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quinta-feira, 18 de maio de 2017

O CAOS NOSSO DE CADA DIA - Geraldo Carneiro

O caos nosso de cada dia 


Ultimamente assisti a dois documentários admiráveis. O primeiro, de Camila Pitanga e Beto Brant, sobre Antonio Pitanga, um dos maiores ícones do cinema brasileiro. O segundo se chama “Cinema Novo”, de Eryk Rocha, e ganhou o prêmio de melhor documentário no último Festival de Cannes.

Ambos são filmes de amor. “Pitanga”, de amor à vida; “Cinema Novo”, de amor ao cinema. E os dois se entrelaçam: Antonio Pitanga é o ator que mais aparece em “Cinema Novo”. Sem a sua presença, não haveria tanta força poética em “Barravento”, primeiro longa de Glauber Rocha, nem em “A Grande Cidade”, de Cacá Diegues. Pitanga deu corpo e alma ao Cinema Novo, inaugurado por Nelson Pereira dos Santos e agora recontado por Eryk com poesia e paixão.

O problema é que, além da admiração, tenho grande amizade tanto por Pitanga, quanto por Eryk. É aí que mora o perigo.
Sempre que me encontro com Eryk, por exemplo, temos a compulsão de ir ao botequim, encher a cara e trocar ideias até as quatro da manhã. Fazemos planos para as próximas encarnações, sonhamos com aventuras cinepoéticas, que já nos renderam um filme chamado “Miragem em abismo”. Nem tivemos tempo de exibi-lo direito, porque estamos sempre pensando no próximo.

Com Pitanga, a barra também é pesada. Somos amigos desde os anos 70 e, sempre que nos reencontramos, é como se a conversa tivesse parado na véspera. Sem falar que, ao rever um amigo, a gente se sente tão feliz que é capaz de fazer coisas extraordinárias, às vezes desastrosas. 

Num desses reencontros, nos anos 80, o Pitanga me convidou para jogar uma pelada no campo do Chico Buarque, no Recreio. Claro que topei. Esclareço que já fui craque da pelota — infelizmente, só na imaginação. Aos 10 anos, supunha que era capaz de fazer as jogadas do Pelé ou do futuro Neymar. Na realidade, era um perna de pau. Fui sendo rebaixado ao longo de um ano de carreira, de gênio criativo a zagueiro de baixo nível. Acabei expulso não só de meu time, como também do campo, porque, não bastasse a falta de talento com a bola, me faltava compostura.

Provavelmente o fracasso me subiu à cabeça, tanto que eu não me lembrava mais do passado e estava de novo ali, pronto para entrar no gramado contra o time do Chico, o lendário Polytheama, que, segundo a crônica esportiva, jamais perdeu em casa.

O jogo começou. Assumi a lateral direita e, como jogador moderno que supunha ser, comecei a apoiar constantemente o ataque. Depois dos dez minutos de jogo, no entanto, vi tudo preto ao meu redor. Também havia me esquecido que passara os últimos 15 anos sem fazer qualquer exercício físico, a não ser os imprescindíveis. Fui retirado, de maca, e deitado à margem do campo, de onde assisti à vitória do Polytheama e ao enterro de minha última quimera.

Pitanga outro dia operou o joelho, mas tenho certeza de que continuará brilhando nos campos do cinema e do futebol. E o Eryk é sempre a nossa esperança de posteridade cinematográfica.

O Globo, 14/05/2017


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Geraldo Carneiro - Sexto ocupante da Cadeira 24 da ABL, eleito em 27 de outubro de 2016, na sucessão de Sábato Magaldi e recebido em 31 de março de 2017 pelo Acadêmico Antonio Carlos Secchin.

TRÁFICO DE CRIANÇAS É ABORDADO ATRAVÉS DE MALAKAY ESCRITO PELO AUTOR DARIEL ALVES PACHECO


Nascido em Uberlândia (MG), Dariel Pacheco é apaixonado por leitura, literatura e poesia. O gosto pela leitura veio cedo graças à indicação de seu grande amigo de infância Rodrigo Batista, que o acompanha até hoje e o ajuda a compor suas histórias. O primeiro livro lido,O mundo de Sophia, abriu uma janela para um mundo de ideias.

“Fizemos um estudo em vários veículos da mídia e notamos que o fato, mesmo sendo alarmante e real, é pouco abordado.”

  Boa Leitura!

 Escritor Dariel Alves Pacheco, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos o que o inspirou a escrever “Malakay”?

Dariel Alves Pacheco – A inspiração veio pelo gosto da leitura; sempre gostei de livros dos mais diversos temas: aventura, ficção, romances. Adoro analisar os traços de leitura, o modo como cada escritor faz sua dissertação. Logicamente que alguns fatos ocorridos na minha vida colaboraram para esta aventura.

Descreva o enredo que compõe a obra.

Dariel Alves Pacheco – O livro conta as aventuras de Dominic, um web designer que tem uma vida comum, mas devido a um fato inusitado ele se vê em meio a uma rede de tráfico de crianças por membros da Igreja. Em suas aventuras, Dom conhece várias pessoas interessantes, como o policial Gregory. Dom descreve suas aventuras amorosas, e também seu lindo amor por sua primeira namorada, Solaris. Em uma aventura de tirar o fôlego, Malakay traz a triste realidade sobre o tráfico de crianças, existente no mundo.

De que forma o tráfico de crianças está sendo abordado na obra?

Dariel Alves Pacheco – Fizemos um estudo em vários veículos da mídia e notamos que o fato, mesmo sendo alarmante e real, é pouco abordado. Com base em alguns artigos enaltecemos os fatos e os enquadramos em meio ao enredo, para que de certa forma sirva de “puxão de orelha” para nossas autoridades e também para nossa sociedade.

Quais os principais desafios para escrita de “Malakay”?

Dariel Alves Pacheco – O maior desafio foi como enquadrar os fatos no enredo. Para não ficar tão científico e monótono e não ter cara de livro investigativo, como destacado, toda a parte que envolve a questão religiosa é uma fábula, criada apenas para aumentar a aventura da história.

O que mais o encanta nesta obra literária?

Dariel Alves Pacheco – Acho que o fato de o personagem principal demonstrar, mesmo em meio à aventura, seus sentimentos aflorados, a forma que ele, mesmo sem jeito, consegue conquistar a pessoa que sempre admirou, mas nunca imaginou ter um relacionamento.

Como foi a escolha do título?

Dariel Alves Pacheco –  Estudamos também sobre seitas religiosas, de onde vêm seus nomes, e vimos que na maioria das vezes os nomes são baseados em origem, doutrina e influência; cruzamos esses fatos e chegamos a esse nome.

Onde podemos comprar seu livro?

Dariel Alves Pacheco – O livro está em pré-venda pela Nova Editorial, e está sendo liberado para envio a partir do dia 20/04/2017, entregue para todo o Brasil. Segue o link para aquisição:

https://www.novaeditorial.com.br/livros/ficcao/pacheco-dariel-malakay-livro/

Quais os seus principais objetivos como escritor?

Dariel Alves Pacheco – Penso que quanto mais eu escrever, quanto mais cada um de nós puder divulgar o hábito da leitura, melhoraremos como pessoas, pois é comprovado cientificamente que a leitura, ou a literatura, faz bem para nosso cérebro. E por meio dela podemos treiná-lo para ser cada vez melhor em atividades que exigem compreensão e concentração. Logo, vários estudos concluem quea forma de leitura afeta o cérebro,e podem indicar formas de treiná-lo para ser cada vez melhor em atividades que exigem compreensão e concentração. Leitura é combustível inesgotável para a imaginação. Ler eleva a autoestima, e a leitura desconhece a solidão, pois nos permite estar sempre acompanhados.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor “Malakay”, do escritor Dariel Alves Pacheco. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Dariel Alves Pacheco – A leitura nos ajuda para a vida; com ela, entendemos melhor as coisas, aprendemos sobre vários assuntos, ficamos sempre bem atualizados. Em um mundo totalmente globalizado o hábito da leitura nos ajuda em vários aspectos: no trabalho, no amor, nos esportes... Está tudo emaranhado em uma teia, ligando e conectando nossas vidas com o restante do mundo.

  
Por Shirley Maria Cavalcante (SMC)


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JANOT: NOVA AÇÃO DA LAVA JATO TEM GOSTO AMARGO PARA MP

Procurador-geral da República enviou mensagem sobre operação que mira procurador,Temer e Aécio
Márcio Falcão
18 de Maio de 2017



Após deflagrar uma das mais fortes fases da Operação  Lava Jato, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou mensagem nesta quinta-feira (18/5) para procuradores e  servidores da PGR sobre a nova fase da Lava Jato afirmando que a ação tem um gosto amargo para o Ministério Público Federal.

Janot esclareceu o pedido de prisão do procurador Ângelo Goulart devido ao seu suposto envolvimento em irregularidades com a JBS investigada pela Operação Greenfield. Essa operação apura esquema de corrupção em fundos de pensão.  Goulart teria negociado propina para vazar informações referentes à JBS. Ele teria repassado informações privilegiadas à JBS sobre apurações em andamento. O chefe do MP esclarece que há robustas provas contra o colega.

Além da prisão do procurador, a Lava Jato tem os pedidos de prisão do senador Aécio Neves (PSDB-MG), do deputado Rocha Loures (PMDB-PR), considerado braço direito do presidente Michel Temer e seus afastamentos do mandato. O STF ainda autorizou o afastamento dos políticos de seus mandatos.

Veja a íntegra da mensagem:

“Prezados colegas,

Foi deflagrada nesta quinta-feira, 18 de maio, mais uma fase do caso Lava Jato, especificamente a partir de investigações que correm perante o Supremo Tribunal Federal. O sucesso desta etapa, contudo, tem um gosto amargo para a nossa Instituição.

Há três anos, revelou-se um esquema criminoso que estarrece os brasileiros. As investigações realizadas pelo Ministério Público Federal e outros órgãos públicos atingiram diversos níveis dos Poderes da República em vários Estados da Federação e, aquilo que, até então, estava restrito aos círculos da política e da economia, acabou chegando à nossa Instituição.

Exercer o cargo de Procurador-Geral da República impõe, não poucas vezes, a tomada de decisões difíceis. Nesses momentos, o único caminho seguro a seguir é o cumprimento irrestrito da Constituição, das leis e dos deveres institucionais. Não há outra forma legítima de ser Ministério Público.

A meu pedido, o ministro Edson Fachin determinou a prisão preventiva do procurador da República Ângelo Goulart Villela e do advogado Willer Tomaz. A medida está embasada em robusta documentação, coletada por meio de ação controlada. As prisões preventivas de ambos foram por mim pedidas com o objetivo de interromper suas atividades ilícitas. No que diz respeito ao procurador da República, o mandado de prisão expedido pelo STF foi executado por dois procuradores regionais da República com o auxílio da Polícia Federal. Também foram realizadas buscas e apreensões em seus endereços residenciais e funcionais. Foi pedido ainda o afastamento do procurador de suas funções no Ministério Público Federal. Determinei também sua exoneração da função de assessor da Procuradoria-Geral Eleitoral junto ao TSE e revoguei sua designação para atuar na força-tarefa do caso Greenfield.

O membro e o citado advogado são investigados por tentativa de interferir nas investigações da referida operação, que envolve o Grupo J&F, e de atrapalhar o processo de negociação de acordo de colaboração premiada de Joesley Batista.

A responsabilidade criminal do procurador e dos demais suspeitos atingidos pela operação de hoje será demonstrada no curso do processo perante os juízos competentes, asseguradas todas as garantias constitucionais e legais.

Como Procurador-Geral da República, cumpri meu dever institucional e adotei as medidas que a Constituição e as leis me impunham.

Sigamos confiando nas instituições republicanas.”




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