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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

UNIDOS DA TIJUCA: Samba enredo para o Carnaval 2017

Autores: Totonho, Fadico, Josemar Manfredini, Dudu

Participação especial: Sergio Alan

Ligue o vídeo abaixo: 

Sinta o som…
É melodia, música
Negro dom que acalentava os nossos ancestrais
É muito mais, é liberdade a luz da inspiração
Hoje a Tijuca é quem dá o tom em notas e acordes musicais
Viaje na barca das canções
Um jazz embalando os corações
Num sopro a saudade, a moda country se eternizou
E o meu Borel americanizou

  
Chega, my brother… vem ver
A batucada é de enlouquecer
Pura Cadência de bambas juntou guitarra e pandeiro
Ta aí um soul de um jeito brasileiro

  
Ôôô… o som do rock ecoou
Nas ondas do rádio embalou gerações
As baladas do cinema despertam
Tamanhas emoções
Mudando de hábito o pop é samba
Deixa chover que hoje eu vou cantar
Sou eu da nação tijucana mais um pop star “vem com a gente sambar”
A musicalidade desse seu país
Virou paixão universal
Nessa avenida, rege o enredo do meu carnaval


Invade minh’alma a linda canção
No tom da vitória chegou meu pavão
Com samba no pé, nós vamos à luta
To na boca do povo, meu nome é Tijuca


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MEU AMIGO JOÃO DE PAULA... - Por Eglê S Machado

Meu amigo João de Paula... 
         

É o teu aniversário!
Hoje eu quero dar-te um presente,
Mas um presente que marque
A minha presença na tua vida
E toque o teu coração, qual acorde de canção!

Um presente que escancare o teu sorriso
Que te faça feliz
E te fale do amor de minha amizade!

Hoje eu quero, com a devida vênia
À minha amiga Expedita Maciel,
A paixão da tua vida
Falar-te do meu amor de amiga
Um grande amor que aos poucos
Foste plantando na minha alma,
E foste regando com a água da gentileza,
Adubando com a consideração,
E podando os galhos ruins da descrença,
Até ver florir
A maravilhosa flor da confiança
Onde abelhas, borboletas e colibris pousam,
Para fruir o néctar da ternura
E levar ao mundo a seiva da vida!

Neste tão querido dia
Quero  bênçãos divinas,
Olhar da Mãe do Céu,
Pureza de  criança
E esperança da juventude
Para servirem de embalagem
Onde depositarei o melhor de mim,
A minha poesia!

Tudo isso, meu amigo/irmão,
Para alegrar o teu coração,
No teu aniversário!...

FELIZ ANIVERSÁRIO, JOÃO DE PAULA!


Eglê S Machado, Poetisa
Academia Grapiúna de Letras - AGRAL
24 de fevereiro de 2017


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CIDADÃ DO INFINITO - Irmã Catarina

Irmã Catarina


Religiosa da Congregação de Nossa Senhora dos Humildes, Maria Catarina de Carvalho Luna, a Irmã Catarina, nasceu no ano 1904 em Santo Amaro BA.

Despertou para a Vocação Religiosa aos sete anos. Em 18 de maio de 1956, juntamente com a Irmã Coração, fundou o Educandário Cordolina Loup dos Reis, que até hoje acolhe a dezenas de meninas órfãs e carentes em regime de semi-internato. A entidade está localizada em uma fazenda em frente à sede regional da Ceplac, que foi doada pela família do coronel Henrique Alves. Com a ajuda das internas e de outras religiosas, produzia artesanalmente, por mais de três décadas, deliciosos sequilhos, vendidos em toda a região. A arrecadação era destinada à manutenção do Educandário.Trazia a imagem da doçura, inocência e leveza como os produtos que oferecia de porta em porta até o fim dos seus dias.

Faleceu em Itabuna, aos 88 anos, no dia 20 de outubro de 1992.
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Obs. De ITABUNA CENTENÁRIA: Ainda hoje o Educandário Cordolina Loup funciona, acolhendo algumas meninas, graças à dedicação de outras irmãs, que disponibilizam algumas dependências e a linda capela para eventos religiosos tipo encontros, retiros espirituais, confraternizações... Dá gosto ver a limpeza, o amor e a hospitalidade dessas Irmãs.

Extraído do livreto 26 PERSONALIDADES QUE CONTRIBUÍRAM PARA A HISTÓRIA DE ITABUNA de Selem Rachid Asmar.

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CARTA ABERTA DO POVO BRASILEIRO AO PRESIDENTE MICHEL TEMER - Alexandro Marcel




Senhor Michel Temer,

O povo do Brasil foi às ruas exigir o impeachment da agora Ex-Presidente Dilma Vana Rousseff, o que acabou ocorrendo em definitivo em meados do ano de 2016, quando Vossa Excelência, na qualidade de Vice-Presidente eleito, assumiu o mais relevante cargo público da pátria brasileira.

É importante salientar que Vossa Excelência não foi alçado da Vice-Presidência à Presidência pela vontade da maioria dos brasileiros que foram às ruas, mas pelo simples fato de ter sido eleito como Vice-Presidente na chapa da Ex-Presidente Rousseff, e, em tal condição, apto a assumir a cadeira presidencial, apesar da eleição só ter ocorrido em razão da divulgação de propostas inexequíveis e pela maquiagem de dados relativos ao primeiro mandato da presidente cassada Dilma Rousseff.

Já era de se esperar, portanto, que Vossa Excelência, ao assumir o comando do Palácio do Planalto, não fizesse drásticas modificações na condução do Brasil, já que foi eleito pela mesma chapa e, portanto, com as mesmas falsas promessas da ex-mandatária Dilma Rousseff.

Ainda assim, V.Excia., em primeiro lugar como brasileiro; em segundo, como agente público que é, e em terceiro lugar, como reconhecido jurista constitucionalista que é, esperávamos que seu governo fosse pautado pela ética e pelo respeito às leis e à moral, ainda que preservasse grande parte da incompetência e da inabilidade que foram marcas registradas do desastroso governo Dilma.

Não é, todavia, o que os brasileiros estão vendo ocorrer. O que se tem visto, muito pelo contrário, é que Vossa Excelência tem governado da mesma forma que seus dois antecessores (a impedida Dilma Rousseff e o réu Luiz Inácio Lula da Silva).

Para ilustrar, mencionaremos a seguir alguns exemplos que nos saltam aos olhos e que demonstram a forma torta como vem conduzindo a pátria.

Vossa Excelência resolveu conferir status de Ministro a Moreira Franco, delatado por comparsas por irregularidades e ilicitudes, concedendo a ele um dos mais horrendos privilégios da nefasta classe política brasileira – o “foro privilegiado” - colocando-o fora do alcance das canetas dos juízes criminais que vêm limpando o Brasil nos últimos anos.
Nada diferente do que fez Dilma Rousseff, ao proteger Lula do juiz Sérgio Moro ao conferir-lhe o título de Ministro da Casa Civil.

Conferir proteção a acusados de corrupção não é o que exatamente espera-se de um Presidente que tem nas mãos um país que se encontra em verdadeiro caos econômico, político e social. Essa forma de agir difere completamente do slogan “ordem e progresso”.

Vossa Excelência decidiu nomear o até então Ministro da Justiça, Alexandre Moraes, para ocupar o cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal, mesmo sabendo que o mesmo foi advogado do Ex-Deputado e agora presidiário Eduardo Cunha, envolvido até o pescoço na Operação Lava Jato, e conhecedor da filiação do mesmo ao PSDB. Nada diferente tal atitude do que fez Lula ao nomear Dias Toffoli (que foi advogado do PT) para o cargo de Ministro do STF, contribuindo para a partidarização e afetação do mais relevante tribunal brasileiro.

Nomeação ao STF de membros de partidos políticos e de ex-advogados de acusados em sistemas de corrupção não é exatamente o que se espera de um Presidente da República que tenha a boa moral como principal virtude, especialmente se considerarmos que o indicado ao STF terá o importante papel de revisor nos processos da Operação Lava Jato, tão cara aos cidadãos brasileiros.

Vossa Excelência e seu partido, o PMDB, adotam o fisiologismo e a negociata como práticas permanentes de governo. A aparente oposição instalada no Brasil após a Constituição de 1988 (PT x PSDB) é, nas mãos do PMDB, apenas um instrumento de alternância do principal grupo saqueador de dinheiro público. Tanto é assim que o PMDB, desde 1988, vem governando o Brasil, ora como ator principal, ora como vice-artífice do mal que os políticos brasileiros vêm causando a toda nação.

A intenção de indicar o Senador Renan Calheiros, envolvido em dezenas de denúncias de corrupção, para o cargo do Ministro da Justiça, durante o feriado de carnaval, época em que o brasileiro sabidamente encontra-se em recesso (e tentando evitar protestos), sem dúvida, seria a última gota que faltaria para o fim de seu governo, pois o carnaval, assim como o seu governo, chegariam logo ao seu final e, neste último caso, de forma melancólica.

Vossa Excelência deve receber esta carta como um derradeiro aviso. Da mesma forma que Dilma Rousseff foi impedida, Vossa Excelência poderá sofrer as severas penas de um processo de impedimento, com vários exponenciais agravantes, a seguir listados:

a) Vossa Excelência e seu partido fisiologista, o PMDB, não dispõem de qualquer militância representativa, seja ela partidária, seja ela de movimentos sociais e, ainda que resolvessem remunerar supostos militantes com “pão e mortadela”, seu partido não disporiam sequer de experiência para tal organização, o que levaria seu governo ao chão em poucas semanas;

b) a população brasileira está extrema e exaustivamente aborrecida com o caos no qual seu governo e o governo anterior, do qual Vossa Excelência foi sócio, colocaram o país, de forma que protestos contra o seu governo poderão ser desencadeados com o mais leve estalar de dedos, tal como ocorreu em 2013, supostamente por aumentos dos preços de passagens de ônibus, pois certamente a população brasileira dirá: “não é pelos vinte centavos”;

c) Vossa Excelência e seu governo não poderão fazer uso da brutal divisão entre brasileiros (“nós e eles”) orquestrada pelo Ex-Presidente Lula, de forma que as partes “nós e eles” estarão cada vez mais unidas contra seu governo caso as mais básicas reivindicações do povo brasileiro não sejam atendidas.

Por todo o exposto, seguem três primeiras básicas reivindicações que devem ser atendidas de imediato, sob pena de, diante de eventual não atendimento, serem reiniciadas as manifestações populares que em 2013 fizeram o governo petista tremer:

a) Encaminhamento ao Poder Legislativo de projeto de EXTINÇÃO do foro privilegiado;

b) Revogação da nomeação de Moreira Franco;

c) Nomeação de jurista de reputação ilibada e de alto conhecimento técnico, sem qualquer vinculação política ou partidária, para ocupação do cargo de Ministro da Justiça.
Não aceitaremos juristas inimigos da Lava Jato, como o Dr. Antonio Mariz de Oliveira, que inclusive já assinou manifesto contra a operação Lava Jato.

Por fim, advertimos Vossa Excelência que o não atendimento a estas reivindicações até o dia 31 de março de 2017 iniciará o maior ciclo de manifestações “espontâneas” da história do Brasil, com a paralisação de ruas, avenidas, rodovias, instituições privadas e públicas, escolas, comprometendo a distribuição de combustíveis e materiais básicos.

Como forma de comprovar nossa alta capacidade de articulação e penetração em toda a população brasileira, esta carta circulará frenética e constantemente nos grupos de mensagens e redes sociais, como Whatsapp, Telegram, Facebook e Twitter nos próximos dias, o que poderá ser detectado pelos sistemas de inteligência que estão à disposição do Governo Federal.

Não recomendamos “procurar” “representantes” para negociação, pois no atual momento o “povo brasileiro” não reconhece qualquer pessoa, grupo ou movimento como seu legítimo representante. Tampouco os que recentemente tiraram fotos com Vossa Excelência.

Presidente Michel Temer: não “compre briga” com o povo brasileiro, pois todo o poder emana do povo, e por meio dele será exercido.

Sem mais,
Povo Brasileiro"

https://www.facebook.com/alexandro.marcel.1?fref=hovercard

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A BELEZA - Carla Bruni

A Beleza


"Depois dos 35 anos, a beleza é resultado da simpatia, da elegância, do pensamento, não mais do corpo e dos traços físicos.

A beleza se torna um estado de espírito, um brilho nos olhos, o temperamento.

A sensualidade vai decorrer mais da sensibilidade do que da aparência.

Uma mulher chata pode ser bonita antes dos 35 anos.

Uma mulher burra pode ser bonita antes dos 35 anos.

Uma mulher egoísta pode ser bonita antes dos 35 anos. 

Uma mulher deprimida pode ser bonita antes dos 35 anos. 

Uma mulher desagradável pode ser bonita antes dos 35 anos.

Uma mulher oportunista pode ser bonita antes dos 35 anos. 

Uma mulher covarde pode ser bonita antes dos 35.

Depois, não mais, depois acabou a facilidade. Depois o que ilumina a pele é se ela é amada ou não, se ela ama ou não, se ela é educada ou não, se ela sabe falar ou não. 

Depois dos 35 anos, a beleza vem do caráter. Do jeito como os problemas são enfrentados, da alegria de acordar e da leveza ao dormir. 

Depois dos 35 anos, a amizade é o creme que tira as rugas, o afeto é o protetor solar que protege o rosto. 

A beleza passa a ser linguagem, bom humor. A beleza passa a ser inteligência, gentileza. 

Depois dos 35, 45, 55, 65 ... anos, só a felicidade rejuvenesce."

Carla Bruni



Enviado do meu smartphone Samsung Galaxy

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A AMEAÇA DA IDEOLOGIA DE GÊNERO NO DESENVOLVIMENTO DOS SEUS FILHOS

22 de fevereiro de 2017
Por Leandro Silva, publicado pelo Instituto Liberal


Embora seja tema que cause desconforto na maior parte das pessoas, a discussão política não pode mais prescindir do posicionamento daqueles que “não gostam de política”, pois os que gostam de política estão passando a decidir vários aspectos da sua vida, dentro de sua casa, com a sua família. Exemplos como a “lei da palmada” (quando já havia leis contra o espancamento de crianças, aliás, contra o espancamento de qualquer ser humano) e a possibilidade de ser processado, caso seu vizinho tenha entendido de forma particular, algo que você tenha dito, explicitam como a política já está dentro da sua casa.

A política já determina como você deve se comunicar com outras pessoas, o que pode ser dito sem o eventual risco de um processo e como você deve educar os seus filhos. Caso as pessoas comuns persistam alheias ao processo político ideológico, em algum tempo o avanço sobre as liberdades individuais poderá chegar a um ponto de decidirem o que você pode ler, escrever, escutar, comer ou beber.

A política seria o espaço, por excelência, para a discussão de idéias, troca de opiniões e defesa de diferentes pontos de vista. A política também é o espaço para a discussão dos interesses de diferentes grupos. Ambas as formas de exercício político são legítimas.

A primeira é ideológica – das ideias, das proposições teóricas.  A segunda remete aos interesses primários de cada grupo. Existe uma clara hipertrofia da segunda posição, com uma ampla cobertura do cenário político, em detrimento da discussão sobre quais parâmetros devem ser adotados para a vida privada, sobre o papel do Estado (por exemplo, se teria o direito de interferir na educação dada pelos pais), ou se o governo deve determinar a vida religiosa de cada um.

Talvez por essa hipertrofia da discussão da política partidária (cenário político), há um desinteresse generalizado pelo assunto. Esse desinteresse acaba por gerar um resultado óbvio: somente serão aprovadas as ideias dos poucos envolvidos em qualquer temática, e somente esses grupos serão privilegiados.

As definições de certo e errado, do que é bom ou ruim, da moralidade e da ética, irão seguir o grupo melhor representado numericamente. Entretanto, somente um grupo tem conquistado representação na política, seja pelo posicionamento ideológico, seja pela defesa dos seus interesses privados.

Para entendermos melhor qual grupo é esse, temos que explorar a concepção primária de que cada pessoa tem sobre a natureza humana.

Podemos estabelecer duas grandes posições conceituais sobre a natureza humana:

– Alguns acham que o ser humano é bom por essência.

– Outros acreditam que, embora possa ser bom, não é uma característica inata, mas sim que deva ser trabalhada.

O primeiro grupo (que acreditam numa forma de “bondade essencial”) tende a ver as diferenças humanas como construções sociais, em que os criminosos se tornam criminosos pelas diferenças sociais, impostas pelo mundo, numa espécie de “falta de sorte”. Afinal, se todos são iguais e bons, as diferenças só poderiam ser decorrentes das imposições sociais. Por exemplo, apesar de existirem bandidos em todas as classes sociais, acreditam que a pobreza é o que causa a violência social. Curiosamente, esse grupo apresenta extrema dificuldade em analisar os fatos, e perceber, por exemplo, que a renda per capita do brasileiro quintuplicou nos últimos 35 anos, enquanto a violência cresceu 4 vezes! Mesmo ajustando para o crescimento da população brasileira no mesmo período, o número de homicídios mais do que dobrou. Sendo a violência uma determinação social, mesmo que os dados apontem em direção contrária, seria necessária uma mudança social, talvez até uma “revolução”, para que a violência regrida. Todo o foco é colocado na mudança da sociedade, apesar da sociedade (por intermédio dos dados disponibilizados publicamente) apontar que não é a pobreza que causa a violência.

Que fique claro: não estou aqui simplesmente tecendo uma opinião. Em 1980 foram registrados 13.910 homicídios no Brasil. Em 2014, foram mais que 52.000. Dados do Banco Mundial evidenciam uma renda per capita evoluindo de aproximadamente US$2.000 para mais que US$10.000. Ou seja, aumentou a renda, e a violência. Naturalmente, alguns irão argumentar que o que aumentou foi a má-distribuição de renda, em que os pobres ficaram ainda mais pobres, e os ricos ainda mais ricos. Utilizemos então outros parâmetros, como o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que mede a qualidade de vida e o desenvolvimento econômico de uma nação. O IDH também cresceu no período, indo de 0,549 em 1980, para 0,744 em 2014.

Dessa forma, a discussão beira a desonestidade, pois, o argumento que o primeiro grupo utiliza não se sustenta, nem mesmo segundo as estatísticas. Embora nossa historicidade já tenha dados suficientes para responder essa questão, poder-se-ia pensar que a discussão ocorreria por pura ignorância. Mesmo assumindo uma falsa suposição da “bondade essencial” humana, persistir na ignorância dos fatos (crescimento da renda per capita, do IDH e da violência, ao mesmo tempo) chega a ser absurdo.

Repetindo, são duas suposições:

1-      O ser humano é essencialmente bom, e a sociedade o corrompe;

2-      O ser humano pode ser bom, ou não, por fatores inerentes à espécie humana.

Repassando, ao se seguir a primeira suposição, o problema da violência é social. Na resolução desse problema, parte-se do pressuposto que a violência é oriunda da pobreza.
Entretanto, o IDH e a renda per capita avançaram, mas ainda assim, a sociedade ficou mais violenta. Só há uma inferência lógica decorrente dessa breve análise: a violência não é um subproduto da pobreza. O fato desse silogismo ser contra intuitivo é um fato em si.

Ou seja, o argumento não se sustenta dentro de sua própria tentativa de coerência teórica, e as pessoas continuam acreditando nesse argumento! Trata-se do homicídio da lógica!

Por que o segundo grupo, que pensa que o ser humano não é essencialmente bom, não exige que o primeiro grupo tenha um mínimo de coerência lógica? Por que o segundo grupo não se vê representado politicamente?

Mas talvez seja esse um dos grandes problemas a serem enfrentados: a falta de lógica, como matriz social.

E por que isso ocorreu? Provavelmente porque nos interessávamos menos por discussões sociais e políticas, pois éramos cientes da condição humana, da sua biologia, dos seus limites, e das dificuldades inerentes à própria vida.
Estivemos focados no desenvolvimento pessoal, reservando à sociedade o fruto final dos nossos esforços, do nosso acúmulo de conhecimento, do avanço da experiência adquirida.
Sabíamos que deveríamos nos desenvolver e ser responsáveis por nós mesmos, ao invés de responsabilizar o outro pelas nossas próprias vidas.

O grupo que tende a ver o ser humano como mera consequência das ações sociais, naturalmente se ocupou mais com o desenvolvimento da sociedade e, por consequência, da política, em detrimento do desenvolvimento individual.
Embora não sejam tão numerosos na população, ocuparam mais habilmente os espaços políticos, chegando a tornar o discurso que vence as eleições quase uma formalidade, sem forma e sem conteúdo.

Infelizmente, erramos ao termos nos retirado do debate ideológico.

Discutir política não é mais uma opção: o Estado já está dentro da sua casa. Por exemplo: Caso você ache que seus filhos não devam estudar no nosso sistema tradicional de ensino, saiba que você não tem mais essa escolha. A frequência escolar é obrigatória. E será nessa mesma escola, a qual o seu filho é obrigado a frequentar, que lhe será ensinado que meninos e meninas são meras quimeras sociais, e nós somos os algozes deles.

Enquanto quisermos nos ausentar do debate, e não aceitarmos discutir conceitos como liberdade, tamanho do Estado e autonomia, irão decidir por nós, à revelia.

Há de se retomar a análise dos fatos e discussões sobre as possibilidades que o mundo oferece. Quais valores devem pautar a vida em sociedade? Não se trata de um problema de fácil resolução, pois a própria filosofia encontra-se em evolução constante. Todavia, embora ainda estejamos evoluindo no processo civilizatório, algumas verdades já existem, como as diferenças entre homens e mulheres. Já é claro que não cabe a um único governante, ou grupo, determinar que seu filho é “unissex”, a partir de teorias falhas, que talvez sirvam a algum outro interesse.

A nova matriz social, carente de lógica, tem que ser questionada, revista e modificada.

Devemos defender a possibilidade de expressão individual (também chamada de liberdade), cessar o patrulhamento social e parar de adjetivar as pessoas em discussões ideológicas. Temos que discutir os fatos, não as pessoas. As pessoas deixaram de lado a capacidade de análise dos fatos, mesmo as mais esclarecidas. Não se discute mais qual é o melhor sistema, pois toda conversa acaba se desvirtuando para a discussão da vida dos interlocutores, ou do cenário político, em detrimento da discussão teórica. Em qualquer conversa, o foco deve ser na discussão das idéias, e não na vida particular dos interlocutores. As pessoas devem aprender a se defender da personalização da discussão (do tipo argumentum ad hominem), e se ater à análise dos fatos e da situação.

Dentro dessa retomada da lógica, ninguém poderia admitir um argumento, em que qualquer grupo se posicionasse como defensor da igualdade e da liberdade, ao mesmo tempo!

Ideologicamente, um conceito exclui o outro.

Irei exemplificar tomando por base a ideologia de gênero: conforme exposto acima, quem defende a igualdade, defende a ideia de que os seres humanos nascem iguais, bons e puros, mas a sociedade os corrompe. Segundo essa perspectiva, os seres humanos nascem tão iguais, que nem mesmo existem diferenças de gênero: sexo masculino e sexo feminino seriam invenções sociais, apesar das inúmeras provas científicas (e observacionais) ao contrário. Os seres humanos nasceriam “unissex”, com uma pequeníssima diferença anatômica.
Bastaria, portanto, criá-los de forma “unissex”, e depois “deixá-los escolherem seu sexo”. Exceto por alguns artistas, ou raras exceções (que fogem ao escopo desse texto, exceto pela exceção que confirma a regra), a identificação com o próprio gênero (e não me refiro aqui à orientação sexual) continua a ocorrer, em larga escala, apesar da ideologia de gênero. Caso essa ideologia estivesse correta, já estaríamos vendo milhares, milhões de seres misóginos (metade homem, metade mulher), o que também não ocorreu. A determinação biológica de gênero é inequívoca. O que tem ocorrido são mulheres e homens perdidos em qual rumo seguir, pois não conseguem se orientar nem em relação ao próprio sexo.

Cientistas sérios não defendem a ideia de caracteres adquiridos de Lamarck, sendo que a genética contemporânea já deixou claro que Darwin tinha razão. A negação da heritabilidade biológica das características humanas acabou proporcionando sofrimento e mortes desnecessárias.

É inútil impor ao ser humano características que não são suas. Mulher é mulher. Homem é homem. A espécie não muda segundo o interesse ideológico de ninguém, nem de nenhum sistema. As crianças continuam se tornando homens, ou mulheres, na idade adulta. Por que não deixamos que elas cresçam, e nos resguardamos a observar e aceitar suas tendências e evolução natural?

Mas não seria isso o que a ideologia de gênero defende? Não.
O que está sendo defendido é a imposição de um tratamento unissex, sem respeitar os interesses naturais das próprias crianças, ou dos responsáveis por elas, os seus pais.

Uma outra observação remete à escolha das meninas como padrão ideal para a infância. Por que não poderiam ter sido escolhidos os meninos? Não teriam, mulheres e homens, meninas e meninos, o mesmo valor? Por que somente o comportamento contido, sem a energia cinética clássica dos meninos é valorizado? Posto que essas diferenças de gênero seriam somente sociais, por que não se tomou como padrão ideal o comportamento mais despachado dos meninos? Ou então, por que não se assumiu os dois padrões como adequados?

A confusão criada não está sendo solucionada pela ideologia de gênero. Está sendo criada por ela. O mesmo ocorre com todas as outras ideologias que o politicamente correto nos impõe.

Estamos permitindo e incentivando a hipertrofia do poder central, com o Estado funcionando como o árbitro, e, pior ainda, como ator social, determinando como você deve, ou não deve, educar o seu filho. O Estado não deveria ter o poder de determinar a qual sexo pertence o seu filho ou sua filha.

E, caso o cidadão não aceite a imposição estatal, medidas jurídicas poderão ser tomadas. Para se impor a (suposta) igualdade, restringe-se a liberdade. Um único poder central, determinando os valores a serem adotados, sob pena de sanções jurídicas, não me parece um governo humanitário.

Percebe-se, portanto, que estamos diante de uma clara confusão ideológica. Afinal, qual opção é válida, no sentido de uma real possibilidade, e não uma mera distorção perceptiva?

a) Liberdade e Igualdade;
OU
b) Liberdade versus

Embora seja altamente desejável, não é possível ter os dois.
O apelo social à igualdade e à ” justiça social ” se tornou um discurso de difícil contraposição. De alguma forma, talvez pela repetição incessante, esses conceitos foram associados, ao mesmo tempo, a determinados grupos, ferindo completamente a lógica. Temos agora que enfrentar esse equívoco perceptivo e ideológico, pois, para termos a suposta ” justiça social ” , é necessária a intervenção estatal. São, portanto, conceitos mutuamente excludentes. Fica claro que a gerência (ou ingerência) do Estado nas relações interpessoais acaba por restringir as liberdades individuais.
Ainda podemos ter pensamentos dissonantes!  Ainda podemos expressá-los! Utilizemos essa prerrogativa!

Entretanto, caso você não goste de política, e não queira se envolver em discussões dessa natureza, saiba que o Estado, possuidor de todo o saber, fará as suas próximas escolhas por você. Afinal, ele já fez tantas, por que não continuar assim?


Sobre o autor: Leandro A. P. Silva é Médico psiquiatra e Doutor em Ciências.




Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.


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