19 de abril de 2017
Luis Dufaur
Igreja de Nossa Senhora de Nazaré, São Cristóvão. Abandonada
como muitas outras, mas para a CNBB o que importa é o bioma…
A Campanha da Fraternidade de 2017 abordou mais uma vez
a questão ambiental, como já fez em edições anteriores. O tema foi “Fraternidade:
biomas brasileiros e defesa da vida”.
Quando comentei isso com amigos, aliás muito enfronhados na
problemática ambientalista brasileira, iniciou-se uma conversa amável que
degenerou na máxima confusão.
Afinal de contas o que a CNBB (Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil) entende como bioma e o que tem a ver essa campanha com a
religião católica, perguntavam todos.
E acabei estarrecido pela radicalidade dos propósitos
expostos com dulçurosa redação.
A escolha do tema foi influenciada, escreveu o prelado, pela
encíclica ‘Laudato si’, do papa Francisco (2015).
Voltou-me à mente a euforia das esquerdas latino-americanas
mais extremadas com dita exortação.
Mas, o alto eclesiástico, explicou que a CNBB com essa
campanha na Quaresma visou convidar os cristãos a refletirem sobre as
implicações da sua fé em Deus.
Fazenda Buriti invadida e incendiada por índios teleguiados
pelo CIMI, organismo vinculado à CNBB
Ele reconhece que o tema soa abstrato e distante da
religião, objeto de ocupação apenas para especialistas e ambientalistas de
carteirinha.
Leia-se MST, CIMI, ONGs nacionais e internacionais, Funai e outros
tentáculos mais ou menos combinados com a CNBB para fazer a revolução no
Brasil.
O arcebispo paulista também reconhece que “para a
maioria das pessoas, talvez o conceito ‘bioma’ seja até desconhecido”.
E explica que “trata-se de um ambiente da natureza que
tem um conjunto de características próprias e hospeda diversas espécies vivas
bem harmonizadas com esse ambiente”.
Quanto mais lia, menos entendia… É um modo de dizer, acho
que entendia cada vez mais.
Prosseguindo me deparei com que:
Campanha da Fraternidade 2017 se preocupou dos ‘biomas’. E
das dezenas de milhões de católicos que deixaram a religião?
“Todos os biomas brasileiros estão ameaçados e a principal
ameaça é representada pela interferência indevida do homem neles. [...]
“certas formas de manejo florestal, agricultura ou criação
de gado, e mesmo de urbanização, podem produzir profundas alterações no
delicado equilíbrio dos biomas.
“Por motivos econômicos, a natureza acaba sendo vista como
fonte de recursos disponíveis, sobre os quais o homem avança com a vontade de
se apropriar, sem considerar as consequências presentes e futuras de sua
intervenção no ambiente da vida.
“A natureza ferida e desrespeitada pode voltar-se contra o
próprio homem, que se torna a sua vítima”.
Simples: a gloriosa sucessão de gerações de produtores
agropecuários que regaram o solo brasileiro com seu sangue, com seu suor e suas
lágrimas para tirar o Brasil da incultura e da barbárie são os maiores inimigos
do País… (ou de seus biomas)!
E Deus que mandou os homens ocuparem a Terra toda, será por
caso inimigo dos biomas?
Então a Campanha da Fraternidade 2017 visa conscientizar os
cristãos dessa realidade execrada pela CNBB após piruetas verbais bem do gosto
dos “verdes” e das esquerdas subversivas.
Dita conscientização, acrescenta o artigo comentado, não
fica no campo. Deve ir por cima das cidades e de seus habitantes que constituem
a larga maioria da população nacional.
E como na cidade não existe o famoso “bioma” na acepção
adotada pela CNBB, o artigo excogita a existência de um “bioma urbano” . Nele ‘o
ser humano é seu principal agente ativo e passivo’.
Por que não mencionar também os passarinhos, animais de
afeição, e em ultima análise, insetos, baratas e ratos que pululam
desagradavelmente nas cidades, se a acepção adotada é para ser levada a sério?
O Exmo. arcebispo reconhece por fim que haverá “quem
pergunte: por que motivo a Igreja Católica se preocupa com uma questão que não
é propriamente religiosa? E por que promove essa reflexão justamente no tempo
da Quaresma, marcadamente religioso e cristão?”
Nesta capelinha de Barra do Guaicu, MG, o bioma parece ter
progredido…
É a pergunta de todo mundo que tem um resto de fé e de
lógica.
E responde que “a atitude religiosa decorrente da fé
cristã não se expressa apenas em cultos, ritos, preces e exercícios propriamente
espirituais. A fé cristã integra todas as dimensões da vida e da ação humana e
as realidades do mundo”.
Mas é essa fé católica que está sendo abandonada no Brasil,
não só na prática nas igrejas mas em “todas as dimensões da vida e da ação
humana e as realidades do mundo”!
A grei confiada à CNBB está se dispersando a ponto de ficar
reduzida a um mero 50% – segundo dados do IBGE e da Datafolha – quando em 1940 os católicos eram 95%
segundo o mesmo IBGE?
Essa perda massiva da fé católica não pede uma retomada
fervorosa da pregação que inspirou o nascimento do Brasil e seu desenvolvimento
através dos séculos de sua História?
A CNBB não responde ao clamor dessas dezenas de milhões de
almas que se perdem no materialismo ambiente e prefere ficar na encíclica ‘Laudato si’ levada como bandeira pelo bolivarianismo e
populismo subversivo latino-americano!
E nos quase divinizados biomas…. que são explorados como
‘slogans’ do ambientalismo radical!
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