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quarta-feira, 13 de abril de 2022

ITABUNA CENTERNÁRIA UM SONETO: Guilherme de Almeida - Dor Oculta

 

Foto: Acervo/Prefeitura Municipal de Campinas SP

Dor Oculta

 

Quando uma nuvem nômade destila 

gotas, roçando a crista azul da serra,

umas brincam na relva; outras, tranquilas,

serenamente entranham-se na terra.

 

E a gente fala da gotinha que erra

de folha em folha e, trêmula, cintila,

mas nem se lembra da que o solo encerra,

da que ficou no coração da argila!

 

Quanta gente que zomba do desgosto

mudo, de angústia que não molha o rosto

e que não tomba, em gotas, pelo chão,

 

Havia de chorar , se adivinhasse

que há lágrimas que correm pela face

e outras que rolam pelo coração.

 

.......


GUILHERME DE ALMEIDA

Terceiro ocupante da Cadeira 15, eleito em 6 de março de 1930, na sucessão de Amadeu Amaral e recebido pelo Acadêmico Olegário Mariano em 21 de junho de 1930. Recebeu o Acadêmico Cassiano Ricardo

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