Brasil 17.04.17
Janaína Paschoal escreveu ao O Antagonista sobre este um ano
do impeachment de Dilma Rousseff:
"Após um ano do afastamento de Dilma Rousseff, vieram a
público fatos ainda mais graves do que aqueles debatidos durante o processo de
impeachment. Em sua delação (não contestada pelos envolvidos), Marcelo
Odebrecht afirma ter se reunido com Graça Foster, no Hotel Transamerica em São
Paulo, para tratar do pagamento de propinas. Só o que interessava a Graça era
saber se além do PMDB, o PT também seria beneficiado. Marcelo diz que,
relativamente a um contrato, Graça não entregou o combinado e ele foi
pessoalmente falar com Dilma. Marcelo falou abertamente a Dilma que PMDB e PT
haviam sido pagos pelo contrato. No lugar de denunciar os crimes, Dilma pediu a
Mantega e a José Eduardo Cardozo que intermediassem o conflito entre Marcelo e
Graça. Ou seja, ela queria que a Odebrecht continuasse sendo contemplada."
Mas não é só, acrescentou uma das advogadas do impeachment:
"Emílio Odebrecht confirmou o que escrevemos em nossa
denúncia, ao trazer detalhes das operações feitas com a ditaduras parceiras do
petismo. Lula garantiu a liberação do dinheiro pelo BNDES e, depois, Dilma
perdoou a dívida. Como faláramos, já em setembro de 2015, o conluio entre
Odebrecht, Lula e Dilma é inegável. No lugar de enfrentar os fatos, como fez
durante todo o processo de impeachment, o advogado de Dilma ressuscita a teoria
da vingança. Trata-se de uma cortina de fumaça para, novamente, fugir de
explicar as graves imputações. Aproveitam o fato de haver muitos políticos e
partidos acuados, para tentar dar cores à ficção do golpe. A estratégia deles é
a maior prova de sua culpa."
Janaína completou:
"O que veio à tona após o afastamento de Dilma prova
que fizemos um grande bem ao país, tirando esse partido do poder. A prova que
Dilma sempre soube e participou ativamente de tudo é que, apesar das
revelações, ela continua fazendo cara de paisagem. Ela é muito mais esperta do
que parece. Enganados fomos nós. Como sempre disse, que caia quem tiver que
cair, não tenho partido nem político de estimação. O impeachment foi a melhor
coisa que poderia ter ocorrido para o nosso país. Se voltássemos no tempo,
pediria o impeachment de novo. A única diferença seria que a delação da
Odebrecht seria anexada."
* * *
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