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sexta-feira, 17 de maio de 2019

AULA DE DESENHO - Nizzar Qabbani



Meu filho põe sua caixa de pintura à minha frente. Pede que eu desenhe um pássaro. Ponho o pincel no pote de cor cinza e pinto um quadrado com fechaduras e grades. Seus olhos se enchem de surpresa: Mas isso é uma prisão, papai! Não sabes desenhar um pássaro? E lhe digo: - Filho, me perdoe. Esqueci a forma dos pássaros.

Meu filho põe então o caderno de desenhos à minha frente. E pede para que desenhe uma espiga de trigo. Tomo um lápis. E desenho uma arma. Meu filho ri de minha ignorância, perguntando: Papai, não sabes a diferença entre uma espiga de trigo e uma arma? E digo: Filho, uma vez usei a forma da espiga de trigo, a forma do pão, a forma da rosa. Mas nestes tempos duros as árvores da floresta se juntaram aos homens da milícia e a rosa agora veste uniformes escuros.

Neste tempo de espigas, de trigos armados, de pássaros armados, de cultura armada, e de religião armada, não se pode comprar o pão sem encontrar uma arma em seu interior. Não se pode colher uma rosa do campo sem que seus espinhos nos arranhe a cara. Não se pode comprar um livro que não vá explodir entre nossas mãos.

Meu filho senta-se na borda da minha cama e pede que eu recite um poema. Uma lágrima cai de meus olhos na almofada. Ele a toma, surpreendido, dizendo: Mas esta é uma lágrima, papai! Não é um poema! E lhe digo: Quando cresceres, meu filho, e quando aprenderes o diwan da poesia árabe, descobrirás que “palavra” e “lágrima” são irmãs gêmeas e que o poema árabe não é mais do que uma lágrima chorada por dedos que escrevem.

Meu filho toma seus pincéis, a caixa de tintas da minha frente e pede que eu desenhe uma pátria. O pincel treme em minhas mãos e eu me afundo, chorando...




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AO COLÉGIO ANTÔNIO VIEIRA por Marcus Quadros de Castro



Prezados Senhores,

Venho por meio deste repudiar a paralisação feita nesta data, 15/05, por essa respeitada instituição, tendo como "motivo" um evento de ordem crítica à glosa de verbas públicas destinadas á educação. Explico!

Primeiramente, por se tratar de um evento Político!

Um movimento pela "educação", repleto de bandeiras vermelhas 🇨🇳, do PSTU, PT, movimento indígena, e "professores" da CUT e CGT, gritando LULA LIVRE e FORA BOLSONARO, não pode ser caraterizado como APARTIDÁRIO!

Em segundo lugar, porque há alguns equívocos de interpretação com relação a esses cortes, promovidos pelo atual Ministério da Educação do Governo Bolsonaro.

Senão Vejamos:
O contingenciamento efetivo das verbas públicas destinadas à educação não será de 30%, como alardeado pela oposição, que visa confundir a cabeça dos menos esclarecidos.

Esse corte será de 30% das despesas DISCRICIONÁRIAS (não obrigatórias) à que as Instituições têm direito, ou seja, aproximadamente 7% do Valor total!

Em terceiro lugar, é bom que se diga, em governos anteriores, a exemplo do Governo Lula (atualmente em cárcere por condenação em 2a. instância por improbidade administrativa, corrupção e lavagem de dinheiro), cortou à sua época, R$ 10 bi da educação.


Por último, e não menos importante, é a finalidade a que tem se destinado essas verbas públicas e as respectivas instituições que tiveram esses valores contingenciados.

Anexo alguns exemplos de como algumas Universidades têm dado destinação diversa do que se pretende aos recursos públicos.

Por fim, acredito que um dos pilares da educação é o de descortinar inverdades e quebrar paradigmas. É esse papel que esperamos e confiamos ao Colégio Antônio Vieira, na condução da educação de nossos filhos.

Sem mais, despeço-me.
Atenciosamente,

Marcus Quadros de Castro
Pai de Aluno.


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