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sexta-feira, 6 de maio de 2022

 



Sonho de Ícaro

José R. Canedo

 

Pombos Correios que passais por mim,

 Num voo largo e cheio de elegância,

Levai-me ao velho lar de minha infância,

Nas asas de alabastro e de cetim.

 

Levai-me à minha terra – esse jardim

Onde as brisas palpitam de fragrância.

Quero ali, mensageiros da distância,

Fechar os olhos quando for ao fim.

 

Pousar convosco em cima duma telha

E contemplar a minha casa velha,

Eis o sonho que vós me acalentais.

 

Mas ai! Ó pombos, para que sonhar?

Se vós sempre voltais ao pátrio lar,

Eu não posso dizer se volto mais.


* * *