos torcedores,
através de grandes lances de jogadores admiráveis. Beleza pura! Foi um espaço
esportivo formador de grandes jogadores. Ele agradecia a Deus pelos momentos
felizes que teve como jogador de futebol no velho e inesquecível Campo de
Desportiva, bem como na Fonte Nova em Salvador onde viveu grandes alegrias,
tendo sido escolhido pela crônica esportiva como o melhor da posição em algumas
temporadas.
Cheio de
boas recordações e ainda um apaixonado pelo futebol, ele disse que o seu maior
sonho é ver Itabuna brilhar novamente como no passado quando a cidade se sentia
orgulhosa pelo belo futebol que os atletas apresentavam.
(O VELHO CAMPO DA DESPORTIVA – Edição Comemorativa do
Centenário de Itabuna)
Cyro de Mattos, escritor e poeta. Primeiro Doutor
Honoris Causa pela Universidade Estadual de Santa Cruz. Membro efetivo da Academia
de Letras da Bahia, Pen Clube do Brasil, Academia de Letras de Ilhéus e Academia
de Letras de Itabuna. Autor premiado no Brasil, Portugal, Itália e México.
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