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quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

RAIAR DE DIAS MELHORES - José Sarney


Depois de longo período de pessimismo, todos nós, uns mais, outros menos, vivendo entre o medo e a solidão, entre o mistério e a angústia, sem saber o que aconteceria não somente com nossas pessoas e famílias, mas também com o mundo, surge, embora de maneira tênue, um primeiro raio de esperança, com a possibilidade de entrarmos num período que todos esperávamos há tanto tempo: o início do processo de se imunizar a população e afastar o temor de se ser vítima de uma doença que surgiu como um mistério, que ninguém sabia o que era exatamente, quais suas consequências, até onde ela podia chegar e se a Humanidade estava numa ameaça que podia a levar a sua destruição total, ou ao menos a impor uma nova e diferente forma de viver em sociedade.

A primeira adaptação, a do relacionamento. Não se conhecia outro método de prevenção senão o isolamento, que por sua vez nos obrigava a não ter contato com as pessoas, inclusive as mais próximas, as mais ligadas pela amizade e pelo carinho. Usar máscara, tirar o prazer de ver os rostos queridos, lavar as mãos, excluir cumprimentos e evitar qualquer contato de grupo.

Por outro lado, todos sentimos o impacto sobre a economia, com a perda de empregos, de trabalhos, o fechamento das lojas, dos mercados e a disseminação do receio da contaminação.

O desconhecimento de quaisquer formas de tratamento fez com que estas fossem sendo descobertas à custa de muitas vidas, ao lado dos fantasmas dos medicamentos promovidos como eficazes sem respaldo científico e em total descompromisso com suas consequências e seus efeitos colaterais.

Acompanhamos o esforço gigantesco das autoridades sanitárias para enfrentar os perigos e a perda de tantas vidas de profissionais de saúde, verdadeiros heróis, que desafiaram — e desafiam — a morte e deram o máximo de solidariedade e conforto aos doentes e a seus entes queridos, no sofrimento da espera e do desconhecido. Continuamos a viver nesse clima, mas até agora não chegava a nós, concretamente, qualquer forma de enfrentamento deste mal.

Nos resgata a ciência e a determinação do homem em colocar o seu saber a serviço do próximo e de todos os povos. Nunca houve um esforço científico da magnitude do que foi feito para encontrarmos os caminhos de salvação.

Enquanto isso, paralelamente, assistíamos à disputa desumana de grupos econômicos, pensando nos lucros que adviriam a quem encontrasse sucesso em suas pesquisas, e até de países pensando em geopolíticas. Nada de pensar na Humanidade, no sofrimento, na morte dos atingidos e sim nas oportunidades que a miséria podia gerar.

Depois da escuridão, da longa angústia e do sofrimento, surge um raio de luz com o anúncio de que já no início do próximo ano haverá alternativas de vacinação para proteger a humanidade. Estamos mais uma vez num ponto de inflexão — aqui mesmo o País cresceu 7,7% no último mês, aquém do que era esperado, mas nos dando um sinal de que em algum momento vamos retomar nosso crescimento — e sentimos a esperança voltar ao mundo, no que para nós é o caminho cristão, marcado pelo Natal do Menino Jesus. Que, com Ele, não nos faltem a fé e a esperança.

O Estado do Maranhão, 06/12/2020

 

https://www.academia.org.br/artigos/raiar-de-dias-melhores

 

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José Sarney - Sexto ocupante da Cadeira nº 38 da ABL, eleito em 17 de julho de 1980, na sucessão de José Américo de Almeida e recebido em 6 de novembro de 1980 pelo Acadêmico Josué Montello. Recebeu os Acadêmicos Marcos Vinicios Vilaça e Affonso Arinos de Mello Franco.


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OS PINGOS NOS IS


 

O QUE O ÍCONE DE NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO TEM A VER COM O NATAL?


Tom Hoopes publicado em 28/12/20

O ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro não é associado ao Natal, mas deveria

Depois de anos sem prestar muita atenção a ele, o ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro se tornou minha imagem favorita de Natal neste Advento.

A imagem é, de fato, um ícone bizantino do século 13, que atualmente instalado na Igreja de Santo Afonso em Roma. Ele retrata a A Virgem Maria e o Menino Jesus ao centro, além dos arcanjos Miguel e Gabriel em cada lado.

Adam Jan Figiel | Shutterstock


Os anjos e Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

O ícone me fez lembrar que as coisas que me desencorajaram no passado são o que me atraem agora, revelando todo o significado do Natal.  Os anjos, portanto, são lembretes do verdadeiro poder do Natal. Os dessa imagem sempre me lembravam insetos incomodando a Mãe Santíssima. Mas é claro que não são. Ao contrário: eles são mensageiros de Deus carregando uma cruz e pregos.

Além disso, Eles são lembretes de que Jesus nasceu em Belém para morrer por nós no Calvário. E sua morte não foi uma coisa fácil, porque ele era, de fato, Deus. Foi, portanto, uma coisa dolorosa que o assustou porque ele também era homem. E, como um verdadeiro homem, precisava de apoio e encorajamento. Ele herdou isso de sua mãe, e nós também podemos herdar.

Jesus

Jesus se parece com uma criança e com uma pessoa mais velha ao mesmo tempo, lembrando-nos que o Natal é para todos. No ícone, seguindo os costumes das Igrejas Orientais, não parece infantil. Este é um bom lembrete de duas coisas. Primeiro, que mesmo quando adulto, seu relacionamento com a mãe perdurou. Segundo: ele nos convida a esse relacionamento com ela, não importa nossa idade.

Da mesma forma, o filme A Paixão de Cristo expressa a mesma ideia quando a presença de Maria dá a Jesus a força para enfrentar a Paixão. Isso está especificamente em uma cena em que Maria o confortou quando criança.

No ícone ele segura a mão dela assustado com os sinais de sua Paixão, um hábito que teria começado na primeira noite de Natal – e um hábito que pode começar para nós agora mesmo.

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

Neste ícone, a imagem séria de Maria nos lembra que o Natal é mais profundo do que a superficialidade com que o vestimos.

Eu já vi, entretanto, versões do ícone em que os artistas colocam um sorriso no rosto de Maria. Eu entendo por que eles fazem isso. Seu rosto parece duro e desagradável para nós, pessoas do século 21, acostumadas a celebridades sorridentes e fotos de perfil selecionadas.

Mas as pessoas da maioria dos tempos e lugares do mundo reconheceriam esse olhar: é a expressão de uma mulher que sabe que a vida é difícil e que o futuro trará mais dificuldades. Entretanto, ela olha para o céu em busca de esperança – e sabe que ela virá.

As sandálias

A sandália caindo do pé de Jesus me lembra que há Alguém maior do que João Batista aqui. Além disso, o fato de a sandália estar caindo pode significar que Ele não esta amarrado a esta terra, pois ele também é divino.

Para mim, esta cena sempre me faz pensar em João Batista, que repetiu notoriamente durante o Advento que não era digno de amarrar as sandálias de Jesus. Gosto de lembrar que Maria, sim, era digna de fazer isso.

Enfim, no Natal, esse ícone me lembra que, embora o presente mais importante que recebemos seja um salvador glorioso, o presente secundário que recebemos é uma ótima mãe.

O Natal, portanto, é o tempo perfeito para nos consagrarmos a ela!

 

https://pt.aleteia.org/2020/12/28/o-que-o-icone-de-nossa-senhora-do-perpetuo-socorro-tem-a-ver-com-o-natal/?

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