Itabuna Centenária Artes & Literatura - ICAL
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sábado, 5 de julho de 2025
Uma noite feliz, Cativante e de encantamento.
Show musical Águas de Meu Rio, poemas de Cyro de Mattos musicados por Lima Junior. Beleza!
Lá estava na plateia muita gente bonita de Itabuna.
E no palco o compositor Lima Junior, estrela da noite, a
cineasta Raquel Rocha, o músico Emerson Mozart, o apresentador Rafael Gama, o
cantor Sérgio Sepúlveda, o pianista
Márcio Tadeu, engenheiro de som Adilson Nascimento.
Destaque no público as
alitanas Tica Simões, Raimunda Assis, o advogado Rocha, esposo de Lurdes
Bertol, o vereador Clodovil, o médico Pedro Bezerra, o escritor Ademilton
Batista, o professor doutor Efferson Braga, a professora Jussara, diretora da
Escola Arco-Iris, o ativista cultural
Egnaldo e o empresário médico José de Melo Neto. . .
E muita gente bonita na plateia.
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Cyro de Mattos é
escritor e poeta. Autor de 70 livros pessoais e, entre eles, cinco de crônicas.
Também editado no exterior. Advogado e jornalista. Colabora quinzenalmente com
a revista da crônica Rubem, há mais de quinze anos editada pelo jornalista e
cronista Henrique Fendrich em Brasília, como homenagem a Rubem Braga, o melhor
cronista do Brasil. Conquistou o Prêmio Casa das Américas em 2023 com o livro
Infância com Bicho e Pesadelo e outras histórias.
segunda-feira, 30 de junho de 2025
segunda-feira, 23 de junho de 2025
quinta-feira, 5 de junho de 2025
terça-feira, 3 de junho de 2025
Cyro de Mattos
ADONIAS FILHO
"Diferente de Jorge Amado, que se interessa mais em contar a história de
princípio, meio e fim, com personagens previsíveis, vinculada aos saberes
populares, Adonias Filho tem na forma e ideia uma técnica revolucionária de
inventar um drama, uma tragédia. Escritor de alto nível estético, denso,
elíptico, de estilo poético no fraseado que ultrapassa o regional e alcança o
plano universal porque em sua narrativa há muito de simbolismo. Às vezes sua
linguagem tem entonação bíblica. A paisagem humana não é trabalhada em nível do
típico, exótico, e o cenário, tanto na geografia intimista da zona cacaueira
baiana como na urbana, é formado de magias e mitos. Um mestre na armação do
drama, na condução da tragédia. Sua obra é uma das perpendiculares da
moderna ficção brasileira. “
FLORISVALDO MATTOS
“Meu amigo e
patrício. Poeta de minha admiração. De lastro clássico, versos extensos.
De estro enorme, no épico, histórico, solidariedade social, evocativo do campo
com fatura lapidar. Desde o início, o bardo de Água Preta une o eu lírico
ao artesão da palavra com os instrumentos do sonho, sonoridades e metáforas
incandescentes de esperança resultando no discurso vigoroso, encanta a quem
lê.”
HÉLIO PÓLVORA
“Meu conterrâneo,
deu-me o prazer de ser o primeiro crítico arguto que se debruçou sobre um livro
de nossa autoria, foi muito generoso, não precisava tanto, coisas de
conterrâneo. É visível que a vocação desse contista tende para as
intenções de recolher e transformar na arte genuína as impressões que a vida
propõe nos momentos habitados por vozes vertiginosas. Seu conto Os Galos da
Aurora é um primor da prosa de ficção curta. Bastava que escrevesse as quatros
narrativas antológicas de Mar de Azov para ter seu lugar assegurado na
literatura moderna brasileira
JORGE AMADO
“Homem de coração
bom. Mantivemos uma rica relação de amizade. Também nascido em terras de
Itabuna, Escritor grandão, de linguagem sensual, despretensiosa, em sua maneira
fraternal de conceber o mundo. Para ele é mais importante o conteúdo, muitas vezes
interligado na trama, do que a palavra com a qual a vida é recriada. Construtor
de personagens que ficam para sempre. Faz pensar e ao mesmo tempo rir sua
mensagem de esperança, muitas vezes de fraternidade, vozes cheias de liberdade
na escrita irreverente.”
JORGE ARAÚJO
Nascido em Baixa
Grande, radicado há anos no Sul da Bahia. Poeta, cronista, contista, autor de
livros infantis, crítico literário, dramaturgo e ensaísta. Professor de
literatura aposentado pela Universidade Estadual de Santa Cruz. Tornou-se
Doutor em Letras com a tese Perfil do leitor colonial, em 1988, sendo
esse título concedido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Conquistou
duas vezes o Prêmio Nacional de Literatura da Academia de Letras da Bahia. Um
dos vencedores do Prêmio da Associação Brasileira de Editoras Universitárias.
Erudição e sensibilidade unem-se com lucidez em seus ensaios investigativos,
marcados por conceitos de alto nível e raciocínios inteligentes.”
JORGE MEDAUAR
“Também foi poeta,
esse contista de Água Preta, de estilo simples, cheio de humanidade ingênua em
suas histórias que prendem, desenhadas como flagrantes da vida diária na cidade
pequena, recheada dos costumes de seu tempo. Marcada com a boa prosa gostosa de
escutar, ler no bilhete, carta, notícia do jornal que vinha de Ilhéus no trem.
Aparentemente fácil, na serenidade de seu discurso há muita observação da vida
documentada com sensibilidade.”
SONIA COUTINHO
“Nascida em
Itabuna, cedo mudou-se com a família para Salvador. Viveu no Rio de Janeiro
onde exerceu o jornalismo e a tradução para sobreviver. Na traiçoeira invenção
da vida, os fados não lhe permitiram que desfrutasse do lado azul da canção.
Ficcionista de solidão em família, de atritos e conflitos, pungentes,
doloridos. Um momento singular da atual ficção brasileira, ao nível de Clarice
Lispector e Lígia Fagundes Telles.”
SOSÍGENES COSTA
“Poeta nascido em
Belmonte, que lhe inspirou Iararana, seu mito nativista. Quando
viveu em Ilhéus, viu a cidade como um búfalo fosfóreo, inventou uma sereia que
se despiu do mito, depois de ter lido Marx e Freud, e deu uma festa no mar.
Poeta de signos irregulares, mesclado nas vertentes barroca, parnasiana,
simbolista, modernista e popular. De tardia repercussão nas letras brasileiras.
Desenhou a flor do cacau toda orvalhada e moça. Mostrou que na lira não habitam
somente versos malditos, também existem as flores, os pavões de audição
colorida, fazendo a vida rútila e festiva.”
TELMO PADILHA
“Nascido em
Ferradas, distrito de Itabuna, onde também nasceu Jorge Amado. Em seu Voo
Absoluto há uma difícil travessia, exposta aos olhos como impossível de
aceitar. Seu discurso aprofunda-se nos temas impregnados de perda, fuga, medo,
solidão e morte. Em Provação, livro póstumo, o clima lírico do eu sereno
está impossibilitado de acolher a adversidade da vida armada pelo fato
estúpido, inexplicável, da derradeira verdade. A tragédia que ceifou o
filho amado vem ao debate através do eu reflexivo, lamento em grito, em que a
palavra aflora intensa na dor, emerge das silabas feridas na alma em delírio,
do coração que sangra, e não tem cura. Um livro que merece uma edição digna de
um poeta verdadeiro.”
VALDELICE PINHEIRO
“Outra poeta
nascida em Itabuna. Seus poemas bem construídos integram-se no repertório
valoroso da poesia produzida na Bahia. Atestam que, se a melhor poesia
produzida no Brasil hoje está no Nordeste, como foi lembrado pelo tradutor e
poeta Ivan Junqueira, acontece principalmente na Bahia. E, entre os baianos,
Valdelice Soares Pinheiro tem sua voz, sua impressão digital, seu talento, sua
ideia imaginada com precisão e saber, que se inscreve em patamar de afirmativo
nível literário.”
Outros autores de expressiva qualidade estão chegando para com suas criações dar andamento ao legado desse conjunto de escritores do melhor exemplo. Apesar de cometer o pecado da omissão, cito alguns deles: Antonio Junior, Renato Prata, Heloísa Prazeres, Piligra, Margarida Fahel, Marcos Luedy, Gustavo Felicíssimo, Ruy Póvoas, Heitor Brasileiro e Pawlo Cidade.
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Cyro de
Mattos é escritor e poeta. Autor de 70 livros pessoais e, entre
eles, cinco de crônicas. Também editado no exterior. Advogado e jornalista.
Colabora quinzenalmente com a revista da crônica Rubem, há mais de quinze anos
editada pelo jornalista e cronista Henrique Fendrich em Brasília, como
homenagem a Rubem Braga, o melhor cronista do Brasil. Conquistou o Prêmio Casa
das Américas em 2023 com o livro Infância com Bicho e Pesadelo e outras
histórias.
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quarta-feira, 7 de maio de 2025
Romance da Terra Amarga
Certa vez, a comissão julgadora desse concurso concedeu Menção Honrosa ao romance Terra Amarga, do baiano José Almiro Gomes, e foi constituída de Jorge Amado, Antônio Olinto e João Guimarães Rosa. Reconhecia assim as qualidades de um romance de conteúdo social no seu conjunto de vícios e virtudes. Essa obra ficou no fundo da gaveta durante décadas e agora na sua primeira edição pede passagem para remontar as vidas sofridas de camponeses subjugados nas relações entre os que mandam fazer e os que cumprem porque não veem outra maneira de sair do impasse, que lhes nega a vida de maneira justa.
Sua história acontece na Fazenda Aurora, no município baiano de Santo Antônio de Jesus. Foca as condições miseráveis de vida no latifúndio, com quase uma centena de trabalhadores descendentes dos negros escravos. Mostra a vida numa propriedade rural extensa com suas plantações de mandioca, fumo, café, cana e o extrativismo de madeira. Tem como personagens principais Du e Noratinha, o Coronel João Vicente, proprietário do latifúndio, e o feitor Alcebíades, ambos impiedosos nas relações com os seus trabalhadores.
Além do estilo desenvolto na condução onisciente das cenas, chama a atenção na trama os intertextos usados com a reprodução das cantigas de roda, ladainhas e improvisos do folclore regional. Recurso empregado na narrativa para atenuar o ambiente desumano em que vivem criaturas marcadas para trabalhar sem volta decente, a não ser sofrer e morrer. De repente um vento alegre derrama-se com sua festiva cantoria popular do folguedo. Alivia assim o cenário cruel de uma humanidade sedenta por dias redentores, cantando e dançando como forma de resistir às dores impingidas pela terra trabalhada em regime de quase escravidão.
Quem conheceu o autor desse romance de fundo social, que viveu na cidade sul baiana de Coaraci por muitos anos, soube como ele era um homem singular. Marido cuidadoso, pai exemplar, advogado corajoso e combativo, nunca se rendendo ao Juiz de Direito de comportamento duvidoso. Era apaixonado pela poética condoreira de Castro Alves, dos versos inigualáveis de Gabriela Mistral e Pablo Neruda, íntimo dos romancistas russos de cárter social.
Terra Amarga é romance que pode levar o leitor não especializado e o estudante a se familiarizar com uma série de noções importantes de sociologia literária, como grupo, socialização, relações de classe, trabalho, liberdade, opressão, personalidade, linguagem, tradição, sociedade, tensão, sobrevivência, dando uma visão global do mundo social numa zona do sertão baiano, no Brasil arcaico do século XX.
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Cyro de Mattos é escritor e poeta. Autor de 70 livros
pessoais e, entre eles, cinco de crônicas. Também editado no exterior. Advogado
e jornalista. Colabora quinzenalmente com a revista da crônica Rubem, há mais
de quinze anos editada pelo jornalista e cronista Henrique Fendrich em
Brasília, como homenagem a Rubem Braga, o melhor cronista do Brasil. Conquistou
o Prêmio Casa das Américas em 2023 com o livro Infância com Bicho e Pesadelo e
outras histórias.
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