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segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Nicolau Maquiavel, 1469 a 1527 - O Príncipe.

(Tão antigo e tão atual)


 

“Um povo que aceita passivamente a corrupção e os corruptos, não merece a liberdade. Merece a escravidão.

Um país cujas leis são lenientes e beneficiam bandidos, não tem vocação para a liberdade. Seu povo é escravo por natureza.

Um povo cujas instituições, públicas e privadas, estão em boa parte corrompidas, não tem futuro. Só passado.

Uma nação, onde a suposta sociedade civil organizada não mexe uma palha se não houver a possibilidade de lucros, não é capaz de legar nada a seus filhos, a não ser dias sombrios.

Uma pátria, onde receber dinheiro mal havido a qualquer título é algo normal, não é uma pátria, pois nesse lugar não há patriotismo, apenas interesses e aparências.

Um país onde os poucos que se esforçam para fazer prevalecer os valores morais, como honestidade, ética, honra, são sufocados e massacrados, já caiu no abismo há muito tempo.

Uma sociedade onde muitos homens e mulheres estão satisfeitos com as sórdidas distrações, em transe profundo, não merece subsistir.

Só tenho compaixão daqueles bravos, que se revoltam com esse estado de coisas. Àqueles que consideram normal essa calamidade, não tenho nenhum sentimento.

Como é perigoso libertar um povo que prefere a escravidão!"

 

(Nicolau Maquiavel) 

O Príncipe

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quinta-feira, 20 de outubro de 2022

O mascate libanês

 Cyro de Mattos



           O gringo Mansur desembarcou na estação do trem numa tarde de sol claro. Ao entrar na primeira rua de chão batido, depois de uma praça, sentiu no ar o odor denso de umas amêndoas secas que enchiam os armazéns de portas largas. Era o cheiro de resina do cacau. Encheu-lhe o peito o mesmo anseio dos que chegavam à região para realizar o sonho de ficar rico numa terra que oferecia a qualquer vivente muita benesse, graças à boa lavra das árvores dos frutos cor de ouro. Ele não chegava ali como outros com as mãos pobres. Trazia algum dinheiro, joias e uns caixotes contendo tecidos, tapetes, perfumes, sabonetes, talcos, carretéis de linha, tesouras, panelas, talheres, coisas miúdas e até vidrinhos com purgantes e óleo de rícino.

           De primeiro foi mascatear nos povoados, onde era aguardado com ansiedade e recebido com alegria por gente curiosa. Causava espanto aos tabaréus as novidades que trazia em mercadoria para ser vendida na porta das casas ou na pracinha pouco acostumada a visitas como aquela. Às vezes não se entendia o que ele falava naquela língua estranha, misturando as palavras e arranhando a voz, que saía engraçada. Ficava em cada povoado pouco tempo, resolvia penetrar a mata hostil, com a mercadoria nos baús em lombo de mula. Ia abrindo trilhas e atalhos, que serviam para interligar gente, que de tão distante na tapera e na roça de cereal plantada pelos fundos, na clareira aberta por machado e facão, não sabia um do outro. 

          Hoje aqui perto, amanhã nas lonjuras, sem os pais, irmãos, amigos, doce amor da bela amada, tangendo os burros com a mercadoria nos baús grandes. Nessas idas e vindas, ia formando caminhos que ligavam os povoados aos fundos da mata.

          Tecedor de sol e chuva, peito armazenado de solidões pela mata bruta. Respingava de suor no rosto, pulsando com o sangue dos ancestrais nas veias da madrugada. Picado por carrapato e mosquito, sedento, faminto, resmungando por trilhas e atalhos no mato grosso. Seda rara, tapete, broche, anel, perfume, linho, porcelana, revólver, rebenque, espora, lâmpada mágica. Tudo sacolejava nos baús que os burros levavam, já formando uma tropa pequena e nova.

          Alimentava-se nas veredas com o sonho de se tornar um dia fazendeiro de vastas roças de cacau, nas horas de maior solidão ajoelhava-se. Inclinava o peito para frente várias vezes seguidas. Apoiando-se com as mãos no chão coberto de folhas secas, contrito, sob o silêncio imenso da mata trevosa, beijava o chão e emitia cânticos orantes:

         

Ilumina-me, Alá

Com o teu espírito,

Ilumina-me,

Ilumina-me,

Deixa-me sentir

Aqui no coração

Todo o teu calor,

Todo o teu amor

Para sempre,

Para sempre.  

 

Ilumina-me, Alá,

Com o teu espírito,

Ilumina-me,

Ilumina-me,

Deixa-me sentir

Aqui na minha mente

O brilho bem forte

De todo o teu amor

Para sempre,

Para sempre.

 

 

Cyro de Mattos é escritor e poeta. Publicado por várias  editoras na Europa. Premiado no Brasil, Itália, Portugal e México. Membro da Academia de Letras da Bahia. Doutor Honoris Causa pela UESC.

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terça-feira, 18 de outubro de 2022

O PAÍS VAI VIVER



O país vai morrer?


Se você não vê crime na atitude de um candidato a presidente da República, ao desfilar em carreata cercado por traficantes carregando armas pesadas, desista de sua família, de seus valores, de sua identidade e do seu país. Você não é um cidadão, nem pai de família. Você é apenas um covarde, desprovido de princípios, que enxerga apenas conveniências e vantagens na sua convivência e relações do dia a dia.

O que o ex-presidiário fez no Complexo do Alemão (RJ), na última quarta-feira (12), foi perturbador e desmoralizante. Foi agressivo e altamente nocivo. Mostrou que aquele verme imundo deveria estar preso, se o STF não fosse, hoje, instituição voltada à proteção do crime e ao acobertamento dos atos mais vis e facinorosos de que se tem registro na história nacional. Fazer o quê, com tal STF cheio de degenerados morais?

O ex-presidiário mostrou quem é o chefe do crime organizado no país. Que vergonha, que tristeza, que avacalhação, que podridão, que depravação! Como é que indivíduo de tamanha periculosidade pode encontrar quem o suporte e o apoie, fora do círculo criminoso do qual é membro? Ele se expôs, mostrou quem é, exibiu por inteiro o seu caráter, ou a sua falta.

Vejam as fotos do ex-presidente e ex-presidiário, usando chapéu do Comando Vermelho e a abreviatura CPX, que quer dizer “cupincha”. Que dizem os senhores ministros do TSE? Que diz o ministro Benedito Gonçalves, que responde a inquérito sobre propina recebida da Odebrecht? Nosso país está sendo dominado pelos piores bandidos. É isso que você deseja para os seus filhos? É esse o futuro com o qual você sonha? Deus, ó Deus, imploremos aos céus!

 

(Recebi por e-mail sem menção de autoria)

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sábado, 15 de outubro de 2022

Escritor Cyro de Mattos Participa da Feira Literária de Joinville

 


             A EDUEM, editora da Universidade Estadual de Maringá, no Paraná, participará da feira de livros de Joinville, a ser realizada em Santa Catarina, de 17 a 21/10/22, quando então irá divulgar no evento alguns autores do seu catálogo, através de vídeos de lançamentos recentes de seus livros. Entre as obras que serão apresentadas na Feira está Kafka, Faulkner, Borges e Outras Solidões Imaginadas, de Cyro de Mattos, cuja apresentação da obra foi gravada pelo autor em vídeo para ser exibido durante o evento.  O livro tem capa do consagrado artista plástico Juarez Paraíso e prefácio de Gerana Damulakis.

               Em Kafka, Faulkner, Borges e Outras Solidões Imaginadas, temos quinze textos que funcionam como incursões prazerosas sobre o tema da criação literária motivada pela solidão. O desenvolvimento temático em quinze autores clássicos universais mostra que interessa ao escritor baiano Cyro de Mattos usar o pensamento reflexivo para sentir com intensidade o que as páginas desses ficcionistas abordados dizem da arte literária como forma de conhecimento da vida.

                Aldous Huxley, Anton Tchekhov, Fernando Pessoa, Fiódor Dostoiévski, Franz Kafka, F. Scott Fitzgerald, Gabriel García Márquez, James Joyce, Jorge Luís Borges, José Saramago, Julio Cortázar, Miguel Torga, Sherwood Anderson, Sophia de Mello Breyner Andresen   e William Faulkner formam aqui um conjunto de autores, que nas visões de mundo convidam-nos a habitar o imaginário por meio da contemplação dos sonhos. Nos vícios da solidão, remete-nos à impossibilidade da fuga no drama, à perda de identificação sob o domínio do ilógico, aos labirintos no curso sem saída, à convivência das neuroses, à catarse na dor, simbolizando o real pior do que ele é. Às vezes possibilitam a observação de tipos de convivência inusitada em que o ser humano se vê esmagado sem perspectiva de horizonte. Em Kafka, Faulkner, Borges e Outras Solidões Imaginadas, autores geniais remetem o leitor ao ser ambíguo e limitado, contraditório e falho, que, em seu destino gregário de animal social, elege a vida submissa ou além dos padrões materiais.

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quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Recordações

Antônio  Baracho



A viagem à fazenda foi interessante.

Seguíamos enfileirados, o dono da propriedade, minha prima e eu.

O vaqueiro ia na frente, na sua montaria.

Contornamos íngreme boqueirão,  

de onde se contemplava do alto uma cachoeira que deslizava.

O trote era lento, devido ao terreno acidentado.

O importante era quem nos guiava: jovem muito calmo,

com a experiência e conhecimento do local.

A vista era muito bonita com a mata verdejante, altos jequitibás,

Maçarandubas frondosas, ipês e muitas jaqueiras.

Os animais estavam devidamente selados e ajustados para não haver surpresa.

Atravessamos dois córregos sem oferecer algum perigo.

Antes do pôr do sol

chegamos na casa humilde do trabalhador que já nos esperava

com a esposa e suas três filhas. A mais velha chamava-se Iara.

Depois que houve a apresentação e cumprimentos dos moradores

fomos tomar banho no riacho que ficava próximo da residência.

E assim pudemos nos refazer após a viagem cansativa.

Após ter servido o jantar

e o céu completamente estrelado com a presença definitiva da noite,

Iara contou a estória da caipora que mora na mata,

com o seu lindo olhar de menina da roça.

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Antônio Baracho, membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL, ocupante da cadeira nº 11. 

E-mail: antoniobaracho@hotmail.com.


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BOLSONARO em APARECIDA: Clero de ESQUERDA ENVERGONHA CATÓLICOS - O que h...

terça-feira, 11 de outubro de 2022

O bebê que me salvou

Ignácio de Loyola Brandão



Terminada a apuração, fiquei prostrado. Vai começar tudo de novo, pensei. Os anos passados entre ameaças, ódio, chantagens, polarização, violência, mentiras, enganos. A vida é cheia de rudes despertares. Frase do criador do Peanuts, HQ, que havia na sala de Thomaz Souto Correa, diretor da revista Claudia em 1966, quando lá entrei.

Depois me ergui e fui para a cama com uma ideia fixa. Não podia beber, a diabetes recém-descoberta me impede. Enfrentei com tranquilidade a ideia de verificar se no Brasil existe morte assistida, aquela que liberou Godard em seu desânimo. Mas Godard morava na Suíça. Liguei para um dos maiores advogados que conheço, o Mariz de Oliveira, e pedi: como conseguir, como tantos fazem? E ele: 'Não conte comigo para isso, sou a favor da vida. Posso sentar-me ao seu lado e segurar sua mão até que isso passe, porque vai passar. Escreva, isso ajuda'.

Não morrer assistido. No Brasil, não me dão esta escolha. A lei diz: aguente o tranco! Sofra o que tem de sofrer! Vá a um terapeuta! Liguei, todos estavam com agendas fechadas por cem anos. Houve quem dissesse: peça ao seu médico antidepressivos fortes, que aliás estão faltando nas farmácias, que só nos oferecem Omega 3 e pílulas virilizantes às toneladas. Aguente sua cruz! Dizia minha mãe piedosa, quando o catolicismo existia - enfrente as dores que te arrasam, a melancolia que te abate. As crenças de Maria do Rosário, minha mãe, sofreriam duríssimo abalo ao ver como há sacerdotes de fancaria. Ninguém acredita que aquele padre Kelmon surgido do nada seja real, tão absurdo em seu surrealismo e sua fala de caça às bruxas. Ah, as feiticeiras de Salem, lembram-se? E dos macarthistas dos anos 50?

Escrever outro livro. Mas acabei de lançar um, não se começa outro, sob pena de repetir tudo, as histórias demoram para sair da cabeça, do coração, do inconsciente. Tinha coisas a fazer na segunda-feira, fui ao correio mandar um Sedex 10 para o Bexiga, ou Bela Vista, São Paulo, descobri que não existe Sedex 10 para aquele bairro central. Tão louco quanto a existência do padre candidato. Voltava para casa pela rua Lisboa, vi uma mulher vindo com um bebê no colo. Quando ela se aproximou, percebi que dava de mamar. Ao se aproximar, automaticamente ela cobriu o seio com a mão, percebi e disse: 'A senhora faz uma das coisa mais belas, amamenta, dá vida a essa criança.' E ela: 'Eu precisava sair, era hora do mamar, vim com ele, quero que este menino cresça e um dia vote, como eu e o pai dele votamos ontem. E ele foi conosco até a cabine, sorriu com os barulhinhos da urna'. Segui, imaginando: será que um dia posso cruzar com este bebê, então um jovem, em uma seção eleitoral, ambos acreditando que se possa mudar as coisas? Melhor esperar.

O Estado de S. Paulo, 09/10/2022

 https://www.academia.org.br/artigos/o-bebe-que-me-salvou

 

Ignácio de Loyola Brandão - Décimo ocupante da Cadeira 11 da ABL, eleito em 14 de março de 2019 na sucessão do Acadêmico Helio Jaguaribe.

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segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Arte como esperança: Cyro de Mattos

                                Oscar D’Ambrosio*

 


          Prêmio Jorge Portugal de Literatura da Secretaria de Cultura da Bahia (SECULTBA) de 2020, “Canto até hoje” é uma Edição Comemorativa dos Sessenta Anos de Atividades Literárias de Cyro de Mattos. O conjunto de obras, já publicadas e inéditas, constitui um painel da criação de um artista a favor da liberdade e contra qualquer tipo de suplício.

          Explico melhor lembrando de três sofrimentos célebres impostos pelas divindades gregas. Tântalo, por exemplo, sofreu eternamente sem poder comer ou beber. Mesmo rodeado de água até o pescoço, ele não podia alcançá-la, pois, quando tentava beber, ela baixava o nível e, ao tentar pegar frutos, os galhos das árvores estendiam-se para além dos seus braços.

          Íxion, por sua vez, foi amarrado a uma roda em chamas. Em lugar de cordas, foram utilizadas serpentes; e ele recebeu como punição girar no calor do inferno. Assim como no Tântalo, a dor é eterna e sem possibilidade aparente de escapatória, pois as punições divinas são justamente assim: terríveis e permanentes.

          E temos ainda Sísifo, que recebeu como castigo empurrar uma pedra até o topo de uma montanha. Toda vez que estava chegando ao alto, a rocha rolava novamente ao ponto de partida, tornando, assim, a atividade um labor eterno, que se torna uma metáfora, do mesmo modo que os casos anteriores, da estagnação do ser humano.

          A poesia de Cyro de Mattos é uma resposta aos suplícios. Contra a dor de Tântalo, que não consegue atingir o que deseja, melhor ler o poema abaixo:


Árvore dos Frutos Dourados

O cacaueiro
é sedução
da aurora
ao crepúsculo.
Cílios,
impressões
de folhas,
a fio e prumo
segredo.

          Os versos apresentam aquilo que o universal artista da palavra baiano tem de melhor: a observação poética do cotidiano para construir um lirismo em que as árvores de Tântalo se tornam objeto de sutil sedução e de esperança, pois “da aurora ao crepúsculo” existem as “impressões de folhas” nunca iguais, sempre repletas de segredos.

          Os “frutos dourados” da árvore da arte também auxiliam Íxion. Para enfrentar o seu eterno rodar marcado pelas víboras e pelo calor do mundo subterrâneo, aponto o dístico “O Jabuti” e o haicai “Varal”, de Cyro de Mattos:

 

O Jabuti
Geológicas passadas
quem tem pressa tropeça


Varal
Manhã colorida.
Voz desse mundo sem mancha.
Sonhar é preciso. 

          A sabedoria simbolizada pelo animal, que administra o tempo de sua maneira toda especial, caracterizada por um vagar sem desespero pela existência, encontra um paralelo na manutenção do sonho, que se renova a cada manhã por mais improvável que isso possa parecer nas mais variadas situações.

          Acreditar em algum tipo de futuro também é mentalmente saudável para Sísifo. Saber que seu esforço aparentemente inútil não é só dele, mas é de toda a humanidade, pode ser um consolo, uma pílula de realismo, como aponta o poema...


A Relva e a Foice

Aventura solitária
humano destino ter
entre estar e ir
basta vir para sair
renascer sem fim
como um talo de capim?
Ai de mim na relva,
ais que doem na lâmina, 
eu que vislumbro estrelas,
indiferentes perscrutam-me.

          A aventura solitária de todo ser humano é, no fundo, a de todo e qualquer ser vivo. Nascer é morrer em um ciclo interno, no qual o trabalho é uma das facetas de uma caminhada existencial que muitas vezes pode parecer não ter sentido algum, pois as estrelas indiferentes tudo olham, mas sem se manifestar, ao menos aparentemente.

           As palavras de Carlos Drummond de Andrade a Cyro de Mattos, escritas no Rio de Janeiro, em 1980, parecem resumir bem como o poeta combate, com suas criações, o suplício da vida:


Drummond a Cyro

Uma notícia irrompe desta árvore
e ganha o mundo: verde anúncio eterno
Certo invisível pássaro presente
murmura uma esperança a teu ouvido.

          As visões (“notícias”) que surgem da existência (“árvore”), na voz poética de Cyro de Mattos, se espalham permeadas pela natureza e pela esperança anunciada pelos célebres olhos verdes de Pandora, a primeira mulher do mito grego que, como o próprio nome indica, tinha todos os dons, mas também carregava em sua célebre caixinha todos os males que nos preenchem internamente e nos rodeiam para sempre.

          O pássaro a murmurar esperanças é o poeta. O canto que Cyro de Mattos faz até hoje é o seu dizer individual que se conecta com a sociedade e o mundo. A obra reunida do artista da palavra é um delicado grito de crença e de esperança no futuro que serve como bálsamo para as dores internas e externas de Tântalo, Íxion e Sísifo, cujas agruras, em última análise, são as de todos nós.


*Oscar D'Ambrosio é jornalista, graduado em Letras (Português/Inglês), com especialização em Literatura Dramática (ECA-USP), mestrado em Artes Visuais (Unesp) e doutorado e pós-doutorado no Programa de Educação Arte e História da Cultura da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

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quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Nunca mais discussão 

Cyro de Mattos



                Aconteceu que Zé Inácio, motorista de ônibus em Buraquinho da Felicidade, ao chegar em sua residência, na rua da frente, do bairro Pau Miúdo, encontrou a mulher Belinha no sofá com um desconhecido. Revoltado, ele que é mais velho do que ela uns trinta anos, esperou que o rival saísse e partiu para tomar satisfações à mulher infiel.
          Xingando alto, sem ligar para os vizinhos que vieram até o passeio, Belinha revidava às agressões verbais do marido, chegando ao ponto de dizer que carinhoso era o amante, ninguém no mundo era mais quente do que ele. Olhar de ódio, lábio inferior mordido, mãos trêmulas, o Zé Inácio resolveu dar uma dúzia de tapas na mulher. Ela se defendeu armada de um velho facão, não tendo medo de enfrentar o marido traído. Vendo-se em desvantagem, ele pegou uma garrafa quebrada e atirou contra a mulher adúltera. Ela se livrou do projétil ao se abaixar rápido, indo se proteger por trás de uma pequena mesa. A garrafa a tingiu o filho caçula do casal, que  teve um ferimento grave na cabeça.
          Chamados pelos vizinhos, os mesmos policiais prenderam Zé Inácio em flagrante. Já mais calmo, não esboçou qualquer reação quando recebeu a ordem de prisão e foi algemado. Ele admitiu na delegacia que não tinha sido essa a primeira vez que encontra a mulher com algum desconhecido em sua residência. “A vida é assim mesmo, nada se pode fazer, cada um já entra nela pra cumprir sua sina”. Logo que saísse da cadeia, ia pedir perdão à mulher e tentar a reconciliação.
          Comentou que ainda não sabia o que tinha se passado com ele para cometer cenas vexatórias como aquelas diante dos vizinhos, mesmo sabendo que ela o trai, gostava muito dela. A briga que ele teve com a mulher já era coisa do passado, a paz voltaria a reinar no lar, “amanhã será outro dia”. Com rosas no jarro posto por Belinha em cima da mesinha.
          A pequena mesa com a toalha branca de linho, tendo no centro o coração grande bordado de vermelho, atravessado pela flecha dourada de Cupido. Só era usada em ocasião especial, presente de Belinha no aniversário dele. Era a toalha que ele mais gostava, embora a razão nunca conseguisse explicar ao coração os motivos desse querer tanto. Também pudera! - como na musiquinha que gostava tanto de cantarolar, o coração tem razões que a própria razão desconhece. 
          Além do mais, quando morrer, não queria choro nem vela, somente uma fita amarela gravada com o nome dela.
           De agora em diante prometia se comportar direitinho e nunca mais  vai ter discussão  com a Belinha.    
................... 

Cyro de Mattos - escritor e poeta com prêmios literários importantes, no Brasil e exterior. Doutor Honoris Causa da Universidade Estadual de Santa Cruz, Membro efetivo da Academia de Letras da Bahia, Pen Clube do Brasil e Ordem do Mérito do Governo da Bahia, no grau de Comendador. 

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terça-feira, 4 de outubro de 2022

04 DE OUTUBRO - Dia de São Francisco de Assis



Oração da Paz

São Francisco de Assis

 

Senhor, Fazei-me instrumento de vossa paz...

Onde houver ódio, que eu leve o amor;

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;

Onde houver discórdia, que eu leve a união;

Onde houver dúvida, que eu leve a fé;

Onde houver erro, que eu leve a verdade;

Onde houver desespero, que eu leve a esperança;

Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;

Onde houver trevas, que eu leve a luz.

 

Ó Mestre, Fazei que eu procure mais... 

Consolar, que ser consolado;

compreender, que ser compreendido;

Amar, que ser amado.

Pois é dando que se recebe,

É perdoando que se é perdoado,

E é morrendo que se vive para a vida eterna.

Amém!

 

 


São Francisco de Assis (1182-1226) foi um religioso italiano, fundador da Ordem dos Franciscanos. Era filho de um rico comerciante, mas fez votos de pobreza. Foi canonizado pelo papa Gregório IX, dois anos depois de sua morte. É conhecido como o protetor dos animais.

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segunda-feira, 3 de outubro de 2022

ELEIÇÕES  2022: 

PALAVRAS DO PRESIDENTE BOLSONARO



"Contra tudo e contra todos, tivemos no 1° turno de 2022 uma votação mais expressiva do que aquela que tivemos em 2018. Foram quase 2 milhões de votos a mais! Também elegemos as maiores bancadas da Câmara e do Senado, o que era a nossa maior prioridade neste primeiro momento.

Elegemos governadores no 1° turno em 8 estados e elegeremos nossos aliados em outros 8 estados neste 2° turno. Esta é a maior vitória dos patriotas na história do Brasil: 60% do território brasileiro será governado por quem defende nossos valores e luta por um país mais livre.

Muita gente se deixou levar pelas mentiras propagadas pelos institutos de pesquisas, que saíram do 1° turno completamente desmoralizados. Erraram todas as previsões e já são os maiores derrotados desta eleição. Vencemos essa mentira e agora vamos vencer a eleição!

Esta disputa não decidirá apenas quem assumirá um cargo nos próximos quatro anos. Esta disputa decidirá nossa identidade, nossos valores e a forma como seremos vistos pelo mundo e pelo próprio Deus. Lutemos pela liberdade, pela honestidade, por nossos filhos e pelo Brasil.

Sabemos do tamanho da nossa responsabilidade e dos desafios que vamos enfrentar. Mas sabemos aonde queremos chegar e como chegaremos lá. Pela graça de Deus, nunca perdi uma eleição e sei que não será agora, quando a liberdade do Brasil inteiro depende de nós.

Nossos adversários só se prepararam para uma corrida de 100 metros. Nós estamos prontos para uma maratona. Vamos lutar com confiança e com força cada vez maior, certos de que vamos prevalecer pela pátria, pela família, pela vida, pela liberdade e pela vontade de Deus! "

 

Jair Messias Bolsonaro

 - Presidente do Brasil -


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sábado, 1 de outubro de 2022

Laranjão deu o papo. É amanhã clã.

Viktor Orban, 1º Min. da Hungria, em apoio a Bolsonaro. SENSACIONAL🔥

UM PRESENTE DO PRESIDENTE JAIR BOLSONARO PARA ACALMAR NOSSAS ALMAS


Carta de Jair Messias Bolsonaro

Pela primeira vez na história você está podendo enxergar o que o sistema é capaz de fazer para se manter no controle de tudo, inclusive da sua vida. 

Hoje, está claro que as "diferenças" do passado não eram nada além de 50 tons de vermelho. 

Nós desmascaramos todo esse teatro!

O que explica o repentino rasgar das fantasias depois de tantos anos simulando uma falsa diversidade para que a mesma ideologia de esquerda imperasse por décadas no país é bem simples: DESESPERO! 

Foi o recurso que restou para tentarem impedir a libertação definitiva do Brasil.

Eles sabem que mais 4 anos de Jair Bolsonaro mostrará para os brasileiros que a prosperidade sempre foi possível. 

Que ficaram na lama esse tempo todo porque eram desprezados. 

É por isso que roubavam o seu dinheiro, porque nunca se importaram em como isso poderia te atingir!

Aqueles que promoveram o maior esquema de corrupção de nossa história sempre souberam que cada milhão a mais que roubaram para si, era um milhão a menos para atender as demandas e as necessidades do país. 

O sofrimento do povo sempre foi uma escolha consciente dessas pessoas!

Prova disso é que as estatais que antes eram saqueadas e davam prejuízos à nação, hoje dão lucros recordes que auxiliam no pagamento de programas de transferência de renda bem maiores. 

Sempre foi uma questão de escolha: nós escolhemos transformar o país, eles escolheram roubar.

Faziam isso porque achavam que jamais surgiria alguém com independência, coragem e disposição para livrar o povo desse inferno. 

Alguém que não desistiria do país nem depois de uma tentativa de assassinato, da maior crise sanitária do século e de uma guerra com impactos globais.

Como surgiu, agora apelam para uma suposta causa maior: defender a democracia. 

Mas como podem defender algo que se fundamenta justamente no que eles sempre desprezaram, que é o povo? 

É porque não é defesa da democracia, mas do sistema que construíram para se perpetuar no poder.

Eles perceberam que não são invencíveis como pensavam. 

Perceberam que nem todos se deixam seduzir por suas promessas falsas ou se curvam às suas chantagens. 

Eles não se uniram contra mim porque ameaço a democracia. 

Eles se uniram porque ameaço os seus esquemas e interesses!

E é um erro pensar que o alvo principal é Jair Bolsonaro. 

O sistema se uniu contra cada brasileiro que defende a família, a liberdade de expressão, o combate ao aborto e às drogas, a propriedade privada, o livre mercado e tudo aquilo que por em xeque a ilusão do socialismo.

Mas quem pensa que conseguirá tirar o povo novamente das decisões nacionais e retomar as velhas práticas que condenaram o país à miséria, não conhece a sua força. 

Se eles estão unidos para defender a si próprios, estamos ainda mais unidos com o povo para defender seus valores!

Quem insiste em falsas memórias do passado ainda não entendeu que vivemos numa nova era. 

Aqueles que desprezam o povo e seus valores que se acostumem com a falta de sossego. 

Deus não me deu uma nova vida em 06/09/2018 para ser um gestor, mas para mudar de vez o nosso Brasil!


Presidente Jair Messias Bolsonaro

29/09/22 

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