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quinta-feira, 18 de março de 2021

Os Pingos Nos Is - 18/03/21

ITABUNA CENTENÁRIA UM SONETO: À Mameluca Maria Bárbara - Tenreiro Aranha


 

À Mameluca Maria Bárbara

   (Assassinada porque preferiu a morte à mancha de adúltera)

 

Se acaso aqui topares, caminhante,

Meu frio corpo já cadáver feito,

Leva piedoso, com sentido aspeito,

Esta nova ao esposo aflito e errante.

 

Diz-lhe com que ferro penetrante

Me viste, por fiel, cravado o peito,

Lacerado, insepulto, e já sujeito

O tronco ao feio corvo altivolante.

 

 Que de um monstro inumano – lhe declara - 

A mão cruel me trata desta sorte;

Porém que alívio busque à dor amara,

 

Lembrando-se que teve uma consorte

Que por honra da fé que lhe jurara,

À mancha conjugal prefere a morte.

 

TENREIRO ARANHA

Obras Literárias

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TENREIRO ARANHA

Bento de Figueiredo Tenreiro aranha, poeta amazonense, natural de Rio Negro, nascido em 04/09/1760 e falecido no Pará em 11/05/1811, foi ainda prosador e dramaturgo. Suas Obras Poéticas, reunidas por seu filho, foram pela primeira vez editadas em 1850. A segunda edição saiu em Lisboa em 1899. Sobressaiu como poeta lírico, possuindo suas poesias feições clássicas com tons de regionalismo.

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