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terça-feira, 31 de julho de 2018

POETA EM SÃO PAULO: ÁLVARO ALVES DE FARIA - Cyro de Mattos


Poeta em são Paulo: 
Álvaro Alves de Faria

Cyro de Mattos 



            Da “Geração 60” dos poetas de São Paulo, Álvaro Alves de Faria é o único que circula por diversas escritas literárias. Publicou romances, novelas, ensaios e peças teatrais encenadas em várias capitais brasileiras. Organizou antologias e praticou o jornalismo literário, que lhe rendeu o Prêmio Jabuti de Imprensa por duas vezes, em 1976 e 1983.

           Ao fazer o lançamento de O Sermão do Viaduto, no Viaduto do Chá, na capital paulista, durante noves recitais, que lhe deram  cinco detenções, até que foram proibidos pelo DOPS por motivos políticos, sob a alegação de que realizava manifestações subversivas, o poeta Álvaro Alves de Faria instalava um comportamento poético diferente do que se estava acostumado a ver nos meios culturais de São Paulo. A geração antecedente de poetas vinha aprisionando a vida nas torres da arte. Outros grupos daquela época demitiam da poesia a intuição, propondo uma sintaxe visual com o mínimo de palavras e a valorização do espaço em branco  na elaboração do poema.  Ao reduzirem o conteúdo à estrutura visual do poema,  suscitavam dúvidas quanto à sua fecundação: a repetição de uma só palavra gerava ausência de criatividade, derivando para um automatismo que desligava a linguagem das matrizes perspectivistas, carregada de símbolos e conotações no discurso  imanente.

            Qual profeta moderno, o poeta revolucionário   recorria ao sermão para atar as pontas da vida e da poesia nas grandes e desertas  planícies. Manipulava a metáfora, a alegoria e a parábola na via pública até perder-se na noção de sua altura, exatamente naquele ponto no qual  se busca reencontrar  uma morada antiga. Seus versos cheios de verdade compareciam  na paisagem de incertezas sob o tom luminoso para resistir  aos rumores e tremores do abismo. Com uma dicção bíblica feita de imagens corajosas, sábias,  enfrentava o poeta visionário  a ordem política atemorizadora, que bania o amor, galopava nas trevas, como se a solidariedade fosse coisa inútil e o absurdo do déspota, a única tecla. A voz de uma beleza profunda propagava-se no intuito de iluminar de esperança os desertos. Repercutia com seu ramo de luz no tema da pobreza e  da criatura indefesa. Do coração sensitivo do poeta atuante ofertava-se o trigo vindo dos longes comovidos para os sem voz num campo de mágoas.

            Já em  20 Poemas Quase Líricos e Algumas Canções para Coimbra, o poeta do sermão no Viaduto do Chá conduz o coração para o transe lírico da memória. A forma do poema, o ritmo que flui do dizer poético reiterativo sobre seres e coisas  aderem ao fluxo lírico de forte teor emotivo. O coração acordado do poeta pulsando no presente  fere a “memória da memória”,  assinala a ensaísta portuguesa Graça Capinha.,   da Universidade de Coimbra. Atravessa lugares do imaginário e do real na medida em que a viagem inexplicável vai sendo empreendida pelos caminhos do tempo. O coração do andante solitário transpira momentos que lhe são caros, e a memória veste-se de  imagens com passagens puras e ardentes. Situações  que chegam de rostos, sombras,  lugares superpostos  liberados do subconsciente, coabitam no poeta,  trazendo  daquela zona suspensa  do azul o tempo que perdura no afeto.

            A emoção do poeta cresce nas gradações do amor que a cidade revela nas ruas, becos, ofícios que afloram de outras idades, degraus que não têm fim, telhados acumulados de ausência, janelas fechadas, portas  que não se abrem.  Circula nas alusões aos poetas nos cafés, resvala no efêmero ante o eterno que desce no rio Mondego. Oscila  entre memória e coração avivando as  paragens dos antepassados, o pai nasceu em Lobito, Angola, a mãe em Famalicão, Portugal.  A memória aflora do que há de mais amoroso, o coração pulsa  candente no que há de mais sensível e essencial. No encontro agitado da sensibilidade produzem  uma poesia palpitante nas fissuras cósmicas, pendendo de remotas raízes portuguesas.

            Permanente registro de atração por uma cidade que o chama, o poeta em densidade lírica a atravessa no olhar e se deixa invadir de impressões, ilusões, visões doloridas de secreto caminhar, através de sustos que não se decifram, porejando ternuras no imaginário  que delira. E, do ardor no sermão em viaduto, no fluxo mediúnico que verte o comportamento da linguagem inserida no discurso,  ao soluço lúcido do caminhante solitário, faz e refaz  andanças do mesmo todo, tentando compreender determinada realidade escamoteada sob a máscara do que foi e no que é visto com suas  verdades essenciais. De qualquer modo, travessia.

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*Cyro de Mattos é escritor e poeta. Membro efetivo da Academia de Letras da Bahia.  Doutor Honoris Causa pela Universidade Estadual de Santa Cruz (Bahia). Premiado no Brasil, Portugal, Itália e México. Tem livro publicado em Portugal, Itália, França, Alemanha, Espanha e Dinamarca. Conquistou o Segundo Lugar do Prêmio Internacional de Literatura Maestrale  Marengo d’Oro ,  duas vezes, em Gênova, Itália, o  Afonso Arinos da Academia Brasileira de Letras,  o da Associação Paulista de Críticos de Arte   e o Prêmio Nacional Pen Clube do Brasil.  O texto “Poeta em São Paulo: Álvaro Alves de Faria” pertence ao livro A Leitura Lembrada, ensaios, em andamento.

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O PODER DA PALAVRA - Paulo Coelho



Destruindo o seu próximo

Malba Tahan ilustra os perigos da palavra: uma mulher tanto falou que seu vizinho era ladrão, que o rapaz acabou preso. Dias depois, descobriram que era inocente; o rapaz foi solto processou a mulher.

– Comentários não são tão graves – disse ela para o juiz.

– De acordo – respondeu o magistrado. – Hoje, ao voltar para casa, escreva tudo que disse de mal sobre o rapaz; depois pique o papel, e jogue os pedaços no caminho. Amanhã volte para ouvir a sentença.

A mulher obedeceu, e voltou no dia seguinte.

– A senhora está perdoada se me entregar os pedaços do papel que espalhou ontem. Caso contrário, será condenada a um ano de prisão – declarou o magistrado.

– Mas é impossível? O vento já espalhou tudo!

– Da mesma maneira, um simples comentário pode ser espalhado pelo vento, destruir a honra de um homem, e depois é impossível consertar o mal já feito.

E enviou a mulher para o cárcere.


Uma lenda do Polo Norte

Conta uma lenda esquimó que, na aurora do mundo, não havia qualquer diferença entre homens e animais: todas as criaturas viviam em harmonia sobre a face da Terra, e cada uma podia transformar-se na outra, a fim de entendê-la melhor. Os homens viravam peixes, os peixes viravam homens, e todos falavam a mesma língua.

“Nesta época”, continua a lenda, “as palavras eram mágicas, e o mundo espiritual distribuía fartamente suas bênçãos. Uma frase dita ao acaso podia ter estranhas consequências; bastava pronunciar um desejo que este se realizava”.

Foi então que todas as criaturas começaram a abusar deste poder. A confusão se instalou, e a sabedoria se perdeu.

“Mas a palavra continua mágica, e a sabedoria ainda concede o dom de fazer milagres a todos que a respeitam”, conclui a lenda.


Os tempos difíceis

Um homem vendia laranjas no meio de uma estrada. Era analfabeto, de modo que nunca lia jornais. Colocava pelo caminho alguns cartazes, e passava o dia apregoando o sabor de sua mercadoria.
Todos compravam, e o homem progrediu. Com o dinheiro, colocou mais cartazes, e passou a vender mais frutas. O negócio progredia rapidamente quando seu filho – que era culto e havia estudado numa grande cidade – procurou-o:

– Papai, você não sabe que o Brasil está atravessando momentos difíceis? A economia do país anda péssima!

Preocupado, o homem reduziu o número de cartazes, e passou a revender mercadoria de pior qualidade, porque era mais barata. As vendas despencaram imediatamente.

“Meu filho tem razão”, pensou ele. “Os tempos estão muito difíceis”.


O manual de instruções

Depois de comprar uma nova máquina de descascar legumes, a mulher tentou – usando o manual de instruções – fazer com que funcionasse. Terminou por desistir, deixando as peças espalhadas na mesa. Foi ao mercado, e ao voltar descobriu que a empregada tinha montado o aparelho.

“Mas como conseguiu isso?”, perguntou, surpresa.

“Bem, como não sei ler, fui obrigada a usar a cabeça”, foi a resposta.

Diário do Nordeste , 28/07/2018


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Paulo Coelho - Oitavo ocupante da Cadeira nº 21 da ABL, eleito em 25 de julho de 2002 na sucessão de Roberto Campos e recebido em 28 de outubro de 2002 pelo Acadêmico Arnaldo Niskier.

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segunda-feira, 30 de julho de 2018

COMO SE TORNAR ESTÚPIDO EM 60 MINUTOS


Espetáculo baseado na obra de Martin Page estreia no dia 4 de agosto

Uma série de questões contemporâneas relativas à convivência humana num mundo globalizado, competitivo e hiperconectado será exposta e comentada na comédia Como Se Tornar Estúpido em 60 MINUTOS de João Sanches e Rafael Medrado baseado na obra Como me tornei estúpido de Martin Page. A peça entra em cartaz no Teatro Sesi Rio Vermelho no próximo dia 4 de agosto, aos sábados e domingos, às 20 horas.

Na comédia, um personagem que sofre por pensar demais. Infeliz por sua compulsão em racionalizar e compreender tudo e a todos, tenta, de diversas formas, “se tornar estúpido” para alcançar um pouco de paz e felicidade. A partir de sua experiência pessoal, aborda diversos episódios hilários sobre suas tentativas de se tornar estúpido.

Com muita ironia e bom-humor, o espetáculo apresenta uma espécie de aula performática sobre o tema. No espaço, que inicialmente é predominantemente preto, o “conferencista” anota dicas com giz colorido, traduzindo visualmente seus assuntos. Apaga e refaz diversas vezes, montando a cenografia no decorrer da apresentação, ao vivo, e compondo, ao fim, uma espécie de grande mural, repleto de ideias livremente associadas.

De forma dinâmica e divertida, a comédia propõe uma reflexão sobre comportamentos controversos e recorrentes na sociedade atual. Além de construir a cenografia, o ator divide a cena com um musico que conduz a trilha sonora ao vivo do espetáculo e aciona efeitos, criando uma paisagem dos acontecimentos interpretados e assuntos debatidos.

Como Se Tornar Estúpido em 60 MINUTOS teve pré estreia em Lisboa, Portugal, na Escola Superior de Teatro e Cinema, na qual Rafael Medrado faz mestrado. A peça conquistou o público português e já tem apresentações vendidas e faz temporada de estreia ainda em 2018. 

Esta sarcástica comédia convida espectadores de todos os gêneros e faixas etárias para uma divertida reflexão sobre os intrigantes condicionamentos e neuroses do mundo atual.


Ficha Técnica
Atuação/Performance: Rafael Medrado  
Encenação:João Sanches
Dramaturgia: João Sanches e Rafael Medrado (A partir da obra de Martin Page)
Trilha ao vivo: Leonardo Bittencourt
Iluminação, Cenário e Figurino: João Sanches
Operação/Performance de luz e cenário: Rafael Medrado
Paisagem Sonora : João Sanches, Leonardo Bittencourt, Rafael Medrado
Produção: Carambola Produções e LadoBe Agencia Criativa
Produtores: Milena Leão, Luana Bistane, João Sanches.
Realização: Teatro Estúdio 

Serviço
Teatro Sesi Rio Vermelho
Sábados e domingos - 20H
Estreia 04/08/18
Ingressos R$ 40,00 /20,00
Vendas na bilheteria do teatro e no Sympla
Censura: 14 anos

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RELAÇÕES AMOROSAS – Jorge Luís Santos


Toda a atividade para ser realizada precisa de uma ferramenta específica. O pintor, depende do pincel; o médico, do raio laser, o homem do campo, da enxada... E com estas mantém uma relação de amor. Quem escreve não é diferente. A caneta, antigamente, depois a máquina de escrever e hoje o computador, são ferramentas imprescindíveis, sem os quais o autor não consegue plasmar a sua criatividade.

            Tenho pessoalmente um verdadeiro amor por esses objetos “inanimados”. Cada um a seu turno. Sou do tempo da caneta, da máquina de escrever e, felizmente, da informatização destes meios: o computador.

            Lembro-me de que na comemoração de um dos dia do estudante, ganhei uma caneta no sorteio realizado na sala de aula. Fique muito feliz. Quando coloquei tinta nela, vi a minha felicidade azul escorrer por todos os lados. Mesmo assim guardei aquela caneta furada. Depois ganhei outra da mesma marca e modelo. Elas são douradas, parece de ouro, mas são de alumínio chinês. Chamam tanto a atenção, que são objetos da cobiça alheia. Quando fui assaltado, o autor do fato visava a caneta, mas só conseguiu levar o meu relógio de pulso. A máquina de escrever veio logo depois. Tive-as de quase todas as marcas. Não tenho preferência por nenhuma delas. Todas facilitam o trabalho do autor, na tarefa feliz da sua produção literária. Quem está próximo, lá pelas tantas horas da madrugada, reclama do seu tic-tac infernal. Mas o autor pode e deve, em respeito ao sono alheio e á continuidade da formalização de sua obra, utilizar-se da colaboração silenciosa da caneta, na noite iluminada pela fonte inesgotável do seu poder criador.

            O computador, principalmente o net-book, revolucionou esta relação. Menor, mais leve e portador de recursos antes inimagináveis, o net-book tornou-se uma ferramenta imprescindível na área de pesquisa e comunicação, superando infinitamente a contribuição simplória dada pela caneta e pela maquina de escrever.

            Aquele assalto não me deixou fobias. Transito pelas ruas sem nenhuma síndrome, mas também sem portar o computador. Ele não fica lá em casa, mas no meu escritório. Para acessá-lo, preciso acionar oito chaves, abrindo primeiro as portas do coração, sem o qual nem Dante Alighieri teria se inspirado, para poder nos legar a Divina Comédia.

Jorge Luís Santos.
Advogado e cronista. Itabuna - Bahia


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SUAS PALAVRAS CONSTROEM OU DESTROEM – Gloria Wendroff


Algo especial está acontecendo no mundo agora e já faz algum tempo. Está se revertendo uma tendência. Seu coração e sua mente vagam pelo mundo. Aquilo que você fala é ouvido ao redor do mundo.. O que você ouve ressoa dentro de você e cria ondas no exterior para ser repetido àquele que falou e a todos os outros, perto ou longe. Todos os problemas que você lê nos jornais, pelo simples ato de ler, você mesmo os propaga. Toda mensagem que você postar, vai alcançar mais do que apenas o destinatário. Ele na verdade viaja nas ondas de luz. Mesmo quando as ondas de luz são supostamente inexistentes, elas são vistas. Até mesmo os cegos podem vê-las.

Você é um produtor e receptor de pensamentos. O mesmo pode ser dito em relação ao amor. Você pode aumentá-lo ou não. Quem possui domínio virtual fala mais alto. A vibração deles vai mais longe. Aqueles que postam em redes, fazem sua luz chegar mais longe e mais rápido. Sua postagem pode não ser significativa, mas Seus pensamentos são. Suas palavras são. Seu amor também. O algo especial de que falo é que há uma onda de luz energizando todo o mundo. Apesar de toda a bobagem, há mais amor ressoando, e esta onda está pegando.

Sabes, onde há amor, o julgamento sai pela janela. Você treme ao pensar sobre a devastação que alguns governantes impuseram ao mundo. Uma parte sua coloca simples Seres Humanos em duas filas! Uma é a fila que lhes dá permissão para viver e a outra, a que põe um X na vida deles. As duas filas são a personificação do julgamento. Quando você julga, com seus pensamentos, você coloca as pessoas em uma destas duas filas. Basta! Faz uma só fila. Você sabe bem qual. No mundo, tudo está de cabeça para baixo. E agora você deve agir e virar o mundo para cima.

Você agora sabe que seus pensamentos afetarão todos que viverem. E agora você quer o fim da crueldade. Então, tira todas as tristezas do seu coração e transforma-as em tochas de amor. Do julgamento para o amor. Do desdém para o amor. Há muito espaço em seu coração para o amor. Dispensa o julgamento e você terá aberto muito mais espaço para o amor florescer.. Se você quisesse realmente eliminar a negatividade da face da Terra, Você nada mais  publicaria. Substitua seus pensamentos de desaprovação por atitudes de gentileza e amor, mesmo sobre aqueles que magoaram você.

Você encontrará uma maneira, pois ninguém magoa tanto quanto seus próprios pensamentos. Aqueles que causaram dor a você, estejam eles perto ou longe, sejam eles conhecidos ou não, já se esqueceram de você e não estão magoados mais. Você tomou o lugar deles com seus próprios pensamentos. Com cada pensamento nocivo que você tem, Você mesmo abre as feridas. É você quem deve acabar com a paródia da injustiça. É você quem deve transformar-se no Justo. É você quem deve eliminar os resíduos de julgamento de seu coração e seus pensamentos. É você quem deve fazer as pazes consigo mesmo e assim colocar paz no mundo.

Você não ama a guerra, mas mesmo assim pode amar as pessoas que fazem a guerra. Você tem que amá-las, pois a paz depende de você. Se você realmente ama a paz, tem que parar de condenar a todos, inclusive condenar a você mesmo. Nenhuma palavra de condenação deve sair de seus lábios novamente. Nenhuma estória de transgressão deve ser contada, pois quando você conta, você as apoia. Conta algo sobre a guerra e você vai declará-la novamente. Elimina a guerra de seu coração e cria paz. Declara trégua a você mesmo. Vá ao silêncio do seu coração e deixe jorrar as ondas de luz da paz.

Gloria Wendroff

 "Gotas de Crystal 04" <ppscrystal@yahoo.com.br>

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domingo, 29 de julho de 2018

ABL: Acadêmico e professor Evanildo Bechara fala na ABL sobre Antenor Nascentes na abertura do ciclo de conferências ‘Cadeira 41’


A Academia Brasileira de Letras abre seu ciclo de conferências do mês de agosto de 2018, intitulado Cadeira 41, com palestra do Acadêmico, professor, filólogo e lexicólogo Evanildo Bechara. A coordenação será da Acadêmica e escritora Ana Maria Machado. O tema escolhido foi Antenor Nascentes, um tardio na cadeira 41.

Serão fornecidos certificados de frequência.

A Acadêmica Ana Maria Machado é, também, a Coordenadora-Geral dos ciclos de conferências de 2018.
Acadêmica Ana Maria Machado convida para o ciclo "Cadeira 41"

A intitulação Cadeira 41 remonta aos tempos de fundação da ABL, em 20 de julho de 1897. Criada nos mesmos moldes da Academia Francesa, o máximo de Acadêmicos era de 40, o que continua até os dias de hoje. Este ciclo, no entanto, pretende apresentar cinco nomes que poderiam ocupar, em suas épocas, uma dessas cadeiras e, que, por razões diferentes e individuais, não se tornaram membro da Academia: Antenor Nascentes, Domingos Olympio, Carlos Drummond de Andrade, Monteiro Lobato e Osman Lins.

Antenor de Veras Nascentes (1886/1972) foi um filólogo, etimólogo e lexicógrafo de grande importância para o estudo da língua portuguesa. É considerado um dos mais destacados estudiosos nessa área do Brasil século XX. Ocupou, como fundador, a Cadeira nº 3 da Academia Brasileira de Filologia.

Entre a enorme lista de importantes obras produzidas ao longo de sua vida, destaca-se seu Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, de 1932, que o fez famoso no meio dos estudiosos deste idioma não apenas no Brasil, mas também em Portugal.

Destacam-se, ainda, seu Vocabulário Ortográfico, de 1941, que influenciou o Vocabulário Ortográfico da história da Academia Brasileira de Letras (ABL), cuja primeira edição foi publicada logo depois; e seu Dicionário Etimológico de Nomes Próprios, que viria a servir de base para o Vocabulário Onomástico da Língua Portuguesa da ABL, lançado apenas em 1999.

Foi, também, autor do primeiro Dicionário de Português da Academia Brasileira de Letras, de 1967, e suas ideias e proposições acerca da ortografia da língua portuguesa influenciaram as bases da ortografia portuguesa atual. Foi autor ainda de A saudade portuguesa na toponímia brasileira, entre muitas outras obras. Em 1962, foi-lhe outorgado o Prêmio Machado de Assis, concedido pela ABL.

Cadeira 41 terá mais quatro palestras, às quintas-feiras, no mesmo local e horário, com os seguintes dias, conferencistas e temas, respectivamente: dia 9, Maria Laura Viveiros de Castro Cavalcanti, “Luzia-Homem” de Domingos Olympio: a criação de um mito mulher; 16, Acadêmico Antonio Carlos Secchin, Drummond: poesia e aporia; 23, Luís Camargo, Cem anos de “Urupês”, de Monteiro Lobato: o primeiro best-seller nacional; e 30, Hugo de Almeida, Osman Lins, 40 anos depois, mais atual.


O CONFERENCISTA

Quinto ocupante da Cadeira 33 da ABL, eleito em 11 de dezembro de 2000, na sucessão de Afrânio Coutinho, Evanildo Bechara é Professor Titular de Filologia Românica da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, de Língua Portuguesa da Universidade Federal Fluminense e professor Emérito da UERJ e da UFF, além de ter sido professor visitante da Universidade de Coimbra e da Universidade de Colônia. Faz parte da Comissão Científica da Société Linguistique Romane, com sede em Strasbourg, e pertence à Academia Brasileira de Filologia e à Associação de Romanistas.

Diretor da revista Confluência, do Instituto de Língua Portuguesa do Liceu Literário Português, Bechara publicou, pela mesma instituição, obra coletiva intitulada Na ponta da língua. Integram a publicação artigos de Silvio Elia, Gladstone Chaves de Melo, Antônio Geraldo da Cunha, Maximiano de Carvalho e Silva, Antonio Basílio Rodrigues, entre outros. Diretor da Revista Littera, preparou, junto com Segismundo Spina, a 1ª edição da Antologia de Os Lusíadas, publicada pela Grifo. A 2ª edição, melhorada, foi publicada pela Editora da Universidade de São Paulo.

Responsável por um dos capítulos no livro coletivo Trivium e Quadrivium, em que escreve sobre a História da Gramática na Idade Média, Bechara é autor, entre outros livros, da Moderna gramática portuguesa, Lições de português pela análise sintática, Gramática escolar da Língua Portuguesa, Língua e Linguagem, A nova ortografia, e Novo dicionário de dúvidas da língua portuguesa.

27/07/2018


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AGENDA LGBT CONTRA A IGREJA


29 de julho de 2018
♦  Pe. David Francisquini

O artigo Católicos LGBT organizam movimento para reivindicar mais espaço na Igreja, de Anna Virginia Balloussier (folha.uol, 23-7-18), traz declarações de uma ativista homossexual que de tal maneira deixou cair a máscara, que produziu o efeito da pedrinha de sal ao cristalizar todo o líquido de um copo.

A árvore boa dá bons frutos, e a árvore má dá maus frutos, pelos frutos conhecereis os homens, ensina o divino Salvador (Mt 7, 20). Toda a árvore que não der bom fruto será lançada ao fogo. Portanto, as pessoas que não produzem bons frutos querem transformar o ambiente católico numa atmosfera concessiva ao pecado que clama a Deus por vingança.

Aprendi nas aulas de Catecismo que a Igreja Católica — sociedade visível fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo — tem seus mandamentos, sua doutrina, suas leis, suas regras, seus cânones.
Todo esse conjunto fundamentado na Sagrada Escritura e na Tradição constitui um bloco do qual não se pode aceitar apenas uma parte.

Mais ainda, pelos estudos feitos no Seminário, aprendi também que os princípios da Religião católica são inegociáveis. Assim, entre o ensinamento da Igreja e o homossexualismo, por exemplo, não existe aproximação possível; são irreconciliáveis como a luz e as trevas, a verdade e o erro, a virtude e o vício; há entre eles uma incompatibilidade total, pois são excludentes.

Se a Igreja abrisse mão deste ponto, deixaria de ser a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, pois está no livro do Gênesis: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua posteridade e a posteridade dela. Ela te esmagará a cabeça, e tu armarás traições ao seu calcanhar”(Gen. 3, 15). E essa inimizade é eterna.

Vejamos as palavras da ativista homossexual que se insurge contra a autoridade eclesiástica: “Questionamos muito a atitude de esperar que o Papa mude alguma coisa, como se tivéssemos de aguardar algum tipo de autorização vinda do alto da Hierarquia para podermos ser Igreja. Isso nós já somos”. Seria bom se essa ativista que diz “ser Igreja” soubesse que, conforme afirma São Paulo na segunda epístola a Timóteo, autoridade alguma na face da Terra pode mudar a doutrina de Cristo.

O Apóstolo ainda aconselha: “Prega a palavra, insiste, quer agrade, quer desagrade; repreende, suplica, admoesta com toda a paciência e doutrina. Porque, virá tempo em que os homens não suportarão a sã doutrina, e contratarão para si mestres conforme os seus desejos, levados pela curiosidade de ouvir, e afastarão os ouvidos da verdade para os abrir às fábulas” (Tim. 4,1-8).

Afirmar ser igreja revela uma total deformação do conceito de Igreja. São Pio X [foto ao lado] ensina que a Igreja é uma sociedade visível composta de eclesiásticos e de leigos. Os primeiros pertencem à Igreja docente, ou seja, têm o poder de ensinar, governar e santificar; os leigos são da Igreja discente, isto é, devem ser ensinados, governados e santificados pelos seus pastores. Para ser cristão é indispensável ser batizado, crer e professar a doutrina e a lei ensinadas por Jesus Cristo e contida no magistério da Igreja.

O ensinamento de Nosso Senhor na parábola do Bom Pastor e do filho pródigo que volta à casa paterna ressalta o Seu amor para com as almas afastadas da graça e da amizade divina. Ele faz de tudo para que elas voltem ao redil, pois há mais júbilo no Céu por um pecador que faça penitência do que por noventa e nove justos que não precisam dela.

Há mais alegria no Céu por um só pecador que se emenda e faz penitência, do que por noventa e nove justos que não precisam arrepender-se (Lc 15,7). A pior tragédia de uma alma é quando ela quer justificar sua má conduta impondo-a aos demais. Ao reivindicar cidadania para o erro, o seu coração endurece, dificultando a sua conversão.

Toda sociedade civilizada tem suas leis, seus princípios, seus códigos. Seus membros devem aderir a esse conjunto normativo, pois são afins com ele e existem para o bem comum. Assim, a Igreja como sociedade visível de caráter espiritual não pode transigir em relação aos ensinamentos do seu Fundador, o Filho de Deus encarnado.

O próprio Nosso Senhor nos alerta sobre os falsos profetas que vêm a nós com pele de ovelhas e por dentro são lobos vorazes. Porventura se colhem uvas de espinhos ou figos de cardos? São Paulo Apóstolo, na epístola aos Romanos, afirma que quando somos livres do pecado e feitos servos de Deus, temos por fruto a santidade e por fim a vida eterna.

A mencionada ativista homossexual, pelo contrário, se considera acima dos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo e da Igreja a ponto de querer impor condições à autoridade eclesiástica: “Questionamos muito a atitude de esperar que o Papa mude alguma coisa”… É bom lembrá-la da lição divina de que nem todo aquele que diz “Senhor, Senhor” entrará no reino do Céu, mas quem faz a vontade de meu Pai que está no Céu, e a vontade de Deus está contida nos Mandamentos.

A ativista vai mais longe. Para ela, “essa linguagem progressista do papa não é precisa, ‘não faz sentido’ a Igreja excluir e ferir. ‘Cristo andava com os piores pecadores, os maiores párias da sociedade”. Os apóstolos e discípulos seriam pecadores péssimos, párias da sociedade? Da mesma forma que Lázaro, José de Arimateia e Nicodemos, que comprou 100 libras de mirra e aloés para os funerais do Homem-Deus? (Jo 19-33).

Qual o conselho do Divino Mestre à mulher adúltera, senão “vai e não peques mais”[representação ao lado] Se nas palavras de uma ativista homossexual não faz sentido a Igreja excluir e ferir, então o Papa Leão X deveria ter “incluído” os erros de Lutero no Magistério da Igreja? A Igreja deveria ter aceitado o divórcio e “incluído” Henrique VIII e todo o anglicanismo como enriquecimento do magistério? São Pio X deveria ter aprovado e “incluído” os erros modernistas, em vez de condená-los?

 A Igreja deveria acatar e “incluir” Frei Boff e os “teólogos” da Teologia da Libertação em seu seio? Talvez essa ativista inclua na sua agenda a reabilitação de Lúcifer e sua “inclusão” no reino celeste, um verdadeiro absurdo, mas é a conclusão que se pode tirar de seu ‘princípio inclusivo’. Na verdade, ela nega o princípio metafísico da contradição, a incompatibilidade do vício com a virtude.

Convém lembrar o que diz São Pio X no Catecismo Maior: “A sodomia está classificada em gravidade logo depois do homicídio voluntário, entre os pecados que clamam a Deus por vingança. Desses pecados se diz que clamam a Deus por vingança, porque o Espírito Santo assim o diz, e porque a sua iniquidade é tão grave e evidente, que provoca a punição de Deus com os castigos mais severos.”

Por sua vez, São Pedro Damião afirma: “Este vício não pode jamais ser comparado a nenhum outro, pois ultrapassa a enormidade de todos os vícios. Ele corrompe tudo, mancha tudo, polui tudo. Por sua própria natureza, não deixa nada puro, nada limpo, nada que não seja imundície. A carne miserável arde com o calor da luxúria; a mente fria treme com o rancor da suspeita; no coração do homem miserável o caos ferve como o inferno.”

E prossegue: “Depois que essa serpente venenosa introduz suas presas na infeliz alma, o senso é retirado, a memória se desgarra, a clareza da mente é obscurecida. Ele não se lembra mais de Deus, até se esquece de si mesmo. Essa praga solapa os fundamentos da fé, enfraquece a força da esperança, destrói o laço da caridade; afasta a justiça subverte a fortaleza, expulsa a temperança, entorpece a perspicácia da prudência” (Homem e Mulher Deus os Criou, Artpress, S. Paulo, 2011, p. 26).

Protestemos contra essa rebeldia, que é também uma ingerência e um insulto à Santa Igreja de Deus. Aconselharia a tal ativista que lesse meu livro Homem e Mulher Deus os Criou — As relações homossexuais à luz da doutrina católica, da Lei natural e da ciência médica.


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PALAVRA DA SALVAÇÃO (89)

17º Domingo do Tempo Comum – 29/07/2018


Anúncio do Evangelho (Jo 6,1-15)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós!
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades.
Uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes. Jesus subiu ao monte e sentou-se aí, com os seus discípulos. Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus.
Levantando os olhos e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?” Disse isso para pô-lo à prova, pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer.
Filipe respondeu: “Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um”.
Um dos discípulos, André, o irmão de Simão Pedro, disse: “Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isso para tanta gente?”
Jesus disse: “Fazei sentar as pessoas”. Havia muita relva naquele lugar, e lá se sentaram, aproximadamente, cinco mil homens.
Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes.
Quando todos ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: “Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca!”
Recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães, deixadas pelos que haviam comido. Vendo o sinal que Jesus tinha realizado, aqueles homens exclamavam: “Este é verdadeiramente o Profeta, aquele que deve vir ao mundo”.
Mas, quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

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Ligue o vídeo abaixo e acompanhe a encenação do Evangelho:

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O pão mais saboroso é aquele que compartilhamos

“Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados...” (Jo 6,11)

No domingo passado, o relato evangélico de Marcos nos deixou às portas da multiplicação dos pães. Em seu lugar, a liturgia insere, a partir deste domingo, todo o capítulo 6 do evangelho de João. É o mais longo e denso capítulo de todos os evangelhos, e que vai ocupar os próximos cinco domingos. Em seus 71 versículos, partindo da multiplicação dos pães, João elabora toda uma teologia do seguimento. No fundo trata-se de um processo de iniciação catequética, que na primitiva comunidade cristã durava vários anos e que, no final inspirava o catecúmeno a tomar uma decisão definitiva: o batismo. 

João, o evangelista dos detalhes, começa trazendo um dado interessante: “Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia”. Ao passar para a outra margem, Jesus desencadeia um movimento inspirador: não podemos nos limitar a ver as coisas a partir das margens conhecidas. É preciso deslocar-nos para a outra margem, para ver as coisas sob outra perspectiva, com um olhar mais amplo. 

Jesus desvela o perigo de fechar-nos no próprio grupo, nas próprias ideias, doutrinas e considerar-nos como donos da verdade; somos sempre tentados a instalar-nos no conhecido e custa abrir-nos a outras percepções. É preciso fazer a travessia para deixar-nos interpelar pelo novo, colocar em questão nossa própria visão e compreensão da vida e enriquecer-nos com outros pontos de vista: a dos pobres e marginalizados. O Evangelho não é para acomodados ou para aqueles que tem medo de fazer a travessia; o Evangelho é para fazer estrada, viver em atitude de saída. Sair dos lugares conhecidos, rotineiros, estreitos e abrir-nos às surpresas dos lugares novos. 

Outro dado instigante, apresentado no evangelho deste domingo: não basta ver a fome nas fotos, embora as fotos costumam “doer”. O importante é ver os rostos famintos. Jesus não é daqueles que, quando passa junto ao faminto, baixa os olhos para não ver. Jesus “levantou os olhos e viu uma grande multidão”. Segundo a versão de João, Jesus é o primeiro que pensa na fome daquela multidão que acudiu para escutá-lo. Ela precisa comer e é preciso fazer algo. Assim era Jesus. Vivia pensando nas necessidades básicas do ser humano.

Jesus é daqueles que, quando descobre que a multidão tem fome, busca respostas, busca soluções. “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?” A solução de Felipe é aquela que a maioria tem às mãos: só vê a dificuldade e, inclusive, a impossibilidade de encontrar uma saída para a situação. Ele recorda que o grupo não tem dinheiro. Entre os discípulos, todos são pobres: não podem comprar pão para tantos.

Jesus sabe disso. Os que tem dinheiro não resolverão nunca o problema da fome no mundo. É preciso algo mais que dinheiro. A solução de Jesus é abrir outra possibilidade: Ele vai ajudá-los a vislumbrar um caminho diferente. Antes de mais nada, é necessário que ninguém monopolize o seu alimento para si mesmo, quando há outros que passam fome. Seus discípulos terão que aprender a pôr à disposição dos famintos o que têm, mesmo que seja só “cinco pães de cevada e dois peixes”. 

Jesus ensina que a dinâmica do Reino é a arte de compartilhar. Talvez todo o dinheiro do mundo não seja suficiente para comprar o alimento necessário para todos os que passam fome... O problema não se soluciona comprando, o problema se soluciona compartilhando. O pão nas mãos de Jesus era pão para ser partido, repartido e compartilhado. O pão armazenado, como o maná no deserto, se corrompe, apodrece.

Também hoje Ele precisa de nossas mãos para multiplicar os grãos; precisa de nossas mãos para triturar esses grãos, amassar a farinha e fazer o pão. E precisa de nosso coração para que o pão seja repartido.

O pão sem coração é pão “monopolizado”. Pão indigesto, que engorda o egoísmo. O pão sem coração gera divisões e conflitos. Quantas guerras fraticidas provoca o pão sem coração! Deus precisa de nosso coração para que o pão leve o sinal da fraternidade, seja vitamina de solidariedade, alimento de comunhão, para que possamos comungar. No pão compartilhado, encontramos a luz da vida. “Se partes teu pão com o faminto... brilhará tua luz como a aurora” (Is. 58,7-8). 

Uma refeição fraterna foi servida por Jesus a todos, graças ao gesto generoso de um menino, com seus cinco pães de cevada (pão dos pobres) e dois peixes.

Para Jesus, isso é suficiente. Esse menino, sem nome e desconhecido, vai tornar possível o que parece ser impossível. Sua disponibilidade para partilhar tudo o que tem é o caminho para alimentar aquela multidão. Jesus fará o resto. Toma em suas mãos os pães, dá graças a Deus e começa a “reparti-los” entre todos. Esta refeição compartilhada era, para os primeiros cristãos, um símbolo atrativo da comunidade nascida do movimento de Jesus para construir uma humanidade nova e fraterna. Esta cena, evocavalhes, ao mesmo tempo, a eucaristia, celebrada no dia do Senhor, para que todos pudessem se alimentar do espírito e da força de Jesus, o Pão vivo vindo de Deus. 

Mas, os seguidores de Jesus nunca esqueceram o gesto despojado daquele menino. Se há fome no mundo, não é por escassez de alimentos, mas por falta de solidariedade. Há pão para todos, falta espírito generoso para partilhar. Temos deixado a marcha do mundo nas mãos do poder financeiro, nos dá medo partilhar o que temos, e as pessoas morrem de fome devido ao nosso egoísmo irracional. 

A dinâmica do mundo neo-liberal é precisamente o dinheiro. Cremos que sem dinheiro nada se pode fazer e procuramos converter tudo em dinheiro, não só os recursos naturais, mas também os recursos humanos e os valores: o amor, a amizade, o serviço, a justiça, a fraternidade, a fé, etc. Neste mundo capitalista nada é dado gratuitamente, tudo tem seu preço, tudo é taxado e comercializado. Esquecemos que a vida acontece por pura gratuidade, por puro dom de Deus. 

Jesus, nesta multiplicação dos pães e dos peixes, partiu daquilo que as pessoas tinham no momento. O milagre não foi tanto a multiplicação do alimento, mas o que aconteceu no interior de seus ouvintes: sentiram-se interpelados pela palavra de Jesus e, deixando de lado o egoísmo, cada um colocou o pouco que ainda tinham; maravilharam-se, depois, ao verem que o alimento se multiplicou e sobrou.

Compreenderam, então, que se o povo passava fome e necessidade, não era tanto pela situação de pobreza, mas pelo egoísmo dos homens e mulheres que, conformados com o que tinham, não lhes importava que os outros passassem necessidades. O gesto de compartilhar marcou profundamente a vida das primeiras comunidades que seguiram a Jesus. Compartilhar o pão se converteu num gesto para prolongar e manter a vida, um gesto pascal. Ao partir o pão descobriam a presença nova do Ressuscitado.

Nós seguidores(as) de Jesus, não devemos esquecer o gesto de partilhar é a chave para tornar realidade a fraternidade e para nos reconhecer como filhos e filhas do mesmo Pai. Quando se compartilha com gosto e com alegria, o alimento se multiplica e sobra.

Texto bíblico:  Jo 6,1-15

Na oração: Nosso próprio interior é dotado de pães que devem ser acolhidos, abençoados, repartidos e distribuídos.

O alimento vem de nossa própria interioridade: poucos pães e peixes, mas o suficiente para saciar a fome de muitos. Há um menino interior que aponta para a presença dos pães e peixes e nos instiga a partilhar.

- A atitude de Jesus é a mais simples e humana que podemos imaginar. Mas, quem vai nos ensinar a compartilhar, se só sabemos comprar? Quem vai nos libertar de nossa indiferença frente àqueles de morrem de fome? Há algo que possa nos fazer mais humanos?

Será que algum dia acontecerá esse “milagre” da solidariedade real entre todos?

- Quais são seus pães e peixes do seu interior que devem ser apresentados e partilhados?

Pe. Adroaldo Palaoro sj

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sábado, 28 de julho de 2018

ITABUNA CENTENÁRIA SORRINDO – Piadas para alegrar seu dia



De machos e fêmeas

A mulher entra na cozinha e encontra o marido, atarefado, com um guardanapo na mão, olhando para todos os lugares.
- O que você está fazendo, querido?
- Caçando moscas.
- Oh! Já matou alguma?
- Sim! Já matei cinco: 3 machos e 2 fêmeas.
Intrigada, ela pergunta:
- Mas como conseguiu distinguir o sexo?
- Fácil querida! Três estavam na garrafa de cerveja e duas no telefone.

***

De profissionais

Duas mulheres se encontram no cabeleireiro.
- O meu marido é médico, e o seu?
- O meu faz televisão!
- Televisão?! Que legal! Onde ele trabalha?
- Na linha de montagem da Philco!

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De Fazendas e Botinas

De chapéu de palha e roupinha bem puída, o caipira mija na cerca da maior fazenda da região. No meio do ato ele comenta, suspirando:
- Ahhhh... Nada como fazer xixi naquilo que é da gente!
De repente aparece o dono da fazenda, do lado de dentro da cerca e grita:
- E desde quando essa fazenda a tua?
- Fazenda? Eu tô falando é da minha botina, sô !

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De Casório e Impedimento

No momento do casório o padre faz a tradicional pergunta:
- Há alguém aqui que saiba de algum fato que possa impedir a realização desse casamento?
Um sujeito que está assistindo cochicha com um amigo:
- Eu sei...
E o amigo, também sussurrando:
- Então por que você não fala?
- Você é louco? Se falar quem tem que casar sou eu !

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De aplausos perigoso
s

Um mosquitinho da dengue pergunta para a mamãe mosquita da dengue:
- Mamãe, deixa eu ir ao teatro?
- Que é isso, menino, parece maluco! Onde é que já se viu mosquito da dengue ir ao teatro?
- Ah, deixa, mamãe! Deixa!
- Pará com essas frescuras, menino! Mosquito da dengue não nasceu pra ir ao teatro. Nós nascemos para ficar em água parada de pneus, garrafas vazias, vasos de plantas, calhas entupidas, latas abertas...
E o mosquitinho da dengue, sem perder as esperanças:
- Ah, deixa, mamãe, deixa!
- Está bem, vai menino, vai! Mas muito cuidado com os aplausos!



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MANUAL PARA A VIDA


NA SAÚDE:


1.  Beba muita água;

2.  Coma mais o que nasce em árvores e plantas;

3.  Viva com os três E: Energia, Entusiasmo e Empatia;

4.  Arranje 30min por dia para Orar  sozinho;

5.  Faça atividades  que ative seu cérebro;

6.  Leia mais livros;

7.  Sente-se em silêncio, pelo menos,  10 minutos por dia;

8.  Durma 8 horas por dia;

9.  Faça caminhadas diárias de 20 a 60 minutos.

10. Enquanto caminhar,  sorria.


NA PERSONALIDADE:

11.  Não compare a sua vida com a dos outros;

12.  Não tenha pensamentos negativos;

13.  Não se exceda;

14.  Não se torne demasiadamente sério;

15.  Não desperdice a sua energia com fofocas;

16.  Sonhe mais;

17.  Inveja é uma perda de tempo. Agradeça a Deus pelo que possui...

18.  Esqueça questões do passado. Jesus já jogou no mar do esquecimento, faça o mesmo;

19.  A vida é curta demais para odiar alguém. Perdoe;

20.  Faça as pazes com o seu passado para não estragar o seu presente;

21.  Ninguém comanda a sua felicidade a não ser você;

22.  A vida é uma escola e você está nela para aprender. Não fique repetindo  o ano;

23.  Sorria e gargalhe mais;

24.  Não queira ganhar todas as discussões. Saiba perder.


NA SOCIEDADE: 

25.  Entre mais em contato com sua família;

26.  Dê algo de bom aos outros,  diariamente;

27.  Perdoe a todos por tudo;

28.  Passe tempo com pessoas acima de 70 e abaixo de 6 anos;

29.  Tente fazer sorrir, pelo menos três pessoas por dia;

30.  Não se importe com o que os outros pensam de você;

31.  O seu trabalho não tomará conta de você quando estiver doente. Não se estresse.


NO SEU DIA A DIA: 

32.  Faça o que é correto;

33.  Desfaça-se do que não é útil;

34.  Lembre-se: Deus cura tudo;

35.  Por melhor ou pior que a situação seja... ela mudará...tudo passa!

36.  Não interessa como se sente, levante, arrume-se e apareça;

37.  O melhor ainda está por vir;

38.  Quando acordar de manhã agradeça a Deus pela graça de estar vivo;

39. Mantenha seu coração sempre feliz.


ACIMA DE TUDO:

 40.  Cultive a fé em Deus.


(Autor desconhecido)

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