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terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

TE ESTREMECES POR EL LOBO Y EL CORDERO - Alfredo Pérez Alencart



TE ESTREMECES POR EL LOBO Y EL CORDERO                                    

Alfredo Pérez Alencart *


 

Te estremeces por el lobo y al cordero.

Amas ultrahumanamente, sin límites, como la música

del universo. Oh profunda sinfonía forjando

lo sagrado de principio a fin, alto asidero donde sobrepuja

la esperanza. Oh sucesión eterna que desatas

unisonancias, instintos trajinando hacia el magma

de lo trascendente, de la cadencia absolutoria

concebida compartiendo a ultranza las aguas profundas

y las hondas delicias de un contravuelo angélico

que se abroquela para recibir al Viento más feraz.

Siempreviva estás, trashumante presencia.

Te hospedas en la Luz que no aniquilan los ocasos.

Estando sin estar, eres evidencia,

cerebro verbal resaltando chispas de pureza,

latidos sin cautiverio, ciertísimo llamado de traslación

más allá de anhelos y desveladas ensoñaciones.

Pertenencia al páramo del Desprendido de sí,

a su oculto ritmo, a su lenta llama venturosamente

extemporal, cual indescifrable alianza.

Pertenencia al portal de los testigos,

al presagio de otro Reino, al aliento acrisolado

cual plenitud donde prospera lo sublime.

Pertenencia al verbo de una estrella.

Pertenencia al llagado cuerpo de doliente ternura.

Pertenencia al ala que se desvanece por los aires.

Pertenencia al linaje que acopia inocencias de siete en siete.

Te perpetúas en la antelación de la alegría

y asciendes, porque tu Unidad sabe la fórmula

de diásporas y deslumbramientos.

Clamas por tu orfandad. Clamas contra látigos agresivos,

fraternizando con los perseguidos, abrazándoles,

compartiéndoles la realidad que hay en los milagros.

Nada te desmide,

Criatura de nombre hermosamente pronunciado,

piel consumante, contorno que se aviene a penetrar

en frondas de cálido renacer.

Mantienes el don de ser el antes y el después,

lámpara alumbrando los vuelos breves del pájaro, su sombra

en la alta noche del abismo.

Conduces los fervores hacia el alba adolescente,

pulsas con tu estatura de Árbol de vida, riegas violetas

con el cause de tus transpiraciones.

¡Horizontal ejemplo el de las manos extendidas,

el del pulso que sustenta! ¡Belleza de la Forma en el paisaje!

¡Oh Dios, qué desnudo afán el de este Amor

avanzando eterno, dándose así, tan pródigo!

 

¿Qué savias vas donando?, ¿qué otras luciérnagas te rondan?


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Te Agitas pelo Lobo e o Cordeiro

Poema de Alfredo Pérez Alencart

Tradução de Cláudio Aguiar*

 

Te estremeces pelo lobo e pelo cordeiro.

Amas de forma ultra-humana, sem limites, como a música

do universo. Oh profunda sinfonia forjando

o sagrado do começo ao fim, alto pretexto onde domina

a esperança. Oh sucessão eterna que desencadeias

assonâncias, instintos laborando rumo ao magma

do transcendente, da cadência absoluta

concebida com o compartilhamento das águas profundas

e das saborosas delícias de um contravoo angelical

acomodadas para suportar o Vento mais copioso.

Estarás como a sempre-viva, qual presença transumante.

Ficarás na luz que não mata o pôr do sol.

Estando sem estar, tu eres evidência,

cérebro verbal destacando faíscas de pureza,

pulsações sem cativeiro, correta chamada de translação

além de anseios e de desvelados sonhos.

Pertencias ao terreno do Despretensioso,

ao seu ritmo oculto, à sua chama lenta, felizmente

extemporânea, qual aliança indecifrável.

Pertencias ao portal das testemunhas,

para profecia de outro Reino, ao refinado alento,

cuja plenitude reside onde floresce o sublime.

Integravas o verbo de uma estrela.

Pertencias ao corpo ferido de ternura sofredora.

Pertencendo à asa que desaparece pelos ares.

Pertencias à linhagem que coleta inocências de sete em sete.

Te perpetuas na antecipação da alegria

e ascendes, porque tua Unidade conhece a fórmula

das diásporas e dos deslumbramentos.

Clamas por tua orfandade. Clamas contra chicotes agressivos,

confraternizando com os perseguidos, abraçando-os,

compartilhando com eles a realidade dos milagres.

Nada te rebaixa,

criatura de nome formosamente pronunciado,

pele aliciante, contorno para penetrar

em frondes de renascimento quente.

Tu manténs o dom de ser o antes e o depois,

lâmpada iluminando os breves voos do pássaro, sua sombra

na alta noite do abismo.

Conduzes os fervores rumo ao amanhecer adolescente,

pulsas com tua estatura de Árvore da vida, regas violetas

com o leito de tuas transpirações.

Exemplo horizontal o das mãos estendidas,

o do pulso que sustenta! Beleza da forma na paisagem!

Oh Deus, que desejo nu é este Amor

avançando eterno, dando-se, assim, tão pródigo!

 

Que seivas estás doando? Que outros vaga-lumes te rodeiam?

 

 


*Poeta peruano-espanhol, Alfredo Pérez Alencart reside em Salamanca, Espanha, onde é professor universitário e organizador dos Encontros de Poetas Ibero-Americanos. Poeta premiado, de reconhecimento internacional. Já publicou mais de uma vintena de livros de poesia, é traduzido e publicado em inúmeros idiomas.

O poema   TE ESTREMECES POR EL LOBO Y EL CORDERO faz parte do livro Prontuário de Infinito (Verbum, Madrid, 2021)



** Cláudio Aguiar é ficcionista e ensaísta. Autor premiado com o Jabuti e pela União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro. Foi presidente do Pen Clube do Brasil.


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